Eles estavam atrasados. Sunny tinha abandonado a tarefa de conter seu marido e se sentou em um dos sofás Queen Anne e ficou observando-o.
Ele estava magnífico. Ele desprezava a comparação, mas ela sempre pensou nele mais como um leão do que um lobo, quando ele estava em sua forma humana. Ainda quando ele estava em sua forma quadrúpede, ele era leonino e cor de ouro.
Ele se levantou agora, para observar pela janela com os braços cruzados nas costas, dando a ela uma vista preciosa de seu traseiro.
Nunca havia dito, é obvio, ele não apreciaria, mas ela sempre tinha amado seu traseiro. Ainda não poderia acreditar que havia conseguido lhe apanhar, nem mesmo depois de todos esses anos. Ele era tudo o que ela alguma vez tinha querido: Rico, poderoso, honrado e bem educado. Ele não poderia reclamar, não agora, bastante depois que ele deveria ter estado morto, mas era o filho menor de um barão. Ele era preparado e simpático, ainda lhe trazia flores por absolutamente nenhuma razão além de querer que ela as recebesse. Gostava de viajar, e ele não podia fazê-lo, não sendo quem e o que ele era. Mas permitiu a liberdade dela fazê-lo se quisesse.
Ela ainda amava seu traseiro.
Ela silenciou seu sorriso e tratou de ficar séria quando ele se virou para ela. Ele franziu o cenho, e o soslaio inocentemente. Ela havia aprendido anos atrás que havia algumas piadas que não poderia compartilhar, e não servia de nada tentar.
Finalmente, em uma voz resmungona, ele disse:
— Vou acima terminar algum trabalho. Se vierem, diga que estou ocupado. — E começou a subir as escadas.
Sunny lançou um olhar ao Rolex de ouro em seu pulso e balançou a cabeça. Passaram-se apenas cinco minutos; paciência nunca tinha sido uma das virtudes de Arthur. Ela recolheu o livro que tinha trazido, um livro de mistério em Barbados, seu lugar favorito para estar, e começou a ler.
O golpe na porta foi baixo, mas não tão baixo a ponto de Arthur não ouvir. Quando ele não desceu, Sunny deixou seu livro e ficou em pé. Ele sairia desse estado de nervosismo extremo logo. Ela conhecia seu homem: Não havia possibilidade dele ignorasse uma audiência por muito tempo. Até então dependia dela fazer seus convidados sentirem-se bem-vindos.
Nervosamente, ela alisou sua camisa. Tinha ouvido histórias sobre Charles Cornick, o assassino do Marrok, mas nunca o tinha conhecido. Esperava que sua companheira fosse amigável.
Quando houve um segundo golpe, ela abriu a porta... E tragou seu sorriso.
O homem que estava na porta era grande. Não só alto, mas também largo.
Claramente nativo americano, com sua pele escura e olhos negros. Seu rosto estava imperturbável, não o podia ler absolutamente, mas tinha um ar sinistro, como uma capa escura ao redor dele.
Nada do que ela não tinha suposto das descrições de Arthur, e por seu nervosismo, era o esperado, exceto que Charles Cornick era belo. Não dentro dos padrões dos Westerns, não com suas características amplas e lacônicas e com os brincos que usava... E como se lidava com um homem lobo com as orelhas perfuradas?
Um homem não poderia notar a atração de todos seus músculos e quente pele café, mas ela apostaria que ele nunca passou por uma sala sem atrair o olhar fixo de cada fêmea.
Sobressaltada, ela se sacudiu para tirar seus olhos dele e se chocou com os olhos da mulher que estava ao lado dele.
Anna Cornick era cerca de uma polegada mais alta do que Sunny, o que ainda a fazia um pouco mais baixa do que a média. Era magra, abaixo de seu peso inclusive, entretanto tinha músculos fortes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Domínio do lobo
WerewolfESSA É UMA OBRA DE PATRICIA BRIGGS A humanidade estaria pronta para conviver com lobisomens? Depois de se transformar em lobisomem, Anna Latham não fazia ideia do quanto sua vida se tornaria complicada... e perigosa, já que acabaria se tornando a co...