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Mattia Greco

Desde a minha infância sempre achei a vida uma merda.Sabe o choro por um Joelho ralado ao cair de bicicleta ou uma paixonite na adolescência? Então, nunca vivenciei esse tipo de coisa.

A minha infância foi um tanto conturbada, pesadelos e gritos a noite, tentava não fazer muito barulho para não deixar minha mãe preocupada. Minha adolescência não foi tão diferente, só que aproveitava mais, como as festas, apesar de ser inteligente eu não era considerado um nerd por ser bonito, então sempre me chamavam para as farras e essa porra toda.

Na minha vida adulta os pesadelos viraram apenas lembranças ruins em meio ao sono e os gritos já não existiam mais.Meu pai sempre falou para encobrir os sentimentos pois eles são oque te causam problemas, foi isso que eu fiz.

Minha mãe diz que até demais

Preservo muito minha família, Enrico sendo mais novo é meu dever proteger ele e nossa mãe, afinal eu prometi isso a meu pai e fiz um juramento ao me tornar capô.

Minha mãe acha que sou um pouco insensível.

Bom, se ser insensível quer dizer deixa-la em segurança a qualquer custo, então sim! Sou insensível.

Não vai falar mesmo? Acho que vou me divertir hoje. – Luke sorri enquanto esmurra o homem a nossa frente que tomba a cabeça para o lado. — Ora não desmaie, nem começamos e você quer cochilar? Não seja mal educado.

Luke parece inofensivo, mas é um psicopata de merda por isso é meu braço direito.Quando conheci ele pensei em mata-lo, achava ele descontrolado e isso era bastante ruin.Em um certo momento acho que me identifiquei com ele, uma pessoa que não sabe fazer nada além de matar.Então apenas lhe dei uma chance e cá estamos nós.

Pego minha arma e levanto da cadeira em que estava.Aponto a mesma na testa do homem. — Não banque o honesto e abra logo a boca, irei lhe poupar o sofrimento se o fizer.

O homem treme de medo e parece ponderar, digamos que não tenho uma fama muito boa entre meus rivais.Um tiro na testa é um luxo para quem esta em minhas mãos.

Por fim, o homem suspira. — Olha cara, eu não sei de nada! Só sigo ordens... – e antes que ele continuasse apenas atiro em uma de suas pernas.Estou sendo paciente demais.Ele urra de dor.

— Parece que vamos pelo lado mais divertido. – Luke sorri e vai em busca de algumas das suas ferramentas.Hoje não serei eu a tirar informações desse homem.

— Faça oque você quiser! Só descubra se oque pensamos é verdade ou não. – digo saindo da sala que fica em uma casa, que usamos quando queremos conversar, se é que vocês me entendem.

— Pode deixar. – ouço meu amigo gritar quando já estou fora.

Fiquei pensativo em relação a Cam Mckenzie estar aqui e não na Rússia como previsto.A máfia escocesa é uma grande aliada no tráfico de armas, proteção, esquadrão de morte etc.Nós temos uma aliança desde que Marcos Mckenzie assumiu o cargo de capô e isso já faz bastante tempo, eu era uma criança quando ocorreu, e antes disso era uma verdadeira chacina.Uma guerra sem fim, onde pequenas provocações acabavam em mortes.

E isso acabou.Ou pelo menos tinha acabado.

Cam é um grande filho da puta, mas mesmo assim é o sucessor de Marcos.Ou seja se depender dele todo mundo se fode novamente e até pior do que antes.

O idiota com certeza esta tramando algo para matar seu próprio pai e ele vai conseguir se não descobrirmos oque e como o quanto antes.Ai você me pergunta, tá mas por que você simplesmente não avisa ao Marcos? que é pai dele?

Simples! Na máfia temos que sempre, mas sempre mesmo, ter certeza e provas do que estamos falando.Não é simplesmente apontar o dedo e pronto.E é por isso que Luke deve estar arracando os dedos daquele homem nesse estante, por respostas.

Aquele cara sendo torturado não faz parte da máfia escocesa.Descobrimos recentemente que Cam talvez esteja fazendo aliança com uma máfia rival a nossa e possivelmente aquele homem faça parte dela.Enfim, ele fala ou morre lentamente e dolorosamente.

Entro no meu carro e ligo para Ian, o mesmo atende após a segunda chamada.

"Greco." – Comprimenta. "Não descobri muita coisa! Só que o Mckenzie adora uma boa garota de programa! Tem várias ligações para elas". – ri.

— Continue procurando. – desligo sem me importar com sua resposta.

Tenho que ir jantar em minha casa hoje, parece que minha mãe não esqueceu minha existência.Paro o carro em frente ao portão da minha casa, não moro fixamente aqui mas ainda considero minha casa.Deixo o carro na garagem e entro de uma vez na casa.

— Além de esquecer que tem mãe esqueceu os modos também?

— O almoço já está pronto? – pergunto ignorando oque minha mãe dissera.

— Sim estávamos esperando você. – fala dessa vez mais animada

Arqueo as sombrancelhas. — "Estavamos"? Pensei que só fossemos eu e a senhora. – cruzo os braços imaginando onde isso vai dar.Começo a andar em direção cômodo em que fica a mesa de jantar.

— Achei que você não viesse e convidei uma amiga, caso isso acontecesse. – fala enquanto caminha atrás de mim.

Quando chego perto da mesa vejo que tem uma mulher sentada a mesa.Passo os dedos na testa começando a ficar realmente irritado.

— Amiga não é? – resmungo baixo para que apenas minha mãe a
ouça.As amigas de minha mãe tem geralmente a mesma idade que ela, e não vinte e sete anos.

— Sente-se querido! – ignora completamente oque eu disse. — Esta é Kiara, filha de Lucy. – sorri.Lucy é uma das amigas de minha mãe.Uma mulher até que simpática, se não fosse tão superficial.

Apenas sento em uma cadeira afastada e aceno para a mulher que expõe um sorriso gigante no rosto, parecendo não notar meu desconforto.

Minha mãe diz que quer me ver construir uma família e lhe dar netos.Oque não irá acontecer.Oque esta acontecendo agora é mais uma tentativa falha de me empurrar para alguém.

— Como você esta, mãe? – pergunto após alguns segundos de silêncio.A empregada da casa começa a trazer a massa e quando vem em minha direção, gesticulo que não com a mão.

Minha mãe estreita os olhos em minha direção. — Não foi isso que lhe ensinei.Seja educado uma vez na vida e comprimente a nossa visita.

— Sua.

— Oque? – indaga sem ter entendido.

— Sua visita.Vim pela senhora. – dou de ombros á encarando com tédio.

— Eu posso voltar outra hora. – Se pronuncia Kiara que menciona levantar de sua cadeira.

Minha mãe a empurra de volta. — Não não, fique ai.Não ligue! Ele esta tendo um dia ruin. – tenta aliviar a tensão que se estendeu no ar. – Vamos comer, por favor. – suplica e a moça concorda com a cabeça sorrindo amarelo.

Apenas tomo um pouco de água, não estou com fome.Não agora.Levanto de minha cadeira e ando até a porta.ja esta mais que na hora de ir embora.  

Ouço passos atrás de mim — Onde vai? Nem comeu!

— Não vim para comer, mãe. – passo as mãos no cabelo ainda virado. — Vim para saber como você estava e não para essa palhaçada toda. – rodo a maçaneta. — Quando quiser conversar de verdade e a sós, eu voltarei.

Ela não é uma pessoa ruin, só é muito intrometida.Desde que éramos crianças minha mãe sempre foi muito protetora conosco.Ela diz que não me quer ver sozinho, mas isso é tudo oque eu quero.

E assim saio de casa mais uma vez, brigado com minha mãe.

Enquanto ando meu celular toca e atendo rapidamente vendo que é Luke.

— Descobrimos algo. – desligo o celular tão rápido quanto atendi,  e dirijo o mais rápido que posso para me encontrar com Luke.

Corações Em Chamas (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora