Capítulo 3

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Ret estava a alguns metros dali segurando uma arma e com um olhar de fúria pior do que nunca vi antes. Ele começou a caminhar lentamente até homem que soltou meus cabelos e segurou meu braço.

- Ela é minha fiel patrão, tava de caô pro meu lado. - O filho da puta mentiu na cara de pau e Ret soltou uma gargalhada baixa encarando a cena. Pegou um rádio comunicador na cintura e o levou próximo a boca.

- Manda um dos foguetes que tão perto do dogão vir na rua de cima. - Depois disso ele guardou o aparelho e voltou a encarar o homem. - Solta a mina. - Sua ordem fez os pêlos do meu corpo se arrepiarem, o homem que segurava meu braço hesitou alguns instantes, depois simplesmente me jogou com toda sua força pra cima do Ret.

Ret me segurou no lugar quando bati em seu peito e desceu seu olhar para o canto da minha boca machucada. Ouvi passos e um adolescente com um fuzil nas mãos apareceu.

- Já sabe. - Foi o que Ret disse antes do foguete começar a arrastar o homem ladeira acima.

- O que você vai fazer com ele? - Questionei dando um passo pra trás, da última vez que nos vimos ele parecia querer me matar e agora impedia que isso acontecesse.

- Não te mete nisso. - Ele guardou a arma nas costas e depois me encarou.

- Me meto sim, ele poderia ter me estuprado, eu tenho o direito de saber. - Respondi.

- Não me faça ter que te colocar no teu lugar. Aqui quem manda sou eu, porra. - Ele deu um passo em minha direção e meu coração deu um salto.

- É por isso que agiu daquela forma no camarote? Porque acha que manda em todo mundo? - Dei um passo pra frente, dessa vez quase encostando nele.

- Eu não acho... - Seu último passo fez nossos corpos se colarem, meus seios e seu peitoral grudados, Ret se abaixou um pouco e sussurrou em meu ouvido. - Eu mando.

- Bem... - Minha voz saiu rouca e eu respirei fundo antes de continuar. - Em todo caso, não faço parte disso, então você não manda em mim. - Meu olhar era bem intenso, ele achou que eu recusaria a proximidade, mas aqui estava eu, colada ao seu peito.

- Eu ainda vou te bota pra sentar pra mim, mina. - Sua voz era um sussurro em meu ouvido fazendo todos os pêlos do meu corpo se arrepiarem. Ele se recompôs e deu um passo pra trás. - Vem, vamo limpar esse machucado.

- Eu não preciso que...

- Olha só, minha paciência contigo tá acabando, então vem pianinho. - Suspirou e começou a subir. Então, ignorando os avisos do meu corpo e do meu coração, eu o segui para sabe Deus onde.

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Eu já estava com os pés doendo de tanto subir, aquele lugar não parecia ter fim. Ninguém falava nada e Ret não tentou qualquer outra aproximação.

Chegamos finalmente em uma casa sem acabamentos, havia mais homens lá, alguns de fuzis também, outros com um cigarro na boca, o cheiro de maconha era perceptível alí.

- Fioti, desce a quebrada e vai buscar o André, ele tá atracado com alguma piranha lá no camarote.

- Eii! - O homem todo tatuado me encarou junto com todos os olhares de todos os homens ao redor.

- E tu vai fica caladinha, sem gracinha pro meu lado. - Ele apontou o dedo em minha direção.

- Eu quero ir embora, não sou obrigada a ficar ouvido você falar merda. - Cruzei os braços sentindo minhas bochechas arderem.

- Tô perdendo a paciência contigo. - Suspirou me encarando. - Labres, dá um trato nesse machucado dela, Diogo, tu pode subir e ficar de olho no Marquin, se ele fugir já sabe quem vai sustentar o b.o. - Um deles se aproximou de mim analisando o canto da minha boca. - Depois que tiver com o curativo tu some daqui. - Suspirei. - Tu já me causou problemas demais.

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