VII

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Os dias que se seguiram foram chatos

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Os dias que se seguiram foram chatos. Eu não vi o Tarquin neles. Era assustador pensar no como ele fazia falta, no como tudo ficava sem graça sem ele.

Pelo menos eu vi Cresseida, e ela era a única capaz de me distrair de todo o resto. Principalmente quando não parava de pensar na discussão maldita que tive com minha mãe naquela manhã.

Minha mãe parecia que tinha um dom incrível de me colocar pra baixo. Sempre com aqueles papos imbecis de parceria, de como eu ficaria encalhada para sempre, ou, sei lá, que ninguém olharia para mim se eu continuasse... Bem, sendo eu.

Não vou mentir; doía, doía muito escutar isso da própria mãe. Não era como se eu já não soubesse que ninguém me amaria da forma que eu queria ser amada. Não era como se eu já não soubesse que estava destinada a ficar sozinha! Ela ficar relembrando isso tocava em uma ferida minha, apesar de eu sempre fingir não ligar. Era melhor ignorar do que deixar ela ver o como suas palavras me feriam. Não é como se fosse mudar algo! Ela não ligava para mim, não de verdade.

-Você está muito caidinha hoje, Lana. - Cresseida disse me observando cutucar com um garfo a comida. Ela tinha me chamado para almoçar no Palácio com ela, mas eu não tinha fome nenhuma.

Eu dei um suspiro e olhei para minha amiga. Sequer tinha prestado atenção no que Cresseida tinha me dito.

-Desculpa.- eu disse, largando o garfo e passando a mão pelo rosto. -O dia não está legal.

-Sua mãe?- Cresseida perguntou e eu assenti. Ela torceu o nariz. -Não gosto dela.

-Bem, ela torna bem difícil gostar dela.- murmurei. Cresseida esticou a mão e segurou a minha.

-Sabe que sempre vai ter uma casa aqui com a gente, não sabe? Sempre que precisar, Alana.- Cresseida disse. Eu apenas balancei a cabeça. Não; Não queria que ela me visse como a amiga aproveitadora.

-Está tudo bem.- eu disse, apesar de ser uma grande mentira.

Cresseida não estava nem um pouco convencida, mas não importava. De qualquer forma, precisava voltar para o trabalho. E, quem sabe assim, arranjar dinheiro e me livrar das garras da minha mãe.

Eu me despedi de minha amiga e caminhei para a saída. Apenas para me lembrar que hoje era final de semana e eu estava de folga! Pela Mãe. Tudo o que eu menos queria era voltar para casa e ficar com minha mãe. Mas também não queria voltar para onde Cress estava, pois Cresseida certamente me lotaria de perguntas.

Então, eu caminhei para fora do Palácio, perdida em meus pensamentos. Apenas para trombar com alguém e quase cair de bunda no chão. A pessoa me segurou antes que eu caísse de vez.

-Deveriamos parar de nos encontrar assim, Alana.- era Tarquin. Ele estava sorrindo para mim e, ah... Talvez aquilo fosse tudo o que eu precisava.

Eu o abracei com força, sem me importar com o quão estranho aquilo poderia ser. Eu não me importava; precisava daquilo.

Tarquin pareceu surpreso e confuso, mas me abraçou de volta com carinho, passando a mão pelo meu cabelo. Eu tive que me segurar para não chorar ali em seus braços. Já conseguia sentir a garganta oscilando. Ai que droga! Odeio ser assim! O que ele vai achar de mim agora, uma maluca?

-Alana.- ele me chamou e eu respirei fundo. -O que aconteceu?

-Nada.- eu disse com uma risada forçada que pareceu mais uma risada de gente maluca. Ai puta que pariu. -Estou completamente bem!

-Alana...- Tarquin não estava rindo agora. Estava bem, bem sério, na verdade. Eu me afastei dele, olhando naqueles olhos de cristal. Como eu mentiria para ele? Era impossível.

-Minha mãe aconteceu.- eu disse com um suspiro. Que se foda, vou falar tudo. Tarquin... Eu confio tanto nele que chega a ser assustador. Se não puder contar a ele, para quem mais eu contaria? -Ela está sempre disposta a me colocar para baixo, e eu estou cansada disso. Minha mãe... Sempre diz que vou ficar sozinha. Que ninguém nunca vai que querer. - eu disse com uma risada sarcástica. -Sabe qual o pior? Ela tem razão. Mas não significava que não machuca escutar.

-Isso não é verdade, Alana.- Tarquin disse, se aproximando, mas eu me afastei e balancei a cabeça.

-É verdade sim, Tarquin. - eu falei e respirei fundo. -Eu sou um caos! Quem me levaria a sério? Caramba... E eu... Pela Mãe, estou apaixonada por você. Eu gosto tanto de você, tanto que as vezes até parece que desaprendi a respirar. É tão, tão estranho ficar sem você. E eu sei que isso não é justo! Quero dizer, você certamente tem coisas mais importantes para fazer, tem pessoas mais interessantes que eu na sua vida. E ainda assim... Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha.

Ai.

Caralho.

Eu tinha mesmo falado isso? Eu tinha me declarado para Tarquin daquela forma? NÃO, NÃO, NÃO!!!!!!

AI

MEU

CU

NÃO É POSSÍVEL, ALANA, VOCÊ NÃO SABE CALAR A MERDA DA BOCA?

Arregalei os olhos e abri a boca para, sei lá, tenta resolver aquilo? Tarquin estava me olhando, e eu, honestamente, não sabia o que ele estava pensando. Ai que desgraça.

-Eu... É. Preciso ir.- falei, começando a caminhar para a saída.

-Alana, espera ai.- ele chamou e, ah, sim, ai eu corri. E pelo menos não caí no chão!

Por mais que eu tivesse fugido antes de Tarquin me dispensar, eu sabia que era inevitável. Eu apenas tinha que preparar meu coração para isso.

Alana só se mete em burrada, minha bichinha, aiVejo vocês no próximo capítulo!~Ana

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Alana só se mete em burrada, minha bichinha, ai
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana

Data: 23/07/21

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