Raye Penber

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    Decidi que por um tempo não contaria a Light sobre o meu acordo dos olhos. Preferia que ele ficasse comigo pelo que eu sou e não que fosse só um objeto que ele usasse para chegar até L. Depois de desligar o telefone, decidi me deitar e descansar. Comecei a pensar sobre o plano que Light alegou que tinha. Provavelmente ele planejava matar o nosso perseguidor de alguma forma muito esperta.
    Por algum tempo até me senti mal por ele. Mas ao mesmo tempo não conseguia parar de pensar que ele estava simplesmente perseguindo duas pessoas que estão tornando o mundo em um lugar melhor. Ele teria que morrer como sacrifício por estar atrapalhando isso.
    Enquanto pensava nisso me veio de repente a lembrança da minha primeira noite com o Light. Como aquilo havia sido intenso e perfeito. Ao mesmo tempo que sentia uma pontada de borboletas no estômago, sentia ódio. O Light me passava esse sentimento sempre. Ao mesmo tempo que o amava, o odiava por ser tão frio. Mas ao mesmo tempo... não!! Eu precisava parar de pensar no Light!
    Me levantei da cama e chamei Rem.
    - Rem, você quer algumas maçãs? O Light me disse que o Ryuk adora e fico imaginando se você gostaria também.
    - Ah obrigado Akemi mas não tenho interesse em comidas humanas. Diferente de Ryuk, ainda quero me manter como um shinigami íntegro.
   - Tudo bem Rem... - respondi de forma entristecida. Esperava que ele dissesse sim para que eu pudesse sair e ir em busca das maçãs para ele. Mas continuei a me sentir inútil e a pensar diretamente no Light.
   Voltei a me deitar e o pensamento era apenas no Light. Light Yagami me afetava muito e ele sabia disso.
    As manhãs que se seguiram foram tranquilas, mas infelizmente não tive notícias de Light até 5 dias depois da nossa última conversa. Foi quando finalmente vi na televisão a morte de um agente do FBI infiltrado no Japão e de vários outros. Seu nome era Raye Penber. 
    Eu sabia que o Light tinha algo a ver com isso. Liguei para ele e foi quando ele pediu para nos encontrarmos no café. Lá, ele me contou tudo.
    A primeira coisa que Light me contou foi sobre o encontro dele com a Takada. Ele disse que sabia que esse cara iria tentar seguir eles e por isso os levou naquele ônibus no horário específico. Ele fez um ladrão armado aparecer no ônibus e render os passageiros. Light então com a sua lábia incrível escreveu em um papel que iria tentar pegar a arma do ladrão e mostrou para a Takada. O cara estava atrás deles e viu isso e imediatamente o repreendeu por isso e disse que era um agente do FBI e que cuidaria do caso. E foi então que ele mostrou sua identidade. Bingo. Light pegou seu nome e rosto.
      Para se livrar do ladrão, Light derrubou aquele pedaço de papel, que por acaso era um pedaço do Death Note. O homem, ao pegar o papel, consegue ver o Ryuk e entra em pânico. Ele dispara todas as balas no ar onde Ryuk está mas nada acontece, o que o faz sair correndo pela porta. Ele então é atropelado e morre na hora. Tudo isso como estava descrito no Death Note.
   Com o nome e rosto dele, foi tudo muito mais fácil. Light seguiu Raye Penber pelo metrô e o fez escrever em envelopes lacrados o nome de todos os agentes do FBI ao mesmo tempo que recebia uma imagem e os nomes destes.
    Fiquei impressionada e ao mesmo tempo assustada com tamanha inteligência. Light tinha feito um agente do FBI matar os próprios colegas sem nem saber disso. A cada palavra que saia de sua boca eu ficava mais impressionada e ao mesmo tempo excitada; sua inteligência me fascinava.
    - Mas Light eles não podem suspeitar de você? Por ter sido o último suspeito que ele investigou? E além disso você estava no ônibus com ele. Ele e a Takada...
    - Não fomos os últimos. Esperei ele sair da nossa cola para finalmente fazer isso. Não tem problema nenhum, querida. Estamos seguros.
   Quis confiar na sua palavra mas surgiu uma sensação estranha. A sensação de que algo tinha a chance de nos incriminar. E foi por causa dessa sensação, que decidi que ainda não iria contar para ele sobre os olhos.

A cúmplice - Uma história não oficial de Death NoteOnde histórias criam vida. Descubra agora