Capítulo 16: O meu fio dourado!

1 0 0
                                    

Victor narrando:

Passando 10 anos:

Eu e Vitória já voltamos para a nossa cidade Natal já com o ensino médio completo e sendo chamado pra trabalhar por lá. Quando nós voltemos Vitória trabalhava em uma lojinha de roupas do centro da cidade e estudava o resto do tempo na faculdade de enfermagem e eu trabalhava como segurança na parte do dia em um banco e estudava na faculdade de Engenharia civil, nós morávamos com o meu pai quando nós passamos na faculdade e fomos trabalhar nas nossas áreas de TI depois de um tempo meu pai faleceu de velhice deitado na poltrona de seu quarto lendo um livro que ele adorava, em seguida se casamos e sempre com os nossos amigos do lado. E com nossos amigos aconteceu que Rebecca e Robert terminaram e alguns dias depois se assumiu gay Thiago terminou com Leonor e está solteira Vitória continuou solteira sempre tentando encontrar a sua metade mas não encontrava.

Depois de alguns anos eu e Vitória tivemos dois filhos( a Larissa e o Kauã) mas quando o mais velho completou 12 anos ( no caso o Kauã ) e a outra 10 nós decidimos nos separarmos pois fazia tempo que não tinha mais aquele amor de antigamente só uma amizade boa e sincera. Resumindo o que aconteceu até agora, para não passarmos o resto da nossa vida aqui... Eu tive várias namoradas depois do ocorrido e Rebeca também me seguia nessa, Robert e Diogo estão noivos e Thiago e Vitória estão namorando a algum tempo e todos já tinham os seus respectivos trabalhos. As nossas vidas estavam bem tranquilas e como de costume hoje todos se combinaram de ir lá em casa para conhecerem a minha nova namorada e também o namorado de Rebeca que era a que está atrasada nesse exato momento. Quando penso em ligar para ela vejo um fio do destino me rodeando e depois desaparecendo e como sempre só eu vi, então fui falar com o Sr A ( Já peguei o jeito para fazer as coisas) e a primeira coisa que vi foi a mesmo fio rodeando o Sr A.

-- Por que isso está acontecendo? -- perguntei quando estava em uma boa distância.

-- Finalmente consegui chamar sua atenção! -- falou o Sr A.

-- Como assim? -- perguntei.

-- Eu estou tentando falar com você faz tempo, mas você não me escuta, não sente meu toque, você me bloqueou! Então encontrei esse jeito para chamar sua atenção e funcionou muito bem.

-- O que você quer?

-- Quero pedir para você que me deixe para outra pessoa! -- falou o Sr A se aproximando.

-- Por que isso agora?

-- Por que eu não estou mais servindo pra nada então por favor... -- eu o interrompi.

-- Mas eu queria continuar do seu lado!

-- você já está com o seu destino de volta e não precisa mais dos meus serviços! -- continuou o Sr A sem se preocupar com o que eu disse.

-- Mas... -- sou interrompido.

-- Você tem que levar sua vida normal e nós podemos conversar quando você quiser, nós ainda estamos ligados um com o outro! -- ele dá uma pausa e continua -- esse é o seu destino e já está completo...

Olho para o fio que o rodeia tirando todas as outras atenções ao meu redor e quando percebo...

-- Por que só agora? -- perguntou Sr A com o tom alto e o rosto confuso.

-- Não sai da minha cabeça! -- me vejo segurando o meu destino bem forte nos punhos.

Minha vista começa a girar e eu comecei a cair e parecia um túnel com várias luzes horizontais de cores diferentes que de tempo em tempo mudava de cor fazendo assim eu perceber que a velocidade da minha queda estava bastante alta e o que não deixava aquela velocidade acabar com meu corpo em pedaços foi o fio que constantemente me rodeava com uma velocidade inexplicável para o saber humano em minha proteção, as luzes horizontais começaram a se balançar como se alguém estivesse balançando elas pela ponta e ficando na diagonal aos poucos e depois começaram a parecer silhuetas de uma cidade e de várias pessoas e comecei a perceber o que estava acontecendo. Eu vislumbrava naquele local todo, eu me encontrava de frente a nossa antiga escola do ensino médio que foi abandonada a alguns anos; "pelo nosso incrível e produtivo governo que sempre se preocupou com nossos cidadãos" pensei. Ao olhar para o meu lado esquerdo vejo um carro em alta velocidade e vindo em minha direção só dando tempo de colocar as minhas mãos na frente de meu corpo e fechar os olhos e em alguns minutos ouço uma voz feminina e jovem gritar bem atrás de mim "Por favor me ajudem, ela está sangrando muito" era o que a voz dizia, abro meus olhos e me viro e a primeira coisa que me chama a atenção é uma senhora de uns quarenta anos deitada na pista com uma poça de sangue embaixo de sua cabeça e depois prestei atenção na garota ajoelhada ao seu lado que chorava como uma recém nascida ( que teimava fazer meu cérebro lembrar forçadamente onde eu já tinha a visto e o fato de não me lembrar me deixava bastante zangado) e a multidão ao seu redor bem agitada fazendo ligação e tirando foto , o motorista sai do carro atordoado e bêbado e se ajoelha no chão e começa a chorar ( não tinha como eu não saber quem era aquele motorista, ele estava mais velho mas nunca esqueci de seu rosto).

As luzes voltaram a aparecer mas ainda deu para eu identificar as silhuetas do carro do SAMU e da polícia militar chegando e depois de um tempo me via novamente no túnel de luzes coloridas de antes; sempre caindo, parecia até não ter fim! Até o show de luzes se repetir e dessa vez me encontrava em uma sala de hospital e via aquela mesma senhora de antes mas agora deitada naquela cama e ao seu lado sentado em uma cadeira estava um senhor que segurava sua mão com a cabeça abaixada e uma voz doce e agradável soou por aquela sala dizendo: 

-- Eu não acreditei quando me disseram que era o meu pai que estava dirigindo o carro -- e ficou um tempo calada e depois continuou -- e ele estava bêbado demais.

-- Eu não consegui comprar com a minha promessa que fizemos no início do primeiro grau do ensino médio -- falou o senhor ainda com a cabeça baixa e com uma voz grossa e rouca -- " Eu não vou deixar nada de ruim acontecer com você, mesmo que eu esteja longe, mesmo que eu esteja do outro lado do mundo eu vou te proteger" -- falou com a voz mais fina -- isso foi o que eu disse e olha o que aconteceu! E eu estava bem próximo e não consegui fazer nada.

Uma imagem daquele senhor passava pela minha cabeça, ele estava na porta da escola de costas para a rua quando aconteceu o acidente com a senhora.

-- Não foi sua culpa! Os policiais me disseram que quando o meu pai me viu na faixa de pedestre ele acelerou o carro já com intenção de me atropelar e mesmo ele estando alterado por causa da bebida ele vai ser preso por dirigir bêbado e por tentativa de homicídio -- falou a senhora cautelosamente como se estivesse falando com uma criança que por qualquer palavrinha ela poderia chorar.

-- Eu fiz muitas escolhas erradas e uma delas é deixar você sozinha no tempo em que eu mais precisava ficar ao seu lado. EU SOU UM GRANDE IDIOTA que não tem mais o poder de escolha!

-- Como assim? -- perguntou a senhora.

-- É um segredo antigo!

-- Vamos fazer assim -- falou a senhora se ajeitando na cama de hospital -- eu conto um segredo bem antigo e você me conta esse ai, pode ser?

-- Tá bom.

-- Isso começou a muito tempo... Especificamente no 9° série do ensino fundamental, eu comecei a me interessar por um menino da escola que eu conversava e eu nunca tive a coragem de contar a ele, mas comecei a demonstrar o que sentia e ele nunca percebeu ou nunca quis perceber.

-- Eu... -- ele foi interrompido por ela que continuou a falar.

-- Ainda me pego pensando nele e às vezes até o encarando, como se os namoros que tive fosse só pra esquecer isso e nunca deu certo. 

-- Mas poderia dar certo se você falasse.

-- Poderia não ser certeza.

-- Mas você faria o certo. Não importa o que vai ser a resposta, o que importa é se você está sendo verdadeira com você e com ele! Nunca é querer o sim mas é sempre mostrar o seu ser o que você sente de mais profundo que está em você e pode ser por isso que você nunca esqueceu ele.

-- Pode ser!

-- Então vamos combinar uma coisa ,quando você sair daqui a primeira coisa que você vai fazer é falar com ele sobre isso e dizer a verdade sobre tudo e faça isso pessoalmente pois também vai ser mostrado os sentimentos no momento que você começar a falar -- falou o senhor levantando o olhar para a senhora que está sentada na cama e os dois se abraçam e ela chora silenciosamente no ombro dele.

" Tá bem claro que ela está falando dele e ainda não tem coragem de falar nada!" Pensei sem conhecer nenhum dos dois que estavam naquela sala. As luzes voltam a aparecer devagar mas ainda dá pra ver aquela menina entrando na sala...

Não quero te perder em 48h (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora