Nove

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— Me belisca eu devo estar sonhando! — exclamou Thaisa animadamente. — Você e meu irmão se beijaram? Não acredito!

Ela já estava há uns minutos dizendo essas mesmas frases e andando em círculos na varanda. Eu realmente queria contar e ela realmente queria ouvir, então adicionamos o útil ao agradável.

— E então? — ela sentou-se finalmente. — Vocês fizeram mais alguma coisa?

— Não. Entramos em casa, ele pegou as coisas dele e foi dormir com o Victor.

Ela fez o som de "tsc tsc" com a boca e balançou a cabeça em negação.

— Meu irmão é um lerdo.

Nós duas rimos e e continuamos conversando sobre mais alguns assuntos até os outros surgirem prontos para irem no jet ski que combinamos.

Eu estava claramente envergonhada, era nítido no meu rosto e quando subi no jet atrás de Pedro, já que iríamos todos em dupla, eu senti mais vergonha ainda.

— Pode segurar minha cintura, Laura. — ele pegou minhas mãos e as passou em volta de seu corpo. — Tudo certo?

— Tudo sim.

Ele sorriu e se inclinou para perto, mas parece ter pensado duas vezes e recuou.

— Prontos? — Victor gritou. — Um, dois, três e já!

Os três aceleraram e tive que agarrar o jogador à minha frente para não cair para trás. Foi uma sensação incrível sentir o vento batendo no meu rosto fazendo meu cabelo voar, mas foi ainda mais incrível como me senti totalmente calma e segura com o Pedro e no fundo tinha medo do que aquela sensação poderia ser.

Desde o primeiro momento que assinei o contrato, quando o vi chegando ao escritório, sabia muito bem que teria que ser forte para não acabar perdendo o foco de porque estava ali: para ganhar dinheiro suficiente para não ter que voltar para minha cidade natal. E também havia um motivo escrito na cláusula do contrato que não deveríamos realmente nos aproximar, pois íamos nos separar no final do ano. Felizmente no começo ele era um poço de ignorância e acabei perdendo um pouco o interesse, mas quando ele começou a me tratar bem comecei a ficar com medo do que poderia acontecer.

E algo me dizia que a mesma sensação de calmaria que eu estava sentindo, ele sentia também. O modo como me olhou na noite passada, como falou tudo o que queria falar, como suas mãos pegaram as minhas para abraça-lo, algo nele tinha despertado também. Eu estava com medo, já que moramos na mesma casa não pararíamos de nos aproximar.

E a julgar pela maneira como Cristina começou a olhar para mim, ela com certeza sabia que algo tinha acontecido.

No geral, o passeio de jet ski foi muito divertido, mas eu ainda não conseguia parar de pensar na situação que estava martelando na minha cabeça.

Mais tarde enquanto eu dava almoço para Ísis sentada ao redor da mesa, ouvia de longe a conversa deles e tentava não prestar muito a atenção, mas hora ou outra meu nome era mencionado e algumas vezes Pedro me elogiava quase que sem perceber. Ele falava para sua família que eu era uma boa pessoa, que eu merecia tudo de bom e outros elogios disfarçados de conversa.

— Laura? — ele me chamou. — Minha mãe deu a ideia de levarmos a Ísis no mar.

— Hum, é uma boa ideia. — sorri amigavelmente.

[...]

Quando o sol estava mais baixo, por volta das quatro horas, levamos minha filha para o mar. Havia um pedacinho de areia que dava acesso à praia e o Pedro logo estava entrando na água quando terminei de me certificar de que havia passado protetor solar em todo o corpo da minha bebê.

Contrato de Casamento | Pedro GuilhermeOnde histórias criam vida. Descubra agora