Capítulo 04

318 36 72
                                    

Boa leitura!

💙💜

            A noite que se seguiu foi muito tensa para Dove. Depois de se despedir dos amigos, ela retornou ao quarto onde havia deixado Sofia. Ela estava na mesma posição e imóvel, se não fosse sua respiração e o piscar de olhos, pareceria uma bela estátua. Após ajudar a amiga com as higienes básicas, trocar sua roupa e deitá-la finalmente pôde ir para o seu quarto, onde acreditava que poderia dormir.

            Passou um bom tempo da noite virando de um lado para o outro da cama, o sono não conseguia sequer chegar. Após olhar o relógio não passava de cinco da manhã, achou por bem ir até o quarto ao lado ver como a amiga estava, ao chegar lá não deixou de sorrir ao ver que ela dormia e estava na mesma posição em que havia lhe ajudado horas antes. Resolveu guardar as roupas dela, em seguida se aproximou da amiga e se ajoelhou em sua frente. Acariciou sua face, lhe beijou a testa com carinho.

            - Tem tanta coisa que você precisa saber, Sof, mas acho que por ora vou te contar uma coisa. Eu estou noiva! Sim, noiva! Você não chegou a conhecê-la, ela se chama Olívia Meyer, é uma empresária. Sei que você vai adorar conhecê-la. – a fitou por um momento, ela parecia tão serena em seu sono. – Eu posso te contar um segredo? Eu gosto muito dela, óbvio que quero me casar com ela, mas preciso assumir que tentei adiar ao máximo. Eu queria você ao meu lado, como sempre combinamos. Pode ser loucura minha, mas nunca acreditei que você tinha "morrido", nunca perdi a esperança de te encontrar. Só marcamos a data, por Olívia ter insistido muito, mas aqui está você, meu bem!

            Pausou por um momento e se achou uma idiota por estar contando aquelas coisas para ela. Estava dormindo, afinal de contas, mas isso não lhe impediu de pensar "E se ela realmente não entendesse?" "E se fosse mesmo uma casca vazia?" Não era muito racional ficar conversando com uma pessoa que não parecia estar ali. Dove segurou as mãos dela, desejando um mínimo sinal de que ela estava ali, mas nada aconteceu.

            Respirou fundo, deu um pequeno sorriso, a luta mal havia começado e já estava pensando em desistir? O que Sarah havia recomendado? Conversar, mesmo se ela não respondesse, por mais loucura que fosse a situação. Não poderia desistir, não depois de levá-la para sua casa e decidida a achar uma cura. Sofia estava ali, afinal de contas. Mas o que acontecera com ela durante esses anos? O quanto ela deveria ter sofrido? Porém, ela estava viva e depois de passar por tudo isso só, era a hora de ela ter nessa luta aqueles que lhe amavam e Dove, sem dúvidas a amava. A loira suspirou de leve, antes de beijar as mãos da amiga.

            - Me desculpa Sofia, mas eu só te peço que me ajude de alguma forma, pois sozinha vai ser muito difícil conseguir. – Dove estava sentada ao seu lado, mas ainda segurando-lhe as mãos. – Você sempre esteve ao meu lado quando eu precisei, mas agora eu quem deveria estar lhe confortando, só que realmente parece que estamos ao contrário.

            Dove parou e sorriu novamente para a amiga, antes de ficar de pé. Consultou o relógio e pôde perceber que a hora havia passado e o sol já estava raiando. Deixou o quarto por um momento, a fim de pegar uma toalha, sabonetes e shampoo. Assim que retornou, escolheu uma roupa para Sofia, colocando-a sobre a cama em seguida. Um certo nervosismo lhe invadiu e lhe deixou corada, mas não tinha do que se envergonhar, estava prestes a dar banho na irmã. E se de alguma forma percebesse que não conseguiria se sair bem nessa tarefa, arranjaria alguém para ajudar a cuidar de Sofia.

            - Vamos tomar um banho, Sof? – a ajudou a levantar e a guiou até o banheiro do quarto. – Lembro das inúmeras vezes em que você me ajudou no banho. Lembra aquela ducha fria por eu ter bebido demais? Você quase arrancou meu vestido e me jogou no chuveiro frio. Eu poderia dar o troco? Poderia, mas sou uma amiga muito boazinha e vou preparar a banheira com água quente.

The SilenceOnde histórias criam vida. Descubra agora