Complicações.

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Addison se encontrava em seu pior estado de espírito… completamente nervosa, melancólica e uma bomba de sentimentos. Ela se sentia como a adolescente que era, que tinha medo de tudo, que chorava e que não tinha controle sobre ela mesma.

A senhora Grey já havia chegado, se tinha passado uma semana desde o ocorrido. Apesar de tudo Montgomery tentava se manter forte e firme, ela sentia falta de Meredith. Não conseguia ficar em sua casa e tão pouco ir ao hospital, a culpa a consumia, não que ela tivesse algo com que aconteceu.

No entanto, sua mente a fazia se sentir assim, a ruiva não conseguia respirar sem se lembrar dos doces lábios de Meredith, de seu perfume com a essência de lavanda ou simplesmente de seu sorriso doce e encantador.

Ela vivia de recordações, das memórias, passava horas, sentada em seu deck olhando o vai e vem das ondas, tão inerte a tudo, só que em sua mente tudo acontecia ela lembrava da presença de Meredith, do corpo, dos toques e não era só isso, mas também das conversas, dos olhares apaixonados e tudo aquilo que ambas proporcionavam uma, a outra.

Seria inevitável não notar a conexão que elas tinham, Addison sentia como se estivesse perdendo a própria vida, talvez ela estivesse mesmo.

Montgomery sempre teve o irrevogável azar de perder tudo que ela amava, isso a deixava completamente quebrada ainda mais do que já era, a ruiva queria consolo alguém que pudesse lhe oferecer isso, contudo, ela estava sozinha e a mesma tinha noção disso.

Por mais que tivesse sua irmã não era ela que Addison queria, ela desejava um colo de mãe, alguém que pudesse aconselhar a mesma a fazer o que era certo. No entanto, sua mãe não a considerava como filha, isso a machucava ainda mais porque mesmo ela sendo a pior mãe que alguém poderia ter, Addison ainda a mesma como tal.

“Pessoas como você, estão predestinadas a solidão” — uma frase que Beatrice Montgomery disse a Addison quando adolescente ecoava em sua mente.

Por qual motivo aquilo parecia ser tão verídico agora? Talvez Deus estivesse a castigando por ser quem ela era, por muito tempo ela se manteve distante de tudo que se dirigia a palavra “Deus”.

Ela sentia raiva, então começou a odiar o mesmo, pensar que era patético tudo o que as pessoas faziam para ter um lugar no céu, questionou sua fé e por qual razão ela frequentava a igreja.

Apesar de tudo, ela conseguia crer nele por mais distante que estivesse, não acreditava muito que ele era o seu suporte mas, achava reconfortante ter alguém que poderia lhe dar apoio e conforto.

A mãe de Meredith chegou naquele momento, Ellis estava receosa por mais que soubesse do temperamento forte de Addison, a ruiva fora muito atenciosa e doce com ela.

— Lembrando de Meredith certo? — perguntou sentando a seu lado.

— É tão óbvio assim? — Addison a olhou de lado e sorriu.

— É impossível não se recordar dela… acredite tenho medo. — a mais velha disse abaixando o olhar.

— Como você está Ellis? Compreendo o quão difícil deve ser para você, ver a sua filha naquele estado. — tocou as mãos da Senhora Grey.

— Estou bem-querida, e você como está? Tenho certeza, que nessa sua cabeça muita coisa está acontecendo. — olhou no fundo dos olhos da ruiva, Ellis teve a chance de ver o quão o seu olhar demonstrava medo.

Nada foi dito, apenas o choro de Montgomery foi escutado naquele ambiente. A Grey mais velha entendeu, que a mesma precisava de consolo, de um colo, partia o coração da matriarca ver alguém nesse estado.

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