Contrato de Casamento | Pedro Guilherme

Seis

O dia estava ensolarado e eu realmente queria sair para algum lugar com minha filha, pois não fazia isso há algum tempo. E como se estivesse lendo meus pensamentos, Gabriel imediatamente me mandou uma mensagem perguntando se eu queria fazer algo com ele e Ísis. Achei fofo da parte dele incluir minha filha no convite e claro que aceitei.

Desde o evento com ele no churrasco de amigos, tenho pensado muito se daria ou não a ele a chance de sair com ele e talvez se divertir como nunca tinha me divertido antes. Ele não parecia aquele cara de quem Pedro havia me falado, então decidi que deixaria o tempo rolar e então descobriria.

Comecei a me arrumar e também minha filha, vestindo-a com um vestido de bolinhas vermelhas e colocando um laço em seus cabelos finos.

— Bebê vai sair com a mamãe. — disse fazendo uma voz fofa.

Ela estava murmurando algo que eu não consegui entender e eu a coloquei no cercadinho para terminar de me vestir.

Quando terminamos desci com minha filha e fui até a cozinha avisar a Luísa que eu estava de saída, mas encontrei quem eu menos queria encontrar lá e de papo com quem eu iria sair.

— Você não me disse que já tinha chegado. — falei com Gabriel que na mesma hora me olhou.

— Cheguei mais cedo e ficamos conversando. — ele sorriu e chegou perto abrindo os braços para pegar Ísis. — Ei, garotinha, como você 'tá?

— Vocês vão onde? — Pedro indagou.

— Fazendinha Rio.

Nem eu sabia onde era, então deixei ele falar. Pedro fez uma cara de poucos amigos e logo levantou-se do banco.

— Vou com vocês.

— Sem chances. — Gabriel disse quase ao mesmo tempo do outro. — O combinado não é esse.

— Estão indo em um lugar público. As pessoas vão ter ideias ruins.

— Relaxa, Pedroca. Para todos os casos sou só um amigo da família.

— Deveria não ter falado, agora já vou com vocês.

— Mas você perguntou!

E assim começou uma mini discussão se Pedro iria com a gente ou não.

Por fim, estávamos eu, minha filha e Gabriel sentados no carro do outro indo em direção a tal fazendinha. Eu estava me sentindo dona Flor e seus dois maridos, um velho filme nacional. O mais engraçado era que os dois no banco da frente conversavam como se não tivesse sido uma guerra para decidir se Pedro iria ou não.

Eles faziam aquele trajeto muitas vezes, já que o ninho do urubu era por ali também. Não demorava muito, no máximo em quarenta minutos chegaríamos.

— Como você descobriu o lugar? — perguntei para Gabriel.

— Pesquisei na internet lugares legais para ir com criança, acho que vamos gostar.

Gabriel estava sendo muito legal e isso estava começando a me agradar muito.

Chegamos depois de quarenta minutos de estrada e estacionamos no amplo estacionamento, como ele já havia comprado os ingressos, não tivemos que enfrentar a fila que se formava no portão e entramos direto.

Mesmo sendo de manhã, já havia gente suficiente, principalmente famílias com seus filhos que corriam de um lado para o outro. Era um caos típico brasileiro.

À medida que caminhávamos, não demorou muito para que percebessem que estavam ali dois jogadores do Flamengo e isso me preocupava, pois sabia que a qualquer momento alguém os pararia para tirar uma foto. Se viéssemos sozinhos, realmente não seria uma coisa boa.