Oito

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Os empregados estavam terminando de arrumar a mesa de jantar na área gourmet quando cheguei. A família do jogador resolveu fazer um jantar temático como se estivéssemos em uma festa luxuosa e Thaisa me obrigou a usar um vestido que ela me trouxe de presente. Na verdade, ele era muito bonito, vermelho e comprido. Eu escovei meu cabelo ruivo para trás e coloquei uma maquiagem básica para não parecer tão extravagante no final. A Luísa, que me ajudou a ficar pronta, adorou o resultado e disse que eu podia ir na frente e que ela ainda ia tomar banho e arrumar minha filha.

A mesa estava muito bem organizada. Havia diferentes talheres, copos, lenços em pratos e arranjos de flores.

Caminhei até a beira do deck de madeira onde ficava a área e observei a bela vista da ilha à noite. Algumas luzes no caminho iluminavam os grandes coqueiros, a piscina também tinha uma luz azul escura e o caminho de seixos que levava até onde saíamos do barco tinha luzes.

Resolvi pegar meu celular e filmar aquela visão para colocar uma música e postar, mas quando virei a câmera para o caminho da piscina, acabei filmando o Pedro vindo em direção ao deck todo arrumado e acabei abaixando o celular. Ele usava um traje formal que o fazia parecer muito mais sério e mais uma vez me vi perdida em pensamentos.

Quando ele se aproximou e ficou ao meu lado observando a vista, ele decidiu falar.

— Onde estão os outros? — indagou e eu o olhei fazendo-o me olhar de volta.

— Luísa falou que eu poderia vir na frente que ela ia arrumar a Ísis para mim. E a sua família?

— Thaisa disse que iria arrumar a Ísis, meus pais estavam se arrumando no quarto deles e o Victor eu não sei.

— Tem algo errado nisso aí. — comentei e ele assentiu concordando comigo.

Ouvi vozes e olhamos para baixo vendo Victor dirigindo um carrinho elétrico como os de golfe, sua irmã ao seu lado com minha filha no colo, os pais deles nos bancos de trás e Luísa também.

— Onde vocês estão indo? — Pedro gritou fazendo seu irmão frear bruscamente.

— Bom jantar para vocês dois! Divirtam-se! — Cristina gritou de volta.

Isso mesmo. A família dele havia acabado de planejar um jantar surpresa para nós dois e conseguiu nos enganar direitinho. A minha dúvida era: Qual o motivo deles estarem querendo que eu e Pedro nos aproximemos?

— Não acredito. — ele resmungou. — Bom, se quiser ir embora, não tem problema.

Observei as pessoas colocando tudo sobre a mesa tão felizes, às vezes olhando para nós, que apenas balancei a cabeça em negação.

— Por mim eu fico. — encolhi os ombros. — E você? — não negaria estar com medo do que ele falaria.

— Estava torcendo para você dizer isso. — ele sorriu e estendeu a mão para o lado como se estivesse me dando passagem para ir em sua frente.

Sentamos à mesa e só então percebi que havia apenas dois pratos. Talvez se eu tivesse percebido antes, eu não estaria lá agora. Serviram-nos vinho e depois o jantar, que estava delicioso.

— Sabe, Pedro, eu nunca imaginaria que estaria em um lugar desse na minha vida. — eu disse.

O jantar tinha sido muito bom na verdade, conversamos sobre alguns assuntos da atualidade e por algum momento começamos a esquecer que tudo ali tinha sido combinado para nos deixar a sós.

Estávamos sentados no banco de madeira perto de onde estavam os barcos e ouvíamos o barulho do mar. Levamos conosco o balde de gelo com o vinho e as taças que ainda bebíamos.

Contrato de Casamento | Pedro GuilhermeOnde histórias criam vida. Descubra agora