the party its over, jennie.

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Infelizmente, chegou aquela hora da história que eu preciso falar de mim mesma.

Não me entendam mal, não é como se eu não confiasse em vocês, é que eu odeio falar de mim. O máximo de coisa boa que já aconteceu na minha vida, foi ver a Megan Fox uma vez.

Minha vida antes de virar uma acompanhante de celebridade, foi passar todo o ano entregando currículo, implorando uma chance. A única coisa que eu tinha certeza era que eu queria ser fotógrafa, mas ninguém consegue viver disso facilmente no Reino Unido.

Uma coisa que vocês precisam saber é que eu sempre fui apaixonada pela Inglaterra. Completamente. É tudo fantástico, até a monarquia fica mais bonita ali, brincadeira. Eu era doida por toda aquela arquitetura, eu sonhava em ter exposições de artes com algumas fotos minhas tiradas do topo do Palácio.

Enrolei o tanto que pude, mas chegou a hora que eu não gosto muito.

"Ah, Lisa, e sua família?"

Eu cheguei na Inglaterra com 16 anos.

Sempre achei que viver na Tailândia, era difícil pra mim, com o meu sonho gigante de viver de fotografia. Então me candidatei para ganhar uma bolsa em um Colégio Interno na pequena cidade de Bournemouth, no sul do Reino Unido e uau, passei.

Antes de viajar, meu inglês era tão ruim que assim que cheguei no Colégio tive que beijar algumas meninas britânicas para poder aprender a língua.

Minha família odiou a ideia, acharam uma loucura. Eu nunca tinha saído do país, nem viajado para fora de casa, mal dormia 2 semanas na casa de uma amiga. Mas meu pai apoiou os meus sonhos, pegou toda nossa economia e me colocou num avião com uma passagem apenas de ida para a Inglaterra. Contra a minha mãe, claro, que o condena até hoje.

O negócio é que eu não vejo eles pessoalmente desde então. Já faz 4 anos.

Eles até que tentaram vir me visitar em datas comemorativas, mas eu nunca deixei. Eu não queria que eles vissem como eu estava desde que deixei o Colégio, a minha casa era tão minúscula que nem sabia como cabia minhas pernas longas.

Uma vez minha mãe falou no telefone que meu pai chorava todos os dias, arrependido de me ter colocado naquele avião. Isso que eu nem falei que não passei em nenhuma das Universidades grátis que tinham fotografia na grade, que eu poderia. Aí sim, iríamos ter uma família asiática na porta da minha casa minúscula, jogando todos os meus itens de valor, no caso pratos, bem na minha cara.

Eu tenho certeza que eles acham que aqui, eu sou uma moradora de rua. Eles nunca nem me viram em nenhuma foto com uma câmera profissional, trabalhando. Então entendo o porque acham que nunca vou me dar bem.

Assim que terminei o Colegial, 2 anos atrás, fui dividir uma casa com uma menina chamada Cris. Que era doida. 5 meses depois, disse que escutou um chamado de Deus e logo depois foi embora, então, eu fiquei com a casa toda pra mim. Isso não foi nada positivo, fiquei tendo que pagar o aluguel sozinha, com um emprego ridículo numa lanchonete perto da biblioteca Royal.

Foi nesse momento, que finalmente resolvi aceitar a ajuda da minha melhor amiga milionária. Era isso, ou ficar sem casa e sem emprego pelos próximos dias.

Eu recebo uma ligação pedinte da minha família para que eu volte pra o meu país, pelo menos uma vez por semana. Mas eu fiz uma promessa de não ceder até conseguir um emprego estável.

Meu irmão mais velho é engenheiro eletrônico em Bangkok e ele está prosperando, minha mãe faz questão de me dizer isso todas as vezes que atendo suas ligações. Voltar lá sem pelo menos iniciar uma Universidade, é sem chance pra mim.

I Met an Idol (Jenlisa) Onde histórias criam vida. Descubra agora