capítulo 7 ep:18

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(Lisa):"Eu sei Millie. Mas você sabe que eu procuro deixar as coisas que me deprimem, longe dos meus pensamentos."

(Millie):"Sim, mas às vezes é bom falar. Não pode guardar tudo para si."

(Está falando a garota que nunca fala da família desaparecida à amiga...)

(Millie):"Sabe... Eu nunca te disse, mas... Eu sou muito feliz por ter conhecido você. Não, é verdade. Quando eu cheguei nessa cidade, eu estava perdidassa. Eu não pensei que encontraria uma amiga como você."

(Lisa):"Quer me perguntar alguma coisa?"

(Millie):"Não!! Ha! Isso aí! Nem posso simplesmente te dizer que te amo?!"

Rimos demais, depois nos olhamos em silêncio por alguns segundos. Nós sabemos bem, que podemos mesmo contar uma com a outra. Eu não sei o que faria sem minha amiga Lisa...
O táxi me deixa na frente da casa do Carter. Eu me sinto muito ansiosa. Eu não sei o que essa noite me reserva. Quanto mais chega perto da hora do jantar, mais eu me estresso. No elevador, meu coração acelera. Eu não consigo esquentar minhas mãos e minha boca está seca. Quando as portas se abrem diante do grande hall do loft, eu acho que paro de respirar.

(Respire Millie, Respire...)

Eu inspiro profundamente e avanço. A Jenny já chegou, de costas para a cozinha, sentada em um dos bancos do bar. Eu acho que ela nem percebeu que cheguei. Que azar, não estou vendo o Ryan.

(Millie):"Boa noite."

A Jenny se vira, com os olhos ainda atenciosos em seu celular. Eu não sei bem como interpretar a expressão em suas lindas pupilas castanhas que se voltam para as minhas.

(Jenny):"Boa noite."

A fala é  educada, mas não sei dizer se é caloroso ou ameaçador. O Ryan chega sorrateiro por trás de mim e me pega pela cintura. Ele dá um beijinho em meu pescoço e eu tomo um susto.

(Ryan):"Boa noite minha linda."

Sua presença me deixa imediatamente mais segura. Me sinto menos vulnerável.

(Ryan):"Jenny, você tem o direito de largar seu celular..."

Esta então vira os olhos para cima e sai do banco para ficar em pé. Eu me divirto ouvindo o tom moralista do irmão mais velho, e a atitude um pouco rebelde da irmã mais nova.

(Jenny):"Meu irmão contribui com o desenvolvimento dessas tecnologias e depois quer me dar lição de moral. Não é louco isso?"

Ela sorri como se tirasse sarro do seu irmão.

(Ryan):"Eis aí um ponto em comum entre as duas, a insolência."

Ele dá um tapinha na cabeça de sua irmã, que se encolhe e me olha de canto de olho.

(Millie):"Hei! Eu não disse nada ainda!"

(Ryan):"Ah... Eu sei que não vai demorar muito..."

(Jenny):"Então, regra número um: nunca contradizê-lo, ele detesta isso."

A Jenny sussurra isso em tom de confidência enquanto esfrega as mãos. Por um momento eu poderia jurar que ela parece querer tornar o ambiente mais leve.

(Ryan):"Regra número dois: nunca escute sua irmã, ela só fala besteiras."

(Jenny):"Aff..."

A Jenny faz como se fosse ferida no coração e vai para o sofá, onde se joga sem cuidados, enquanto o Ryan pega uma bandeja de aperitivos na cozinha. 

(Ryan):"Sente-se Millie."

Eu vou até o grande sofá de canto e me sento graciosamente ao lado de sua irmã. Eu olho a cidade que brilha na noite. Meu cérebro funciona a mil hora para saber como me aproximar da Jenny. Eu coloco as mãos nos meus joelhos e dou batidinhas em um ritmo desordenado em minha pele.

(Jenny):"Adorei sua roupa!"

Eu olho para a Jenny, um pouco surpresa pelo entusiasmo e familiaridade.

(Millie):"Ah, obrigada! A sua também é linda."

Eu não sei porque, mas há alguma coisa que não me deixa relaxar... Por que ela está sendo tão simpática de repente? Será que é a presença de seu irmão...?
O Ryan coloca a bandeja diante de nós. Ele serviu as taças de vinho e deixou à disposição, canapés e torradinhas. Se a Jenny não estivesse aqui eu tiraria sarro dele e lhe perguntaria onde ele mandou buscar isso aqui. Mas... Estranhamente, eu vou evitar.

𝐈𝐒 𝐈𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄, Ryan CarterOnde histórias criam vida. Descubra agora