Capítulo 12

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Boa leitura
💙💜


            Sempre ficava nervoso por saber que iria encontrar com Cassandra. Sentia-se o adolescente apaixonado da escola que não sabia como agir. Talvez ainda houvessem resquícios daquela época, ou melhor, sem sombra de dúvidas, tinha. Louis andava de um lado para o outro em frente à porta do hotel em que Cass estava hospedada, além do nervosismo, temia pela reação dela ao lhe contar os últimos acontecimentos.

            - O que você quer? – Cassandra perguntou ao abrir a porta do quarto em que estava hospedada.

            - Posso entrar? – a mulher hesitou por alguns segundos, mas terminou permitindo a entrada dele.

            - Seja breve.

            - Dove pediu que viesse. – ele disse. Aquilo só pareceu irritá-la ainda mais.

            - Tão previsível. Você não viria até mim por vontade própria, não é Louis?

            - O-o que eu quis dizer foi...

            - Não importa. Diga de uma vez. – Cassandra sentou numa poltrona que havia numa ampla antessala e Louis sentiu em sua frente, no sofá.

            - Ela acha que não será capaz de encontrar a fórmula.

            - Como não? Precisamos descobrir a droga original, para tentar fazer um antidoto que reverta seus efeitos neurológicos.

            - Quem a criou, está morto. Com isso a fórmula está perdida para sempre, pois parece que nem as pessoas que a comercializam atualmente a produzem, apenas replicam uma quantidade original. – Louis tentou explicar o que ouvira de Dove.

            - Como ela está? – Cass perguntou, preocupada.

            - Arrasada. Quer saber se há como curá-la sem a fórmula e de forma rápida.

            - Infelizmente, eu não vejo outro caminho. Eu preciso estudar tudo novamente para tentar reverter esse quadro neurológico.

            - Você vai desistir? – ela não respondeu de imediato. Respirou fundo, ficou de pé e deu algumas voltas pela antessala. Louis viu diversos livros abertos pela mesinha, com anotações ao lado. Cassandra estava visivelmente cansada, como se há dias não dormisse direito.

            - Não costumo desistir tão fácil assim. Pretendo estudar mais sobre o assunto, talvez eu encontre alguma coisa que deixei passar antes...

            - Não exagere, por favor. – Louis ficou de pé também e sem perceber, já estava próximo a ela. – Você parece cansada.

            - E-eu estou bem. – ela vacilou quando o viu tão perto. Por mais que os anos tivessem passado, e por mais que ele a tivesse magoado, ainda assim, nunca fora capaz de esquecê-lo.

            - Você não mudou nada. – ele deu um pequeno sorriso. A mulher o encarava, e mesmo achando que ele iria se afastar, ela o tocou na face. Surpreendeu-se quando Louis apenas fechou os olhos. – Eu sei o quanto fui fraco. Um monstro.

            - Um monstro? Que tipo de monstro pensa assim, Louis? – sua voz soou tristemente, e quando Louis abriu os olhos, percebeu que algumas lágrimas brilhavam na face da mulher.

            - Eu sinto muito. Eu sei que é tarde demais, mas...

            - Tarde demais? Eu realmente queria poder dizer que não sinto mais nada por você, mas... Eu estaria cometendo o mesmo erro que você. – ela então, não disse mais nada. Apenas o beijou.

The SilenceOnde histórias criam vida. Descubra agora