capitulo 2

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— Amo Seattle. — Krissy levantou os braços e rodopiou. Ela olhou para cima com um grande sorriso ensaiado de garotinha, e seu amante sorriu. Ele estendeu a mão e acomodou um cacho dourado atrás da orelha dela.

— E se nós nos morássemos aqui, princesa? Eu poderia te dar um condomínio com vista para o mar. Ela pensou a respeito disso e finalmente negou com a cabeça.

— Eu sentiria falta de Nova Iorque, você sabe que sim. Não há nenhum lugar para ir às compras como Nova Iorque.

— Está bem, — ele disse, e sua voz foi um ronronar indulgente. — Mas podemos vir aqui brincar de vez, se você quiser. Krissy inclinou a cabeça e aparou a chuva com a boca, num estalo rápido como um taco de beisebol tirando um farol de luz intermitente do céu.

— Podemos brincar agora?

— O trabalho vem antes da diversão. — disse Hannah, a desmancha-prazeres. Ela tinha sido amante de Ivan antes de Krissy. Krissy tomara seu lugar na cama e no coração dele e deixara Hannah irritada.

— Ivan, — Krissy quis persuadi-lo com súplicas, pondo uma mão sobre a camisa dele e deslizando-a para baixo enquanto lambia os lábios. — Não podemos ir brincar? Não temos que trabalhar esta noite, temos?

Ele deixou-a tomar sua boca e quando ele ergueu o pescoço seus olhos estavam quentes.

— Hannah, leve os outros para o hotel e contate nosso empregador. Krissy e eu estaremos lá em poucas horas.

***

Chovia outra vez, mas Jody crescera em Eugene, onde só chovia uma vez no ano, de janeiro a dezembro. Além disso, ele não se incomodava com a água.

Ele levantou o rosto e deixou que a chuva o molhasse. O ensaio havia demorado um pouco mais e o sol se pôs antes que ele saísse. A música tinha sido boa esta noite; Todos sentiram isso. Ele puxou as varetas do bolso de atrás e golpeou o ar em um ritmo que só ele poderia ouvir. Havia alguma coisa que ele devia mudar no último compasso...

Ele tomou o atalho para seu apartamento — uma rua escura pequena, apenas o suficientemente larga para um carro e meio. — Não era tarde, mas não tinha ninguém ao redor, exceto por um homem mais velho e uma garota que parecia ter dezesseis anos. Estavam ambos ensopados e se apressaram até ele.

— Desculpe-me, — disse o homem, — estamos de visita e parece que nos perdemos. Você sabe onde fica o restaurante mais próximo?

O casaco que ele usava era caro – Jody, pensou – e o relógio em seu pulso tinha uma pulseira de ouro. A garota, — quando se aproximou dele — era muito bonita, seguro que havia mais de uma geração entre o velho sujeito e a garota; Talvez ela fosse sua neta — usava sapatos de salto alto que mostravam pés pequenos.

Ela o pegou observando-a e desfrutou de sua admiração. Não podia ajuda-lo, mas lhe devolveu um sorriso. Ela pôs sua mão em seu pulso, e disse:

— Precisamos encontrar comida. — O sorriso alargou-se um pouco mais, e ele viu as presas.

Estranho, ele pensou, ela não parecia pertencer aos grupos que sua ex-namorada frequentava - usando presas e jogando um game idiota... Algo relacionado a vampiros. Esta garota tinha o cabelo recolhido e se parecia mais com Britney Spears que como uma Vampira. Seus sapatos eram de uma cor de rosa quente, e nem uma peça de roupa era preta. Não gostou que sua garganta se apertasse com medo frente àquelas presas de acrílico.

— Há um lugar algumas quadras para lá, — respondeu, retorcendo o pulso gentilmente, para que o soltasse. — Servem comida italiana. Têm um ótimo molho vermelho.

O Domínio do loboOnde histórias criam vida. Descubra agora