capítulo 9 ep:18

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O que vou dizer, dói no coração, mas eu preciso pensar nele e na empresa, antes de minha própria realização.

(Millie):"Precisamos ir, não...?"

Ele me responde com um beijinho delicado em meu ombro.

(Ryan):"Millie... Antes de sair, eu gostaria de te mostrar uma coisa..."

(Millie):"O que é dessa vez? Uma lancha? Um iate...?"

Ele me olha de um jeito malicioso e com um lindo sorriso.

(Ryan):"E um tanto... Íntimo..."

(Millie):"Você vai me mostrar uma foto de quando você era um bebê, peladinho? Que fofinho!"

Ele cai na risada com esse comentário brincalhão, e toca a ponta do meu nariz com seu dedo.

(Ryan):"Não. Eu prefiro que seja o atual. Você parece gostar."

(Ah! Se há uma coisa que tenho gostado, é de ver o Ryan como veio ao mundo!)

(Ryan):"Venha."

Ele me estende a mão. Eu olho para minha bolsa mas ele faz sinal para que eu deixe para lá um instante. Nós andamos pela casa e chegamos a uma portinha no fim do corredor. Quando ele a abre e vejo o que há, a emoção me invade...
Eu olho para o cômodo enquanto o Ryan caminha para dentro.

(Ryan):"Entre."

Alguns trenzinhos estão no chão e em prateleiras. Velhos cartazes estão na parede. Caixas, tão velhinhas, estão soltas pelos quatro cantos. Ele me olha em silêncio, sem dúvida para avaliar minha reação.

(Ryan):"É minha coleção de trens, é o que tenho de mais precioso."

(Millie):"Inacreditável...!"

Eu fico tocada conhecendo esse lado dele. Eu nunca teria imaginado que ele tivesse esse tipo de paixão. Logo ele que pode ter o que quiser com um estalar de dedos!

(Millie):"Você deve ter precisado de uma eternidade para colecionar tudo isso!"

(Ryan):"Há uma vida toda diante de você. Era a paixão do meu pai que levei como tradição, de algum jeito. Pode chegar mais perto."

Eu ando devagar entre os vagões. Alguns são imensos, outros bem pequenos. Eu imagino que, não importando qual seja o valor comercial, esses objetos são inestimáveis para ele. É sua paixão. Eu consigo entendê - lo muito bem. Mesmo coleções nunca tenham me interessado, a cozinha é meu jardim secreto. Um momento no qual eu me encontro e onde eu deixo falar uma outra parte de mim. Eu sempre pensei que as pessoas sem paixão devem ser profundamente tristes...

(Ryan):"Venha."

Ele me convida a me sentar no chão, no meio de vários trenzinhos. É tão difícil não ficar tocada... Eu tenho a impressão de reencontrar a criança que dorme nele. A criança que escondemos de todos, mas que sempre está presente. Seus olhos brilham de um jeito que eu nunca vi antes. Vários circuitos de trem nos envolvem. Os trens e também os trilhos, réplicas e estações de trem.

(Millie):"Eu nunca poderia ter imaginado isso!"

(Ryan):"Por quê?"

(Millie):"Eu não sei... Eu te via mais passando as tardes no golf do que mexendo com trenzinhos."

(Ryan):"Na verdade você me vê como um grande clichê. Eu te agradeço."

Ele me olha tirando sarro.

(Millie):"Desculpe, mas me diga, quem é que anda em um Auston Martin e tem seus próprios jet skis?"

(Ryan):"Marcou um ponto."

(Millie):"Saiba meu caro senhor que eu sempre tenho razão."

(Ryan):"Não. Você acredita mesmo nisso?"

Eu olho para ele com olhos bem abertos, como se eu me achasse muito importante. Mas tudo que consigo tirar dele é um grande sorriso.

𝐈𝐒 𝐈𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄, Ryan CarterOnde histórias criam vida. Descubra agora