Descoberta

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      Ao entrar pela porta, coloquei as mãos no rosto e comecei a chorar. Achei que estava vivendo meu sonho: Light tentou me beijar, tínhamos coisas em comum e tínhamos que nos encontrar constantemente para discutir sobre o que iríamos fazer. Mas estava chateada. Não era dessa forma que queria que tudo acontecesse. 

    - O que foi Akemi? Está tudo bem? - disse Rem encostando em meu ombro

    - Está Rem...só estou confusa com o que estou sentindo sobre ele...não sei se ele gosta de mim ou se ele só está me usando para o Death Note... sei lá. Queria que ele me apreciasse assim como aprecio ele.

    Depois de falar essas palavras Rem me observou com cara de tristeza. Ele não disse nada, mas eu sabia que não era necessário. Só segui para meu banheiro para tomar um banho e ir dormir. Com meu pijaminha de gatinhos, deitei na minha cama e apenas fechei os olhos, adormecendo rapidamente. 

     Na manhã seguinte decidi que faria diferente. Me arrumei e passei muitos perfumes, pronta para sair, e disse a Rem:

    - Vou fazer ele gostar de mim Rem. Tenho certeza.

    Fui cedo para a casa de Light, sabia que ele não havia saído ainda. Assim que pisei na porta já toquei a campainha e estava esperando ser recebida por sua mãe, mas desse vez foi o Sr. Yagami que me recebeu.

   - Olá posso ajudar?

  - O-oi. Perdão pela intromissão! Me chamo Akemi Mori e sou uma...amiga do Light. Vim buscá-lo para irmos para o colégio juntos. 

   -Ah sim, pode entrar ele está terminando de se arrumar. Venha tomar café conosco. - suas palavras saíram dos seus lábios e me senti em choque. Eu iria tomar café com a família Yagami

  Assim que tirei meus sapatos e entrei, fui agraciada com um abraço da Sayu, perguntando como estava e se iria tomar café com eles, o que logo assenti com a cabeça. A Sra. Yagami me cumprimentou de longe com um sorriso e me desejou boas vindas. O sr. Yagami gritou para as escadas:

    - Light venha logo! Você tem uma visita para tomar café conosco!

   - Já vou pai. - respondeu Light de forma doce mas rígida.

    - Sente-se querida. Logo o café está pronto e podemos conversar.

 Enquanto me sentava na cadeira e esperava na mesa, o sr. Yagami se dirirgiu a cozinha, local onde ocorreu uma conversa que me deixou em choque: 

    - Querida o Kira está tornando nosso trabalho cada vez mais difícil. Estamos sem pistas e sem pessoas a interrogar.

    A conversa que se seguiu após isso não lembro pois apenas pensava nas palavras "nosso trabalho" e "interrogar". Ele era da polícia. E encarregado do caso kira ainda. E o Light não me contou. O choque dessa notícia foi tão grande que meu estômago embrulhou. Ainda mais que era uma informação que não era para eu saber, visto que ele falava com sua esposa na cozinha. 

   Antes de poder pensar muito nisso, o Light desce e aparece na sala de jantar. Ele me encarou com uma expressão de raiva mas apenas me desejou bom dia. 

    - Light seja mais receptivo com a sua visita. Ela veio surpreende-lo pela manhã e você não se importa?

    - Está tudo bem sr. Yagami. Eu apareci desconvidada mesmo. Light não é muito fã de surpresas não é Light? - respondi olhando com a mesma expressão que ele me encarava

  - Não...está tudo bem. Fico feliz que você tenha vindo. Assim você pôde conhecer meu pai, superintendente da polícia japonesa e encarregado do caso kira.

    - Ei Light não começa - respondeu 

    - Mas pai esse é um motivo para se orgulhar. Você é um excelente policial e encarregado do caso mais importante da polícia japonesa no momento. É óbvio que você deve ser celebrado.

    Tinha certeza que aquele comentário era apenas para confirmar as minhas dúvidas: ele era sim da polícia. Quem imaginaria a ironia do homem que estava procurando um assassino que se encontrava na sua própria casa. 

    Tomamos café e tivemos todos uma conversa agradável sobre o clima e minha vida. Os seus pais foram extremamente solícitos e doces, me deixando confortável apesar do ambiente hostil. Depois do café, Light pegou-me pela mão e disse:

   - Temos que chegar logo na aula amor. Vamos.

    Não sabia o que responder à isso, apenas concordei e segui. Após um período andando Light soltou a minha mão e seguimos em silêncio até o portão da escola. La na frente, com muitos alunos entrando Light parou e disse

   - Olha você não fez uma boa escolha indo na minha casa...mas já que foi agora você é minha namorada para eles ok? Não tenho problemas com isso e você?

  Meu coração disparou. Como assim namorados?? Sem nem me convidar para sair de verdade?? Não sabia nem o que responder. Respirei fundo e disse:

   - Light não posso simplesmente fingir algo assim. Apesar de você achar que não, eu tenho sentimentos e não quero só sair falando que você é meu namorado. Ou você é ou não é. Ponto final. Não consigo acreditar que você diria isso.

  Ele pareceu chocado. Ele parou no meio do caminho, pegou as minhas mãos e respondeu:

   - Eu entendo, mas vou fazer você acreditar. 

  Após essas palavras saírem da sua boca, Light aproximou seu corpo do meu e pegou o meu rosto com uma das mãos. Seus lábios se aproximaram dos meus e um beijo quente e excitante se prosseguiu depois disso. Sua língua rebolava junto à minha em um beijo apaixonado, como se fossem feitas para isso. Corei. Todos os alunos em volta comentavam e pareciam falar de nós. Light sorriu de forma maliciosa e pegou na minha mão. Entramos de mãos dadas na sala enquanto eu seguia sem nenhuma reação e completamente corada. 

  Passei a aula toda sem saber o que pensar e ouvindo garotas dizendo "ficou sabendo que o Light está namorando??". Me senti estranha mas ao mesmo tempo era como se todos quisessem ser eu, me tornei uma grande exibida sem nem mesmo falar com ninguém. E esse dia passou.

    



A cúmplice - Uma história não oficial de Death NoteOnde histórias criam vida. Descubra agora