Epílogo - Bônus

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Meu coração estava disparado e minhas mãos tremiam. Eu não sabia se sorria ou chorava, especialmente quando não tinha ninguém para me ajudar a ver se o que eu estava vendo com minha visão turva de lágrimas era real ou não.

Eu não imaginava como Pedro reagiria. Tudo bem que no fundo eu sabia que ele ficaria extremamente feliz, já que sempre deixou bem claro que queria aquilo, mas agora ele estava em uma fase tão boa da vida e profissionalmente também que o medo de sua reação ser ao contrário do que eu estava imaginando estava me consumindo.

Além do mais, as pessoas descobriram que nosso casamento era inicialmente uma farsa e gerou muita confusão, agora tudo estava de volta ao normal e ter que dar mais uma notícia como essa deixaria a vida dos fofoqueiros mais feliz.

— Mamãe! — exclamou Ísis chegando no banheiro correndo, fazendo-me agarrar o teste de gravidez e tentar escondê-lo atrás dos perfumes na bancada da pia.

Logo atrás dela veio meu marido com um sorriso bobo no rosto, na mão ele tinha uma xícara de brinquedo e na cabeça uma coroa. Com certeza, minha filha estava fazendo-o ser o príncipe do chá da tarde novamente. Houve uma vez que o peguei no quarto com ela sentado na cadeirinha rosa dela fingindo tomar um chá imaginário, o mais engraçado era o dedo mindinho levantado como se realmente estivesse em um lugar formal.

Ísis olhou de relance para Pedro e logo agarrou minhas, um gesto que ela fazia quando estava envergonhada.

— Ninguém vai me dizer o que está acontecendo aqui? — indaguei erguendo meu olhar para Pedro que ainda sorria. Afastei minha filha das minhas pernas e a olhei.

— Mamãe a gente 'tava brincando, aí eu chamei o tio Pedro de papai e ele ficou me olhando igual ele tá olhando agora, aí eu perguntei o que eu fiz de errado e ele só ficou todo bobão assim.

Não deixei de rir da forma como ela contou, mas também porque eu sabia que aquilo significava muito para ele. Desde o começo ele ficava me perguntando quando ela iria chamar ele de pai ou algo do tipo, já que eu havia ensinado que ela o deveria chamar de tio e com certeza ele estava tão abismado quanto eu.

Mesmo sem saber como reagir, abaixei-me ficando da altura dela e tirei uma mecha de cabelo de seu rosto, conseguindo enxergar melhor os seus olhos.

— Então, o tio Pedro só está assim porque ele não liga se você o chama de papai, na verdade ele até prefere que seja desse jeito. Ele não está zangado com você, só está feliz.

— Você tem certeza? — perguntou e eu assenti, então ela se virou para ele. — É verdade?

Nesse momento ele já tinha desfeito o sorriso e me encarava sério.

— Sim, princesa. Mas agora eu preciso falar com sua mamãe, você pode me esperar fazendo mais um pouco de chá?

— Claro! — ela sorriu e pegou a xícara da mão dele antes de sair da nossa vista.

Engoli à seco vendo-o chegar perto de mim e encostei-me na bancada na esperança dele não ver o que eu estava vendo antes deles chegarem.

— Estava chorando? — indagou levando seu dedo até debaixo dos meus olhos, tirando o excesso das lágrimas que ficaram ali.

— Não, quero dizer, estava, mas é só cansaço mesmo. — menti rezando mentalmente para ele aceitar a mentira.

Felizmente, Pedro às vezes vivia no mundo da lua, então ele apenas acenou com a cabeça e me abraçou por alguns segundos antes de olhar para mim com um novo sorriso nos lábios.

— Pode me ajudar a arrumar a mala para viajar amanhã? — perguntou e eu concordei para sair do banheiro o mais rápido possível.

Finalmente, ele foi chamado para a Seleção novamente e desta vez ele foi liberado para ir, então sua empolgação estava fora do comum. O lado ruim de tudo isso era que ele ficaria dois meses treinando como nunca antes e quando ele voltasse eu teria que contar tudo para ele de uma forma ou de outra.

Contrato de Casamento | Pedro GuilhermeOnde histórias criam vida. Descubra agora