Algo em comum

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    Depois da longa conversa que tive com Rem, passei uma semana tendo sonhos estranhos. Acordei assustada algumas vezes durante a noite e me senti estranha pela manhã. Mas por incrível que pareça estava ansiosa pois finalmente tinha algo em comum com o Light. Eu teria um motivo para falar com ele e isso me deixava feliz. Me preparei uma semana para conseguir finalmente conversar com ele sobre isso.
   Levantei mais cedo que o normal, tomei café e tomei um longo banho com direito a limpeza de pele e hidratação nos cabelos. Arrumei meu uniforme e me preparei para ir para o colégio, pronta para um novo e diferente dia. Rem, obviamente, me acompanhou em tudo e as vezes comentava alguma coisa. Quando sai, ele sorriu e disse:
    - Você parece animada hoje.
    - Dá para perceber tanto assim? - disse encabulada
    - Sim - ele disse e riu - Aposto que você está ansiosa para conversar com o outro humano que também conseguiu um Death Note não é?
   - Pode-se dizer que sim. Sempre quis conversar com o Light. Ele é extremamente inteligente e uma pessoa incrível. E é tão lindo... -disse a última parte quase que em silêncio como se não quisesse admitir que o admirava por tudo isso mas que também o achava tão lindo e gostoso que não aguentava ficar perto dele sem pensar em como seria incrível namorá-lo.
   Cheguei rapidamente na escola e reparei que Light já estava na sala. Ele estava com a mão apoiada no queixo e lendo suas anotações. Tomei coragem e me aproximei
   - O-Oi Light. - disse tímida
   Ele levantou a cabeça em minha direção e parecia confuso.
    -Oi Akemi. Bom dia - ele respondeu com um sorriso
    Senti um calafrio no pescoço. Enquanto presenciava aquela cena, Rem falava como se eu pudesse respondê-lo no meio da sala. "É este o humano que você gosta Akemi? É ele que tem o caderno?"
    - Então... eu queria conversar com você sobre algo importante... é sobre um caderno meu. Você acha que poderíamos nos encontrar na cafeteria aqui perto depois da aula?  - criei coragem para falar. As palavras saíram da minha boca quase cuspidas e sentia como se tivesse que pedir desculpas por pedir algo assim
   - Ah claro, sem problemas. Pode ser sim -ele respondeu com um olhar curioso. Ele claramente se sentiu coagido a ir por eu ter dito a palavra "caderno".
     A aula se seguiu bem tranquila. Dessa vez tentei ao máximo prestar atenção para separar meus pensamentos do encontro que teria com Light, e por incrível que pareça funcionou. Terminamos a aula e quando a sala estava praticamente vazia, Light veio até minha mesar me buscou para irmos à cafeteria. Já sentados na mesa ele começou:
    - Então você disse algo sobre caderno, por acaso você precisa de anotações ou ajuda com estudo? Hahaha - ele disse sorrindo
    Por algum motivo senti falsidade nessa sua fala, era como se ele parecesse outra pessoa uma mais durona e grossa que não parecia se importar com a resposta que eu daria.
    - Na verdade eu queria falar sobre um caderno específico. De capa preta que você encontrou.
    - Caderno preto? Não sei do que você está falando haha
    - Sim...o seu Death Note - falei baixo
    Ele congelou. Seu olhar passou de feliz para completamente sério e irritado. E então com um sorriso quase maléfico disse:
    - Ah então você viu? - senti que se ele pudesse me mataria ali mesmo.
    - Sim. E queria dizer que também tenho um. Inclusive... -disse enquanto procurava na minha carteira o pedaço do Death Note que havia deixado guardado. E continuei - Aqui quero que você conheça Rem.
    Encostei o pedaço de papel na mão dele que estava em cima da mesa juntamente ao café que ele havia pedido. Ele olhou para Rem e balançou a cabeça
    - Você é burra ou o quê? Você escolhe um lugar público para falar disso? - Light disse rispidamente
    - É melhor você prestar atenção no jeito que fala com ela humano Light Yagami. Se você magoar a Akemi ou tentar mata-la eu não hesitarei em usar o meu Death Note para impedir você. Mesmo que isso signifique que eu morra para isso.
    Light pareceu surpreso. Ele provavelmente estaria se perguntando o porquê de Rem estar me protegendo e de certa forma eu também. Acho que ele deveria ter muito apreço pelo shinigami que desistiu de toda a sua vida para me salvar e decidiu que eu não deveria morrer tão cedo.
    - Morra? Shinigamis morrem? - Light perguntou
    - Se um shinigami decidir interferir no tempo de vida de um humano ele morre. - Respondi sem pensar
     Pensei no que disse e senti dor. Não deveria ter contado isso à ele. Mas de qualquer forma isso garante minha segurança.
    - De qualquer forma... - continuei - isso não importa. Esse lugar é vazio, ninguém nunca vem aqui e não dá para escutar nossa conversa. Não sou tão burra assim. Agora... me mostra seu shinigami.
    Light refletiu por um tempo e provavelmente pensou que não teria problema. Pediu com as mãos para eu fechar os olhos e após isso encostou um papel em mim.
    - Pode abrir os olhos. - ele disse
     E pude olhar seu shinigami. Ele era alto e tinha um cabelo preto. Era mais assustador que Rem.
   - Olá garota sou o shinigami do Light. Me chamo Ryuk, muito prazer.
   - Olá Ryuk é bom te conhecer - respondi confusa.
    Terminamos nossos cafés e Light disse:
    - Vem, precisamos falar sobre isso em um lugar mais privado. É melhor irmos para a minha casa.
   Meu coração disparou. Passamos de completos desconhecidos para irmos na casa dele?? Estava confusa com meus sentimentos mas simplesmente acenei com a cabeça.
   Seguimos andando en silêncio até chegarmos em sua casa. Ao entrar Light disse:
    - Mãe cheguei. Trouxe uma convidada você poderia fazer um chá para nós?
     Assim que entramos e tiramos nossos sapatos, sua mãe saiu da cozinha segurando um pano de prato e uma garotinha de uns 13 anos apareceu e disse:
    - Light você tem namorada?? Que linda que ela é!!
    - Obrigada...mas não somos namorados - respondi friamente
     Light assentiu com a cabeça:
    - Sayu para de incomodar a Akemi. Nós estamos subindo ok.
    - Ok Light. É um prazer conhecê-la Akemi.
    - O prazer é meu senhora Yagami - respondi
    Subimos para o seu quarto e lá ele trancou a porta. Ele pediu para me sentar na cama e ele se sentou na sua cadeira.
    - Onde você guarda seu Death Note? - ele perguntou logo de cara
    - Tenho uma gaveta que deixo trancado e carrego a chave comigo - respondi mostrando meu colar-chave
    - Não é suficiente. Precisamos criar um sistema para você esconde-lo assim como criei um para mim. Nós não podemos ser reconhecidos pelas mortes que estou causando nessa semana.
    - Você matou muitas pessoas? - perguntei
    - Você vai começar a ouvir no noticiário sobre alguém estar matando criminosos com ataque cardíaco. Você por acaso não tentou matar ninguém?
   - Na verdade não. Mas achei a sua ideia uma excelente maneira de melhorar esse mundo. Vivemos em um mundo que está podre e...
   - As pessoas que fazem ele apodrecer devem morrer. - Light continuou
   E era verdade. Pensava nisso desde o dia que aquele assaltante morreu na minha frente. Tive medo e imaginei todas as pessoas que sofreram na mão de outras pessoas podres iguais à ele. E queria que todos morressem.
   Foi uma sensação estranha, mas naquele momento nossos olhos se encontraram e pareceu correto. Nós dois tínhamos o mesmo pensamento e isso parecia ser uma boa maneira de melhorar o mundo juntos.
    Começamos a conversar sobre tudo que era possível com nossos Death Notes e chegamos a conclusão que deveríamos trabalhar juntos mas parecendo um só. Era uma oportunidade ótima de transformar o mundo em um lugar melhor e sem ter que fazer guerras ou algo do tipo. Era perfeito.
    
   

A cúmplice - Uma história não oficial de Death NoteOnde histórias criam vida. Descubra agora