Quarentena

3.7K 387 257
                                    

Meredith

Os dias se passaram rápidos e estava entrando em uma completa crise de pânico, não sabia como agir em tal situação era uma pandemia. Mal falava com a minha chefe, que vale ressaltar a mesma é uma crápula egocêntrica. Só mantinha contato com a minha mãe por telefone, e grande parte do aperto que se tinha em meu coração era por causa dela.

A mesma durante toda sua vida se desdobrava para dar conta de seu trabalho e dedicar atenção a mim e minha irmã Lexie, ela era uma cirurgiã muito renomada e conhecida pelo mundo todo. Só que, agora parou de exercer sua grande paixão pela questão da idade.

No entanto, com essa loucura toda sobre o tal vírus ela passa o dia e a noite toda pesquisando sobre. Isso me tira do sério, não a necessidade para que dona Ellis faça isso, ainda mais ela. Só que seu lado persistente fala mais alto, o que me deixa de cabelos em pés.

Estar nessa casa imensa sem ninguém para conversar é totalmente tedioso, inclusive tenho pavor ao ouvir essa palavra. Sim, não tenho a proeza de ficar em um lugar, parada sem estar fazendo algo. Em menos de dois dias fiz tudo o que se tinha para fazer na semana, analisei a ideia de limpar o quarto e ler um livro.

— Meredith — a voz grossa de Addison ressoou pela cozinha

Levei um susto imenso ao não notar sua presença ali, meu coração quase foi para fora.

— Que susto! — coloquei minha sob meu peito

— Tente ficar mais no mundo real e não em seu universo paralelo. — Não poderia faltar a patada do dia, pensei com ironia.

Como sempre Addison foi grossa, mas, nem me dava ao luxo de me importar. Ela sempre foi desse jeito, insensível, detestável, egocêntrica, crápula enfim, diversos adjetivos carinhosos.

— Precisa de algo? — perguntei virando para mesma, que matinha aquela imagem prepotente e respeitosa como sempre.

— Não, só vim avisar que não poderemos sair de Los Angeles nos próximos dois meses. — deu de ombros.

O que era quinze dias se tornou dois meses, se eu já estava surtando nesses primeiros sete dias o que seria de mim nos próximos meses?

— Que? Nos próximos dois meses? — disse na esperança que havia entendido errado.

— Creio que não seja tão burra assim. — como eu odiava o seu tom de indiferença, o modo com ela me trata.

{♡}

Addisson é um posso de mistérios que ninguém consegue desvendar, procuro ficar longe de assuntos de sua vida pessoal. Pessoas mais antigas que trabalham com ela, contam que nos últimos cinco anos que a mesma ficou assim.

Que antigamente a mulher era sorridente, feliz e educada. Algo que é um pouco difícil de se acreditar, porém, quando são indagados sobre o que aconteceu rapidamente todos mudam de assunto. Talvez seria o medo de serem demitidos, pois, a mesma sempre fez questão de manter a fama de demitir os funcionários antes de completarem um mês de serviço.

Addison causava medo em qualquer um, seu olhar estremecia o corpo de todos os seus funcionários, analisando-a penso que a mesma tem essa personalidade para impor respeito sob os demais. O tom de sua voz, modo de tratar os outros ou ate mesmo suas roupas diziam muito sobre ela.

Possamos dizer que eu e ela somos parecidas, somos fechadas para o mundo. Para vocês terem noção, desde minha adolescência determinei metas em minha vida que até hoje sigo a risca. Nos auges dos meus 25 anos nunca me relacionei com ninguém, ou ao menos namorei… mas tudo que acontece em nossa tem um porquê.

O meu diálogo com Addison era apenas um “bom dia” que às vezes nem me respondia, não posso fazer nada se fui criada com uma boa educação. Os jantares eram servidos em um completo silêncio, na maioria das vezes quem cozinhava era ela. Só se direcionava a mim com grosseria, apenas para tratar de assuntos que se remetia ao trabalho.

Ficávamos a maior parte do dia, trancadas em nossos quartos, resolvendo questões de trabalhos ou tendo reuniões com os novos escritores que seriam lançados pela editora Forbes Montgomery, uma de minhas metas é ser lançada pela mesma, entretanto, acho um pouco difícil, até pelo fato de que a dona da editora tenha um grande ódio de mim.

Foi imposta a mesa uma regras de convivência, o que basicamente abordava sobre o que a minha pessoa seria capaz de fazer ou não.

Regras de convivência

• Não fale comigo, ao menos que eu me direcione a você.
• Não mecha nas minhas coisas, se por um acaso eu notar que algo que foi retirado do lugar, teremos problemas.
• Não me pergunte nada sobre minha vida pessoal.
• Não entre em meu quarto, melhor dizendo não siga em direção ao meu quarto.
• Jamais em hipótese alguma pergunte sobre meu passado, não somos amigas e nunca seremos.
• Revezamentos serão feitos, sobre quem ira sair na semana e cozinhar.

— Espero que tenha sido clara em cada “item” que se encontra nessa lista! — falou em seu tom alto e seco.

— Entendi perfeitamente — digo enquanto encarava aquelas “regras”

Aqule pedaço de papel não tinha nada de regras de convivência, e sim sobre como me deveria me portar na casa da poderosa Montgomery. Enfim, mulher insuportável e cheias de frescuras.

{♡}


Estava dormindo quando ouço batidas fortes em minha porta, o que Addison queria a essa hora?

— Você não sabe que odeio que mexa nas minhas coisas? — disse gritando, seu tom era de estrema arrogância e seus olhos estavam vermelhos de raiva.

— Do que você esta falando? — pergunto sem entender nada, aquela mulher era louca?

Não tinha mexido em nada que lhe dizia respeito, e por qual motivo eu iria mexer? É muita presunção para uma pessoa só!

— Não se faça de dissimulada — a olho incrédula, só poderia ser brincadeira além de me tirar de meu sono, tem a coragem de me ofender por algo que nem fiz!

— francamente Addison! Porque raios eu iria mexer em suas coisas? — exaltei minha voz, quem ela pensa que é para falar assim comigo? Seu egocentrismo me dava nos nervos!

— Não sei… Talvez curiosidade? — curiosidade? Pelos deuses essa mulher é o satã em forma de gente!

— Me poupe de seus surtos! — revirei os olhos, Addison às vezes passa dos limites.

— Não mexa em minhas coisas! — rosnou, e o seu olho era tomado pelo imenso ódio.

Bati a porta em sua cara, escutei a mesma resmungando algo sobre deixar a falando sozinha. Só que a ruiva era muito abusada, ela pode ser tudo menos educada e gentil. Ainda não entendi o motivo dessa briga, detalhe que nem mexer nas suas coisas eu mexi.

Nem me lembro ao certo quando eu dormi, apenas senti que meu corpo estava cansado e que necessitava dormir.

Confined With You Onde histórias criam vida. Descubra agora