Confronto

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Depois de muito tempo de conversa percebi que já era tarde e comecei a me apressar. Light percebeu que já estava indo embora e disse
-Olha é melhor a gente não ser visto muito junto pra evitar questionamentos. Vou te acompanhar até a porta mas infelizmente não posso te acompanhar até em casa.
- Não tem problema. Vou embora sozinha - respondi
Depois de me despedir de Light, sua irmã e mãe (que por sinal ficaram extremamente bravas por Light não ter ido me acompanhar até em casa) segui meu caminho. Em casa, escrevi alguns nomes no Death Note e deitei.
Naquela noite dormi muito bem e acordei com uma sensação boa. Apesar de sentir um pouco de raiva da forma fria que Light me tratou me senti feliz pelo simples fato de ter estado junto à ele. Me arrumei e fui para o colégio. Naquele dia, todos falavam sobre o novo assassino de criminosos, o famigerado Kira. Era uma sensação estranha saber que eles falavam de mim e do Light sem saber.
Depois do período de aulas, que por sinal permaneceu o mesmo pois o Light achava melhor não irmos longe em demonstrar que somos amigos ou algo assim, fui até a cafeteria de sempre e pedi uma sobremesa. Enquanto estava lá vi passando jornal na televisão. E foi nesse momento que o jornalista anunciou um pronunciamento da Interpol, e em seguida apareceu um homem com uma placa com nome de Lind L Tailor falando.
- Eu comando uma força tarefa internacional da polícia que inclui membros de todas as nações. Sou Lind L Tailor, também conhecido como L. Criminosos pelo mundo todo estão sendo mortos por um serial killer. Eu considero esse crime o mais atroz de toda história e não vou descansar até a pessoa ou as pessoas responsáveis não forem levadas a justiça. Kira, eu vou caçar você. E vou encontrar.
Naquele momento eu tinha certeza que esse cara iria morrer dentro de 40 segundos. O Light não deixaria aquilo em vão. Mas ele continuou
- Kira, tenho uma ideia de qual deve ser a sua motivação e posso imaginar o que você espera alcançar. No entanto...o que você está fazendo agora é do mal.
E foi nesse instante que eu sabia que o Light deveria estar muito irritado e anotando o nome dele no caderno. Decidi ligar para ele e avisá-lo que provavelmente era uma armadilha, mas ele não me atendeu.
E nesse segundo o homem caiu duro. Uma imagem com um L e uma voz modificada apareceu na tela. E essa voz disse exatamente o que eu temia:
- Ha eu tinha que testar mas nunca pensei que pudesse acontecer. Kira parece que você pode matar as pessoas sem estar diante delas. Eu não teria acreditado se não tivesse testemunhado. Escuta Kira, se você matou Lind L Tailor , o homem que você viu morrer na televisão, eu vou dizer que ele era um preso cuja execução estava marcada para hoje. Não era eu. A polícia prendeu ele em total segredo para que você não ouvisse falar nele pela tv e nem pela internet. Parece que nem você tem acesso a informação sobre esse tipo de criminosos. Mas eu asseguro, L é real. Eu existo. Agora...tenta me matar. Vai... Rápido...ME MATA AGORA...TA ESPERANDO O QUE???...qual é o problema?? Não consegue? Pois é Kira, parece que você não pode me matar. Então tem gente que você não pode matar...você me deu um palpite util... deixa eu retribuir o favor... vou te dizer uma coisa que eu acho que você vai gostar. Apesar de ser anunciada como transmissão mundial, a verdade é que só transmitimos para a região Kanto no Japão.
As próximas palavras dele não consegui ouvir mais. Tive medo desse L. Tive medo dele achar eu e Light. E nesse momento não liguei para o que ele havia dito. E segui para a casa de Light.
Chegando lá fui atendida pela Sayu, sua irmã. Ela elogiou minhas roupas e beleza e me deixou entrar. Sua mãe me cumprimentou e disse para avisá-lo que cheguei e bater na porta.
Ao subir até seu quarto, bati duas vezes e o chamei. Ele abriu logo em seguida e pareceu surpreso ao me ver. Mas apesar de estar esperando uma bronca ele me surpreendeu com um puxão no braço e um trancar de porta.
- Você viu na tv Akemi? O L disse que vai me pegar e condenar a morte HAHAHAHSHAH -ele ria histericamente e de forma maldosa
- Eu tentei te ligar mas você não atendeu... eu queria te dizer sobre isso, de que provavelmente era uma armadilha.
- É parece que você não é tão burra assim. Você é muito mais interessante do que eu imaginava Akemi.
Enquanto dizia essas palavras Light segurou em meu queixo e se aproximou como se estivesse se preparando para me beijar. Corei instantaneamente e me afastei. Tinha certeza que se ele quisesse algo não seria por gostar de mim mas apenas para satisfazer seus desejos de futuro Deus do novo mundo.
- O que foi? Achei que queria isso desde o início - ele respondeu quando me afastei - Achava que isso era o seu maior desejo...estava errado?
O tom de ironia que ele usava nas suas frases me irritou. Comecei a sentir ódio dele naquele instante e só queria ir para casa.
- Light estou cansada disso. Tenho total independência e sei tudo que posso e quero fazer. É melhor você começar a me tratar bem ou infelizmente terei que acabar com seu reinado de justiça e continuarei ele sozinha.
Minhas palavras o atingiram forte. Percebi pela sua expressão o quanto se irritou com o que eu disse. Mas ao mesmo tempo parecia interessado em me provocar mais para ver até onde chegaria. Apesar disso ele apenas me disse:
- Você tem razão. Sinto muito. Você veio aqui para falar sobre isso não? - a mudança de atitude e expressão foi tão rápida que me senti aterrorizada e excitada vendo aquele homem. Desejava ao mesmo tempo socá-lo e beijá-lo com raiva.
Depois de um tempo de discussão sobre planos e decisões a se tomar sobre as mortes que deveríamos cometer, Light disse estar cansado e pediu que eu partisse. Me senti levemente magoada mas compreendi. Sai da sua casa tarde da noite e voltei frustrada junto com Rem para minha casa.

A cúmplice - Uma história não oficial de Death NoteOnde histórias criam vida. Descubra agora