Capítulo 2

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Caminhei até o Complexo a pé me poupando de mais um gasto com uber. Em 30 minutos eu já avistava a casa onde Priscila morava com a mãe e a filha. Bati na porta algumas vezes até dona Cátia abrir pra mim.

- Menina eu nem acreditei quando Priscila me contou que tu subiu pro baile com ela. - Ela me puxou para um abraço calouroso e eu sorri retribuindo.

- Que saudade, dona Cátia. - Ela me puxou pra dentro de casa e eu já podia ouvir um som alto vindo de lá de dentro.

- Priscila tá que nem uma doida dançando, dizendo ela que tá faxinando a casa. - Entramos na cozinha ao mesmo tempo que Priscila dançava até o chão ao som de Senta Em Cima dos Menor Faz o Fuck In Pussy, sua filha de 2 anos acompanhava os movimentos.

- PIRANHA! - Ela gritou feliz me puxando pra um abraço. Enquanto a batida da música fazia um grave comecei a rebolar junto com ela até o chão.

- Vocês não tem jeito mesmo. - Cátia jogou um pano de prato em cima da gente. - Almoço tá quase pronto. - Avisou e saiu pra varanda indo estender roupas no varal.

- Paola, vai perguntar sua vó se ela precisa de ajuda. - A menina sorriu e saiu pulando radiante atrás da mulher. Priscila abaixou o som um pouco e puxou uma cadeira pra se sentar. - Tá rolando um baile lá no morro já, bora? - Ela sorriu pegando o celular.

- Hum... Nao sei se é uma boa idéia, amanhã tenho que ir no presídio visitar meu pai. - Suspirei desconfortável.

- Já fez as compras pra levar pra ele? - Ela parecia levar aquela situação normalmente.

- Então, vou fazer isso daqui a pouco. - Avisei.

- Então depois que tu comprar os bagulho a gente sobe pro baile. Tô doida pra ver aquele homem de novo. - Ela se abanou.

- Você não queria o chefão? - Questionei.

- Eu quero. - Ela sorriu e deu de ombros. - Tô na espreita por enquanto descobrindo qual personalidade usar pra conquistar ele. - Gargalhei com seu comentário. - Quero ser a primeira dama dessa favela. - Ela fez bico e Cátia entrou no cômodo gargalhando.

- Essa daí não tem jeito.

- Não tem mesmo. - Concordei.

- Não gente, perae. O sonho de todo prikito nessa favela é ser a fiel dele, vamo colocar na balança que o cara é um gostoso, com cara de mal, fama de pirocudo.

- Por Deus PRISCILA! - Cátia repreendeu.

- Todo prikito não, tira o meu da lista. - Avisei.

- Porque você ainda não conhece ele. Quando conhecer, tenho certeza que vai entrar na fila. - Dei de ombros com sua afirmação.

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O Complexo parecia um formigueiro. Meu vestido tubinho decotado nos seios insistia em subir, meu salto alto fino tinha dificuldade em se adaptar, meus cabelos estavam lisos ao extremo descendo por minhas costas e minha maquiagem trabalhosa estava intacta apesar dos grandes metros que Priscila e eu tivemos que caminhar.

A música tocava alta, nosso primeiro ato ao chegar foi comprar bebidas e agora caminhavamos ao mesmo tempo que bebiamos o conteúdo.

Não demorou nem 20 minutos pra Priscila estar atracada com um moreno tatuado e eu servindo de vela. Nenhum dos homens dali me despertavam interesse e tendo isso em vista apenas me soltei, negando pedidos a cada 5 minutos.

- André tá chamando a gente pro camarote. - Ela gritou no meu ouvido. - Bora? - Olhei ao redor da multidão e depois acenei com a cabeça. Começamos a caminhar e 30 minutos depois entravamos na área vip do baile.

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