(Millie):"Eu... olha, eu acho que essa conversa não está dando em lugar nenhum. Você não quer entender o que quero dizer. Eu acho que é melhor eu ir embora. Passe uma boa noite senhor."
Eu reconheço, perdi esse combate, mas é a minha segurança que se dissipa quando estou sozinha com ele. Eu alimento a esperança de um dia conseguir quebrar sua carapuça e descobrir o verdadeiro homem embaixo dela, não esse que a gente vê. Ele me faz um sinal com a cabeça.
(Senhor Carter):"Boa noite senhorita Olsen"
Eu saio de sua sala, correndo. Eu odeio terminar conversas achando que não deu em nada. O corredor está vazio quando chego no elevador. Eu aperto o botão para o térreo, me apoiando na parede. Respiro então, bem fundo. Esse homem me desespera!
(Me desespera mas me atrai muito...)
Já embaixo, vejo o Jake digitando algo em seu celular
(Millie):"Oi Jake"
(Jake):"Senhorita. Como vai?"
(Millie):"Eu estou proibida de falar mal de nosso chefe, então, tudo bem..."
Ele sorri carinhosamente para mim.
(Jake):"Um dia ruim?"
(Millie):"Aff... Na verdade, foi um dia normal"
Ele me olha com bondade. Ele não vai me olhar também como uma garotinha temperamental né?
(Millie):"O quê?"
(Jake):"Nada. O senhor Carter ainda estará ocupado por um momento. Eu não tenho nada previsto. Topa beber alguma coisa?"
Estou surpresa, é a primeira vez que ele se mostra caloroso.
(Millie):"É claro! Se seu patrão permiti..."
(Jake):"Meu patrão não é um tirano. As vezes eu tiro uma pausa durante o serviço."
Às vezes acho que só o Jake consegue ter uma relação fácil com o Carter. Dá para acreditar que algo os liga. Ele fecha a limousine com o alarme e me convida a segui-lo.
(Jake):"Eu conheço um bar bacana do outro lado da rua"
Andamos tranquilamente. O ar da noite já acalma meu nervoso. Eu percebo o olhar de algumas mulheres em meu companheiro. Fora seu tamanho e musculatura impressionante, ele tem um lado de menino mal que não me deixa indiferente. Entramos no bar e o Jake me convida a ir na frente e escolher a mesa. O cavalheirismo dele parece estar impregnado em sua pele como algo de nascença.
(Jake):"Preciso ir no balcão para pedir. O que você quer beber?"
Eu o vejo indo para buscar as bebidas. Eu olho em volta de mim. É mesmo um lugar legal. Um lado pub e chique ao mesmo tempo. Eu dou uma espreguiçada e coço meus olhos. Esse foi um dia movimentado hein... O Jake volta com nossas bebidas.
(Jake):"Pegue"
(Millie):"Obrigada Jake..."
(Jake):"Você parece pensativa..."
(Millie):"Ah, desculpe! Não se preocupe! Só um dia que preciso digerir ainda!"
Ele sorri de maneira gentil para mim. É estranho, mas eu conheço o Jake só um pouco, mas me sinto bem em sua presença. Como se pudesse confiar nele.
(Jake):"Sempre temos dias bons e ruins! O mais importante é se concentrar no que há de melhor em cada um"
(Millie):"Com certeza..."
Eu balanço a bebida em meu copo com o olhar um pouco perdido. Maia fácil dizer do que fazer... O Jake bebe um gole e coloca uma mão em seu joelho, enquanto ele olha as pessoas no caixa.
(Millie):"Você é bem filósofo para um motorista né Jake"
Eu dou uma risadinha de brincadeira para ele.
(Jake):"Todos temos uma história senhorita. O exército fez muita diferença para mim"
(Millie):"Não me diga que é um antigo o final da marinha que se converteu ao budismo. "
Ele dá uma risada um pouco sem graça.
(Jake):"Não, eu era do exército dos EUA, da infantaria. Eu fui para o Afeganistão em 2009"
Meu ar irônico desaparece na hora. Perdi uma boa chance de ficar calada...
(Millie):"Desculpe... Eu sou profissional em chutar o balde..."
(Jake):"Ah, não tinha como você saber... Eu vivi essa droga de batalha interna... Na época, eu era jovem e queria proteger meu país."
O olhar do Jake se perde por um momento no fundo de seu copo. Eu não duvido que imagens horrendas continuam a surgir em sua cabeça. Esse tipo de lembranças dolorosas que são difíceis de contar. Eu evito fazer perguntas e fico muda para deixá-lo falar em seu ritmo. Um sorriso estranho em seu rosto, enquanto ele balança a cabeça de um lado para o outro
(Jake):"Eu não fazia idéia nenhuma do que me esperava lá. Eu era burro o suficiente para achar que as armas erradicariam o mal... Por lá, todo dia, eu via soldados de minha idade, morrendo em combate. De confessar que todo esse espetáculo não me ajudou a ver as coisas com mais clareza. Quanto mais acontecia, mais a minha raiva contra esse povo aumentava"
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐈𝐒 𝐈𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄, Ryan Carter
FanficAtenção: Essa história contém spoilers Millie Olsen trabalha há vários meses nas Empresas Carter, uma empresa influente em Nova Iorque e fundada pelo carismático Ryan Carter. Sua vida está bem organizada: ela tem seu apartamento, a Lisa e o Matt são...