Luísa Parker
Estou prestes a abrir a porta do meu mais novo e antigo emprego, para ir embora, pensando em como falar a Elizabeth que estou desempregada.
Nossa, porque as pessoas tem que ser assim?
Uma vez meu pai disse que as pessoas são ruins e não precisam de nenhum motivo em especial para isso.Estou começando a acreditar nisso, já que oque aconteceu não parece, para mim, ser motivo o suficiente pra uma demissão.
Várias pessoas podem ser atrapalhadas hoje em dia, acontece que Karina simplesmente não vai com minha cara, e eu não sei o motivo, mas aparentemente ela estava apenas esperando algo bastante idiota acontecer para poder me botar no olho da rua.
Pobrezinha da Sky, parece que ela realmente ficou triste.Depois do abraço que me deu, ela só correu para o banheiro, acho que foi chorar escondido.Suspiro decepcionada.
— Ei! Garçonete. – antes de sair ouço a voz de um dos motivos de eu estar desempregada.Olho os quatro homens que estão sentados à mesa.Achei que já teriam ido embora.
Olho em volta procurando Sky, para que possa atendê-los, mas não à encontro.Provavelmente deve estar no banheiro ainda.
O homem acena com a mão me chamando novamente.Ando até a mesa com passos lentos. — Sim? – pergunto encolhendo os ombros. Triste é pouco para oque estou sentindo.
Não é pelo emprego em si, claro que vai me fazer falta, mas é pelo ódio que uma pessoa pode sentir por outra sem motivo algum.Não estou muito acostumada com isso, com nada disso.Talvez meu pai estivesse certo
— Esta tudo bem com você? – algum deles me pergunta e apenas aceno que sim.
— Bom! Queríamos fazer outro pedido... – o loiro de antes começa a falar se mexendo na cadeira um pouco desconfortável, creio que seja porque esta escrito na minha testa que só quero ir embora. Antes que ele continuasse interrompo o mesmo.
— Sinto muito. Não posso atendê-los. – começo e eles me olham com estranheza. — Não trabalho mais aqui. – sorrio constrangida e aponto para a cozinha onde fica o banheiro que Sky deve estar. — Vocês podem chamar a moça que vai sair dali à alguns minutos.Tenham uma boa tarde.
Me viro saindo da lanchonete, sinto rajadas de vento no meu rosto e cabelos, antes que continuasse a andar seguram meu braço e me viro vendo o loiro da mesa.Estou começando a ficar irritada, isso é bastante raro, ouso dizer que só fiquei uma vez na vida.
Poxa, eu so quero ir para casa.Qual o problema dessa gente? Será que meu pai estava realmente certo e as pessoas são tão ruins quanto suas atitudes? Já não é o bastante ir fofocar sobre mim para Karina? Agora querem jogar na minha cara que perdi meu emprego também?
— Algum problema? – puxo meu braço de volta, desconfortável com aquilo.Ninguém pode lhe tocar sem sua permissão.
O loiro a minha frente coloca as mãos no bolso.Agora vejo que minha ex chefe tem um bom gosto para amigos, pelo menos por fora parecem bem bonitos.
— Pode dizer o motivo da sua demissão? – questiona e o encaro franzindo as sombrancelhas sem entender o porquê de seu interesse.
Não é como se ele não soubesse o real motivo.O olho mais uma vez e vejo que o mesmo parece estar curioso ou até mesmo confuso.Talvez ele não saiba mesmo.
— Não. – respondo simples e ando em direção ao ponto de ônibus.
Se ele não sabe, que continue assim, afinal oque ele poderia fazer? Me dar meu emprego de volta? Não, não seria a mesma coisa.Melhor deixar do jeito que esta, prefiro não arrumar confusão.
Ouço passos atrás de mim e logo depois uma voz irritada.
— Porque?
Será que é esse o sentimento de achar uma pessoa burra?
— Não te conheço. – continuo andando e passando do ponto de ônibus, talvez eu vá ao parque.Esta um pouco tarde, mas pode me fazer bem. — E me deixe em paz. – gesticulo andando.
Não ouvindo mais passos, suspiro aliviada por ter finalmente paz.Os meus minutos de desemprego tem sido bastante agitados.Chegando ao parque me sento no banco.
Como esta quase escurecendo não tem muitas pessoas quanto na luz do dia.Fecho os olho por um momento pensando em como essa semana foi bem diferente das outras, digo até que emocionante.
Eu sempre fazia muitas perguntas a minha mãe, e uma das mais frequentes era o porque de não poder sair para brincar do lado de fora, como qualquer criança normal.E ela sempre me olhava sorrindo dizendo que eu era tão especial e delicada quanto uma flor, não podia correr o risco de me machucar.Ficava tão feliz em saber que era uma florzinha.
Uma mentira boba para uma criança que acreditava em tudo.Era por causa dele, tudo sempre era por causa dele.Mas eu nunca questionava á ele diretamente, não queria aborrece-lo. Quando vejo crianças brincando, como duas agora que brincam com um cachorro, me sinto feliz por elas.Crianças jamais deveriam ser presas de tal forma, ninguém na verdade.
Sorrio quando as crianças brigam pela atenção do cachorro.É realmente encantador.
— Você foi demitida e esta sorrindo?
Desmancho o sorriso. — Me seguiu? – questiono já sem paciência. — Olha aqui! Não sei oque esta querendo, mas porque não segue sua vida e me deixa seguir a minha? Não preciso de ninguém me lembrando que estou desempregada. – o olho vermelha de raiva.
Sei que parece errado descontar minha frustração no loiro a minha frente, mas ele esta pedindo para isso.
Ele levanta as mãos em sinal de rendição. — Só quero saber oque houve. – suspira. — É uma coisa de policial sabe? Ver alguém com algum tipo de problema e tentar ajudar.
— Não sei e não preciso de ajuda. – rebato querendo que ele vá embora.
Da de ombros. — Não importa, pessoas que precisam de ajuda nunca pedem ajuda.
Engulo em seco. — Fale oque você quer!
— Me chamo Aiden. – dito isso ele apenas se senta ao meu lado enquanto o ignoro e olho para frente onde as crianças continuam a brincar, agora correndo atrás do cachorro. — Você vai me falar?
Se eu falar ele vai embora.Com esse pensamento o respondo. — Fui demitida pois me atrapalhei na hora de atender você e seus amigos. – o encaro com tédio vendo que esse motivo não é estúpido somente na boca de Karina. — Você deveria saber.
Ele me olha interrogativo. — Como assim?
Levanto do banco vendo que já esta tarde, e cansada dessa conversa. — Foi vocês quem reclamaram para ela. – ele iria dizer algo, mas continuo. — Não tem importância.Não mais.
Com isso me afasto de Aiden.Resolvo ir para o apartamento andando mesmo.Faz tempo que eu não caminho, vai me fazer bem.Perder umas calorias, já estava ficando sedentária.
Quando vou atravessar a rua olho para trás só pra ter certeza que o loiro não está me seguindo novamente.Grande erro.Com isso não vejo o carro que vem em minha direção.
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Corações Em Chamas (EM ANDAMENTO)
RomanceLuísa Parker, uma mulher cheia de sonhos, que vê a vida como um bem precioso.Uma pessoa que emana simpátia, sorri por simples motivos, apesar disso, tem um passado triste que pretende deixar no passado. Mas o passado não pretende deixá-la. Mattia Gr...