Dezenove

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Pedro deitou-me em sua cama lentamente, sem deixar de me beijar um segundo. Honestamente, eu sonhava todas as noites em estar ali novamente algum dia e finalmente estava realizando o sonho.

Eu levantei sua camisa pela cabeça e a tirei, deixando-a cair em algum lugar. Suas mãos deslizaram suavemente sobre minha clavícula e seus dedos desamarraram as alças do meu vestido. Ele o removeu e também o jogou no chão. Seus olhos permaneceram fascinados com os meus enquanto avançávamos em nossas preliminares.

Sua boca escorregou em minha barriga e ele deixou um beijo em cada parte dela, descendo até minha calcinha e a mordendo na beirada retirando-a com os dentes.

Por alguma razão, eu sabia que este não seria um sexo normal, seria um sexo cheio de saudade e amor. E, cá entre nós, eu tinha certeza que iria ser incrível.

[...]

Passeava com meus dedos sobre seu braço tatuado. Minha cabeça estava encostada em seu peito e somente o barulho de nossas respirações se encontrando eram ouvidas no cômodo.

Pedro emitiu um ruído e colocou sua mão na direção de sua costela. Sentei-me na cama aflita.

— Está doendo? Meu Deus, eu nem me lembrei disso ontem.

— Não tinha como lembrar. — sorriu e se inclinou para selar meus lábios. — Mas está tudo bem, algumas vezes sinto umas fisgadas.

— E se ela se mexeu lá dentro?

— Não se mexeu, Laura. Está tudo bem.

Meu celular tocou na mesinha de cabeceira da cama e me abaixei para pegá-lo, vendo várias notificações na tela. Decidi não prestar atenção neles e deixei-o novamente no mesmo lugar de antes, depois saí da cama.

— Você ainda tem empregada? — indaguei curiosa, nunca mais conversei com a Luísa e sentia falta dela.

O rosto de Pedro mudou de relaxado para tenso em segundos e eu sabia que algo estava errado. Fosse o que fosse, não era uma coisa boa.

— Desde o falecimento da Luísa não contratei mais ninguém. — disse ele, cabisbaixo.

Eu abri minha boca, mas não consegui falar. Meus olhos lacrimejaram imediatamente. Como assim Luísa ter morrido? Eu precisava de alguns minutos para entender tudo.

— Ela sofreu um infarto fulminante no fim do ano retrasado, não conseguiu ser socorrida a tempo e não sobreviveu.

Minhas lágrimas começaram a escorrer pela bochecha e encostei-me na escrivaninha. Pedro levantou-se e veio até mim, envolvendo-me num abraço carinhoso, deixando-me chorar à vontade.

Ficamos assim por alguns minutos até que eu me acalmei e ele me convenceu a tomar um banho com ele antes de descer e fazer o café da manhã.

Tomei banho em silêncio, ainda tentando processar a informação. Ele tentou me animar fazendo palhaçadas, mas quando descemos e olhamos para a cozinha vazia, sem a presença de Luísa, que com certeza se viraria e sorriria satisfeita com a minha presença, fiquei triste de novo.

— Vamos fazer o seguinte. Passamos no seu hotel, você faz o seu check-out e traz suas coisas para minha casa. — disse abraçando-me por trás e deixando beijinhos no meu ombro.

— Eu tenho uma filha, um emprego, uma casa. Tenho que voltar para a minha cidade.

— Não quero ficar mais um segundo longe de você, Laura.

Eu sorri e me virei para ele.

— Onde você quer chegar com isso? — indaguei curiosa, tentando não sorrir.

Pedro Guilherme se abaixou em minha frente, ajoelhando-se e pegando minha mão em seguida.

— Começamos de uma forma bem diferente do normal e eu fui um idiota em não te querer mais no momento da raiva, mas foram os piores três anos da minha vida ficar afastado de você. Pedi para o Gabriel dar um jeito de te trazer de volta ao Rio e juntos combinamos que ele te chamaria para a festa de aniversário dele.

— Está falando sério? — indaguei. Nunca imaginaria isso.

— Quando eu te vi sentada lá na calçada, meu coração se encheu de alegria novamente. Olha só ao seu redor, Laura. Essa casa não é a mesma sem você, não é a mesma sem toda a felicidade da Ísis engatinhando e dando os primeiros passos por aí, minha cama ficou estranhamente grande demais para eu dormir sozinho nela. Quero fazer a coisa certa dessa vez, sem um contrato falso, sem fingir nada para ninguém. Então, Laura, você quer se casar comigo?

Eu não conseguia parar de sorrir de tamanha felicidade no momento.

— Você tem certeza disso, Pedro? — indaguei.

— Total certeza.

— Então sim! Mil vezes sim! — falei finalmente e o puxei para se levantar, beijando-o com intensidade.

Talvez tivéssemos nos apressando novamente, mas assim como ele, eu também não queria ficar mais nenhum segundo longe dele.

Tudo a minha volta que antes parecia ser preto e branco, voltou a ficar colorido no momento.

Pedro e eu poderíamos não ser o melhor casal existente no planeta, mas eu sabia que juntos seríamos capazes de conseguir isso.

Um novo rumo na minha vida estava (re)começando e eu era eternamente grata a todos os momentos que me fizeram passar.

Fim.

Contrato de Casamento | Pedro GuilhermeOnde histórias criam vida. Descubra agora