Capítulo 8

52 5 1
                                    

Ret finalmente chegou ao camarote. E quando seus olhos pousaram em mim, não se afastaram mais.

Ele ainda tinha que cumprimentar as pessoas que estavam alí mas, o tempo todo pegava ele me encarando. Eu estava parada de costas para as pessoas encarando o movimento lá embaixo, Priscila já estava no colo de André sorrindo atoa pela cerveja.

- Eai. - Sua voz estava perto do meu pescoço e eu quase pulei de susto.

- Ãn... Oi. - Respondi desconcertada, meu salto diminuía nossa diferença de altura. Ele estendeu uma mão para mim e eu arqueei uma sobrancelha confusa. - O que é isso?

- Sua mão. - Ele respondeu simplesmente.

Lentamente levantei minha mão descansando sob a sua, era áspera e maior que a minha. Eu não estava entendendo nada, o estranhamento se fazia presente naquele momento. Ele segurou com firmeza e sem quebrar o contato visual, beijo a parte de cima inspirando.

- O que você está fazendo? - Eu encarava o ato complementamente confusa.

- Tentando ser o cavalheiro que você quer que eu seja. - Ele respondeu.

- Eu não quero que você mude por mim. - Tentei puxar minha mão bruscamente, mas ele ainda a segurava. - Ret... - Chamei esperando ele me soltar.

- Filipe. - Ele respondeu. - Pode me chamar de Filipe.

- Filipe?

- Isso.

- E-esse é o seu nome verdadeiro?

- Ninguém me chama por ele, então se espalhar por aí, ninguém vai acreditar.

- Eu não ia contar pra ninguém. - Segurei sua mão de volta singelamente antes de finalmente me afastar do seu toque.

- Não sei o que tá pegando contigo, morena. - Ele respondeu. - Mas tô querendo...

- Ô Ret! - Alguém chamou interrompendo ele, um menino magro e baixo se aproximou. - D7 não tá conseguindo fechar as contas lá na boca, pediu pra eu chamar tu!

- Já tô subindo, foguete. - Ele respondeu e eu limpei minhas mãos no vestido que começava a suar. - Aliás, tu tá linda, morena.

- Pâmela. - Corrigi. - Não é uma surpresa mas, me chame de Pâm se preferir.

- Não gosta de morena?

- Quando me chama disso, tenho a sensação que esquece o nome das mulheres com frequência e pra facilitar comigo, me chama disso.

- Você tem razão. - Ele sorriu achando graça e por um segundo ou dois me perdi nisso. - Eu esqueço o nome delas, de todas elas. Não o seu, Pâmela. - E dizendo isso ele se virou e saiu por onde foguete havia desaparecido.

๑๑๑

Pâmela Duarte naquela noite esqueceu seus problemas. Quer dizer, eu não conseguia me preocupar igual quando aconteceu. Vendo de longe agora, com a cabeça um pouco enevoada de álcool, respirava aliviada por não ter que conviver com Tálita.

Me joguei para dançar com Priscila e, embora muitos daqueles homens lançassem olhares maliciosos em minha direção, nenhum atreveu a se aproximar. Eu ainda não estava caindo quando resolvi sair um pouco para respirar ar livre, mesmo que o camarote fosse melhor que o formigueiro lá embaixo, era fechado demais para a quantidade de pessoas que estavam alí.

Internamente eu torcia para encontrá-lo por alí. Alguns homens fumavam encostados no poste, me aproximei sorrindo amigavelmente.

- Ei, onde que o Ret tá?

๑Sensations๑Onde histórias criam vida. Descubra agora