A cúmplice - Uma história não oficial de Death Note

Shinigamis

    Depois do Light ter pego o caderno, percebi que ele se sentia envergonhado, como se pedisse desculpas por ter acreditado no que quer que ele tenha lido. Senti vontade de chamá-lo e perguntar, mas tinha certeza que iria parecer uma maluca e só transtorna-lo.
    Segui o meu caminho comum para casa quando passei por aquela rua. A rua estava com a iluminação baixa (bem mais escura que o normal) e me lembrei do dia que tentaram me assaltar nela. O cara chegou perto de mim e apontou a arma para a minha cabeça mas antes que eu pudesse ter uma reação ele simplesmente passou mal e caiu duro no chão, não conseguindo me roubar. Me disseram depois que ele morreu com uma parada cardíaca mas não consegui entender direito o que e como aquilo aconteceu.
    Senti calafrios e uma sensação de estar sendo observada, e por isso segui em frente até minha casa onde rapidamente abri a tranca e entrei.
    Fiquei ainda pensando naquele dia estranho e decidi que deveria estudar para não pensar demais nisso. Me sentei na mesa do escritório e comecei a estudar tudo que não prestei atenção nas aulas do dia. Fiz contas, traduzi textos e fiz atividades. Quando me dei conta já era de noite. E foi nesse momento que ele apareceu.
   Um monstro enorme e branco segurou os meus ombros enquanto eu estudava, me fazendo levantar de sobressalto e gritar.
    - Calma Akemi não precisa gritar. Está tudo bem. - ele disse calmamente
    Aquela estranha figura parecia muito amigável apesar de assustadora e quis entender o que ele fazia ali.
  - Quem é você? - perguntei sem pestanejar
  - Eu entendo que possa parecer confuso mas eu sou um Shinigami, um deus da morte. Me chamo Rem e acredito que hoje você presenciou um caderno caindo do céu não?
   Enquanto ele dizia essas palavras reparei que ele estava com um pedaço de folha de papel na mão. Ele percebeu o que eu observava e disse em seguida
   -Ah sim... você consegue me ver porquê encostei um pedaço do Death note em você. Mas calma já irei te explicar tudo.
    Death Note... era o nome do caderno que tinha caído. O tal caderno da morte. Suspirei confusa mas menos assustada, visto que se ele quisesse ter feito algum mal para mim ele já poderia ter feito.
    - Death Note é? Eu vi mesmo ele cair do céu mas não está comigo. - respondi firme
    - Sim, outro humano pegou. Mas isso no momento não vem ao caso. A questão é que você descobriu a sua existência e decidi que deveria fazer isso. - Rem disse, tirando das costas mais um caderno de capa preta. E continuou:
    - Aqui. Esse é um presente para você. - ele disse me entregando aquele caderno com as suas frias e enormes mãos.
    - Mas... como assim? - Respondi enquanto folheava aquele estranho caderno. Percebi que haviam regras nas quais comecei a passar o olho. Mas antes mesmo de terminar de ler, Rem começou a falar
    - Esse caderno pertencia a um Shinigami que vivia ao meu lado no mundo dos Shinigamis. Esse shinigami era apaixonado por você.
    -  Por mim??!? - respondi em tom irônico, como se não acreditasse no que ele dizia
    - Sim... ele era completamente apaixonado por você. E por esse motivo... bem, os shinigamis usam o Death Note para ceifar vidas humanas e quando os matam recebem o tempo de vida deles, dessa forma sendo impossível um shinigami morrer. O problema é que esse meu amigo percebeu o dia que você seria assaltada e conseguiu ver em cima da sua cabeça o seu tempo de vida. Provavelmente você morreria durante o assalto. Ele não aceitou isso. Não queria que você morresse. E por isso ele interferiu e usou o Death Note dele para matar o bandido. Infelizmente os shinigamis não podem fazer isso. E por esse motivo ele se tornou poeira e a sua vida foi adicionada à sua.
   - Você quer dizer que um shinigami me amava ao ponto de dar a sua vida por mim? -respondi
- Sim. Ele usou todas as vidas que ele ceifou e deu para você. E virou poeira por isso. A única coisa que sobrou dele foi o seu Death Note, que guardei todo esse tempo comigo. Hoje decidi observar o mundo dos humanos e encontrei você. E vi que você também percebeu a existência do Death Note. E foi assim que decidi que ele te pertencia, e que deveria vir ao mundo dos humanos para te entregar.
  Fiquei atônita. Não conseguia entender como aquilo podia ser real. Tentava entender tudo que estava acontecendo enquanto ouvia aquela estranha criatura conversar comigo. Meus pensamentos Jam longe enquanto ouvia ele explicando as regras daquele caderno e tudo que ele fazia.

- Akemi voce precisa entender as regras desse caderno. Você já deve ter lido a primeira: "O humano que tiver seu nome escrito no Death Note morrerá. " Esta é a primeira é mais importante regra do Death Note. Para que alguém morra através do caderno, o seu verdadeiro nome deve ser escrito numa das suas folhas. - ele continuou

    Fui lendo as regras enquanto ele falava: A escrita do nome não terá efeito se o escritor não tiver em mente o rosto da vítima. Desta forma, pessoas que compartilham o mesmo nome não serão afetadas. Se a causa da morte não for especificada dentro dos 40 segundos, a pessoa morrerá devido uma parada cardíaca. Após a causa, os detalhes da morte devem ser fornecidos nos próximos 6 minutos e 40 segundos.
    As regras não acabavam aí:  Após este caderno tocar no solo, ele passa a ser de propriedade do mundo humano. A primeira pessoa que tocar no Death Note logo após este chegar ao mundo dos humanos, será automaticamente o seu novo proprietário.
O proprietário do caderno poderá ver e ouvir o shinigami dono original do caderno. O humano que utilizar o caderno não poderá ir para o Céu nem para o Inferno.
O destino das pessoas que usam o Death Note é o MU (o Vazio). Mesmo não sendo o proprietário do caderno, qualquer humano que o toque poderá ver e ouvir o shinigami que segue o humano atual proprietário do caderno.... era muita coisa.
    Ele me explicava sobre tudo isso e me sentia cada vez mais confusa e aflita. Comecei a pensar em Light e em tudo isso que ele deveria estar ouvindo do seu também shinigami sem nem imaginar que havia outro caderno no mundo dos humanos.
   - Rem... eu posso então matar quem eu quiser com esse caderno?
   - Desde que você saiba seu nome verdadeiro e rosto, sim.
    O som da sua voz ecoou pelos meus ouvidos. Senti náusea e dor de cabeça. Matar qualquer um. Não sabia dizer se estava feliz ou triste com aquilo, mas sabia que essa era uma oportunidade única de simplesmente acabar com todos os criminosos e pessoas ruins do mundo.
Mas ao mesmo tempo...senti medo. Medo de ser pega, medo de ser descoberta, medo, medo, medo.
    Peguei meu Death Note e o guardei em uma gaveta com tranca. Peguei a chave e coloquei como se fosse um pingente no meu colar e decidi que a levaria para todos os lugares.
   Conversei mais um pouco com Rem mas decidi que deveria dormir. Era muita coisa para pensar pra um dia só.