- E sua mãe? - Meu pai perguntou minutos depois que nos sentamos e começamos a conversar.
- A mesma. - Suspirei.
- Pâm... Mais algum dos namorados dela...
- Não. Não, pai. - Respondi antes que ele pudesse responder.
- Não precisa ficar com medo por causa da última vez. - Ele esticou sua mão por cima da mesa e segurou a minha.
- Pai... - Retribuí seu aperto. - Não sei quando virei te ver novamente. - Seu rosto tomou uma expressão de dor.
- Tudo bem. - Ele concordou. - É muito... Humilhante passar por aquela revista inicial. Entendo você, querida.
- Nao. Não por isso. - Me preparei para as próximas palavras. - Fui demitida.
- Você conseguirá outro emprego em breve, Pâm. - Ele acariciou meu rosto. - Não quero mais que se preocupe comigo.
- Não vou abandonar você aqui. - Respondi.
- Eu não quero que você viva o meu erro. Ah, Pâm... Você é tão jovem, tão linda... Eu quero que você viva, tanto quanto eu ou sua mãe vivemos.
- O erro não foi seu... - Meus olhos se enchiam de lágrimas enquanto ele acariciava meus cabelos.
- Foi sim. - Seu sorriso era triste e pela primeira vez eu vi as consequências daquela noite, refletindo em seus olhos. - Jamais deixe algum homem tocar em você sem sua permissão. E se isso acontecer, você sabe com quem contar...
- Eu vou viver... - Foi o que eu disse ao mesmo tempo que uma lágrima descia meu rosto.
Não vou mais sobreviver e esperar que o mundo me mate. Não vou mais esperar que as coisas na minha vida se acertem. Não quero mais esperar o perdão da minha mãe.
Eu estava me libertando daquelas amarras que tão nova me enjaularam. Meu pai estava preso aqui agora porque ele me deu asas.
E eu voaria. Tão alto. Tão livre.
๑๑
Um vento frio me assolava no final da tarde quando deixei meu pai. O lugar era como um deserto, nada nas proximidades além de mato, dali até um ponto de ônibus seguro levaria cerca de 30 minutos e eu teria que me apressar pra não anoitecer enquanto eu estivesse no caminho.
Meus cabelos estavam em um rabo de cavalo com algumas mexas soltas e a calça jeans apertava bem as minhas curvas, abracei meu corpo e respirei fundo antes de ar alguns passos.
O som de uma moto no entanto interrompeu meu trajeto. Meu coração pulava, minhas mãos suavam, o sol estava se pondo e não havia uma alma viva que pudesse me ajudar no entorno daquele lugar (exceto os guardas que já haviam se recolhido para a guarita no lado de dentro do presídio). Com desespero minhas pernas começaram a se mover rapidamente e logo eu estava correndo, no entanto o motoqueiro acelerou mais ainda e parou bem na minha frente me fazendo parar abruptamente.
- Você... - Suas palavras saíram abafadas e eu arregalei meus olhos confusa, então ele tirou seu capacete e foi aí que eu fraquejei mais ainda.
- Oh, merda... - Falei ainda encarando de volta.
- O que tu tá fazendo aqui? - Ret perguntou, o homem estava de tirar o fôlego com uma jaqueta de couro envolvendo seus braços e um perfume que confundia qualquer neurônio sensato que tivesse passado na minha cabeça naquele momento.
- Você quer mesmo que eu te responda? - Questionei apertando meus braços ainda mais forte ao meu redor. Ele me avaliava e em dado momento negou com a cabeça (provavelmente espantando seu próprio pensamento já que permanecemos um bom tempo em silêncio).
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๑Sensations๑
Fanfiction"Ele está disposto a fazer dela, a rainha da favela..." Conteúdo adulto⭐️ . . Com apenas 20 anos, Pâmela Duarte se vê obrigada a sustentar responsabilidades que qualquer jovem na sua idade não deveria ter. Com uma língua afiada e personalidade forte...