capítulo 6 ep:12

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(Millie):"Será que seu sistema de ar-condicionado não está com algum problema? Parece que aqui está muito mais quente que em minha sala... Mas vai ficar tudo bem."

(Subentendido: eu vou ficar bem, meu caro...)

Eu dou uma olhada na direção do Mark. Ele parece completamente indiferente. Para minha tranquilidade, ele parece não ter percebido nada. Parece mesmo que não há uma gosta de perversão nesse homem. O que não tem nada a ver com o homem diante de mim...

(Ryan):"Bom! Está tarde. Nos reuniremos novamente em dois dias. Obrigado a vocês dois."

Rapidamente, eu me levanto e saio da sala logo depois do Mark. Se ele acha que depois dessa brincadeirinha eu vou ficar mais um minuto aqui, ele está completamente enganado!

(Ryan):"Senhorita Olsen..."

(Aí não...)

(Ryan):"Um minuto por favor..."

Sem me virar de volta, eu fecho a porta de sua sala deixando o Mark ir embora sozinho. Eu sei muito bem que ele não precisará mais do que um minuto para me deixar louca de novo e conseguir de mim o que quiser. Hoje, eu nem vi o Ryan o dia todo. Nem emails. Nada, tranquilamente plena. Na verdade, fora o Mark, nem vi muita gente. A Lisa tinha uma reunião com a Lydie e seu chefe, o Matt estava bem ocupado com o seu novo colega, e o Colin... Bom, é estranho passar um tempo só nós dois. Então acabei ficando concentrada em meus slides para apresentar o business plan aos investidores chineses. Eu quase que estou vendo linhas duplas de tanto olhar para o documento.

O dia já acabou quando termino de arrumar minhas coisas. Por um momento eu me lembro da noite anterior, e me pergunto se quero ter o hábito de visitar sua sala toda noite. Duas vozes interiores travam uma guerra sem trégua. Uma fica repetindo que sou só uma assistente que ele está pegando depois do trabalho. Sem compromisso. E uma outra tenta me assegurar: se fosse qualquer coisa ele não teria me convidado para a casa dele. Nós não teríamos compartilhado aquele momento de carinho e intimidade de seu loft se eu não passasse de uma conquista. Eu respiro fundo, apago a luz da minha sala e fecho a porta. Um dia eu vou conseguir calar essas vozes da minha cabeça. Como geralmente acontece, o Ryan está ali. Eu percebo a luz que transpassa sob sua porta de vidro. Quando passo perto, ouço a voz de uma mulher e uma risada. Eu fico com uma raiva, como se tivesse ouvido a Cassidy. Mas não é ela. Curiosa demais para deixar passar, eu decido bater na porta. Quando me dizer para entrar, eu vejo uma imagem de costas, sentada elegantemente diante de MEU Ryan. Magníficos cabelos negros descem até uma cintura odiosamente fina, e eu reconheço a sola vermelha característica dos escarpins Louboutin. O Ryan me olha esperando.

(Ryan):"Senhorita Olsen, posso ajudá-la...?"

(Sim, eu quero você.)

Fico muda. Minha boca se abre e fecha sem nenhum som. Eu devo estar com uma cara de peixe morto, ou de um cachorrinho perdido. Dá para escolher. A jovem se vira um pouco. Seu rosto é magnífico: olhos de amêndoa, uma boca perfeitamente desenhada e covinhas que enfeitam seu rosto. Eu não estou nem aí! Ela pode ter a cara da Angelina Jolie se quiser! Isso é o que diz minha razão. Mas por dentro, eu luto contra a poção do ciumes.

(Ryan):"Senhorita...?"

O Ryan fica impaciente enquanto eu o encaro com uma certa insistência a sua comissária de bordo. Ela deve ter no máximo seus trinta anos e tem uma classe! O tipo de mulher que eu sempre quis ser igual, mas sem sucesso.

(Millie):"Eu... Eu avancei no projeto que você passou para o Mark e eu."

Ele me olha sério.

(Ryan):"Muito bem, obrigado. Você pode ir para casa agora..."

𝐈𝐒 𝐈𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄, Ryan CarterOnde histórias criam vida. Descubra agora