Passaram-se mais de vinte minutos desde que abri meu celular na mensagem e chorei como uma louca sentada na beira da cama. Eu tinha deixado tudo o que estava guardando de lado. A mensagem dizia "Como ela é igual eu". Ele realmente teve a coragem de surgir como se nada tivesse acontecido comentando sobre isso? Como redescobriu minha conta?
As seguintes mensagens estavam sendo de como não avisei ele que estava casada e como eu tinha coragem de fazer isso. Marlon deveria estar drogado, como estava na maioria das vezes que eu o via antes. Ele me abandonou, ele não atendia minhas ligações e agora estava me dizendo que eu o deixei?
Meus olhos já enxergavam tudo embaçado que não notei quando o jogador entrou em meu quarto, só o vi quando sentou-se ao meu lado na cama e pegou o celular de cima do colchão observando as mensagens.
— É ele, né? — indagou e eu assenti. — Que cara otário.
Ele não sabia muito sobre o que tinha acontecido, mas deduzia pelo fato de eu ser uma mãe solteira.
— Estava te chamando há uns minutos e você não atendeu, então resolvi entrar. — justificou-se. — Não chora por esse cara. Ele com certeza não sabe o que 'tá perdendo.
Ele já poderia trabalhar dando conselhos amorosos se o futebol no futuro não desse mais certo.
— Ele me deixou quando eu mais precisei dele, eu morava em um apartamento com mais pessoas que viviam se drogando. Quando vim para essa cidade, não esperava que todas as desgraças caíssem sobre mim. Eu não desejei nada disso, só queria voltar para quando ainda morava com minha mãe.
Quando as pessoas estão em seus momentos de fraqueza elas se tornam vulneráveis e eu só notei como estava quando a mão de Pedro encostou no meu cabelo suavemente. E então eu desabei mais ainda.
— Só um idiota faria isso. Ele não merece o seu sofrimento e a Ísis não merece um homem como ele para chamar de pai. Bloqueia ele e finge que ele nunca existiu, você não precisa mais viver presa nesse seu passado.
Afastei-me enxugando minhas lágrimas com as costas da mão e o olhei.
— Por qual motivo resolveu ser legal comigo do nada?
— Minha irmã me contou tudo o que você passou antes de assinar o contrato e disse para eu pegar leve, que eu não sou o cara mal educado que estava sendo com você. Na verdade não sou mesmo, só estava revoltado com toda essa história de casamento falso.
Eu concordei. Eu até entendi o lado dele.
Levantei minha mão para ele pegá-la em forma de cumprimento.
— Prazer, sou Laura Medeiros de Lima. — sorri ao vê-lo apertar minha mão e sorrir de volta.
— Prazer em conhecê-la, sou Pedro Guilherme Abreu dos Santos. — ele riu. — Podemos nos dar bem a partir de agora.
— Realmente torci para esse dia chegar. Agora me diz o que você ia fazer quando me chamou?
Ele levantou o dedo fazendo um sinal para eu aguardar e foi até a estante pegando o iPad e voltando a sentar-se do meu lado. Cruzei minhas pernas e agarrei o cobertor para me cobrir. Não estava frio lá fora, mas meu ar-condicionado estava ligado há um tempo e fazia o quarto ficar frio. Bati a mão no colchão ao meu lado para que Pedro fizesse o mesmo e segundos depois estávamos ambos cobertos olhando as fotos da casa que ele alugou na ilha para o fim de semana.
Se Thaisa entrasse no cômodo naquele momento com certeza acharia aquilo bem estranho, mas na verdade parecia para mim mais normal do que antes.
E como se ela tivesse lido os meus pensamentos, a irmã dele chegou no quarto desesperada com Ísis no colo que chorava de soluçar. Ela parou subitamente ao ver a cena, então balançou a cabeça.
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Contrato de Casamento | Pedro Guilherme
Fiksi PenggemarDepois de ter ido para o Rio tentar sua vida de modelo, Laura, acaba conhecendo um rapaz mas ela acaba ficando grávida, e desde então o mesmo acaba sumindo repentinamente. Entretanto, a agência de modelos resolve entrar em contato com Laura para que...