Helena levanta as sobrancelhas, coloca as mãos na cintura e bate de leve o pé direito. — Lize, apresse-se! — Ela chama impaciente — O que você está fazendo? Vamos nos atrasar, — Ela franziu a testa, era um sinal de que estava controlando sua ansiedade. — Esqueceu que hoje você vai para a academia?
Em um tom suave, Lize responde. — Mãe, já estou indo, estava arrumando minhas coisas. —Ela sorri.
Os olhos de Helena exibem um brilho diferente — Você sabe que seu pai está fora a serviço do conselho, por isso, não devemos nos atrasar, vamos buscá-lo no caminho. Apresse-se, tenho que me repetir?
— Eu sei mãe, desculpe, vamos logo então — Ela tenta esconder um sorriso pelo olhar bobo de sua mãe, ao falar de seu pai.
***
Nesse mesmo instante, ruídos de uma marcha podiam ser ouvida fora da cidade, os soldados designados a proteção dos portões, que se encontravam fora da cidade, foram brutalmente assassinados, por elementais fortes e deformados pelo excesso de magia, deixando a cidade sem aviso do perigo iminente.
Os soldados que deveriam estar atentos nas torres de vigia, estavam em pé conversando pelo espelho mágico e nem perceberam quando foram atingidos por flechas envenenadas, com sangue escorrendo pelos olhos e bocas, deixaram o espelho cair de suas mãos, e cambaleando tentaram se manter firmes e tocar o sino de alerta, mas não conseguiram e caíram um após o outro junto ao espelho.
Com os portões abertos, os elementais e magos invasores, entraram na cidade, um dos invasores ergueu uma barreira mágica para impedir que alguém percebesse o que estava acontecendo na cidade e logo foram percebidas pequenas explosões em toda a parte, um barulho alto que fez com que alguns cidadãos saíssem de suas casas correndo e fossem ao centro da cidade.
Lize correu — Mãe, você está escutando? Que barulho foi esse?
Helena pegou o seu grimório, — Um livro de feitiços e magias, vermelho com entalhes dourados e uma chama amarela na capa — E se posicionou em frente a Lize — Pelo som... estamos sendo atacados, filha preste atenção no que vou lhe dizer, você deve ficar aqui, não saia, entendeu? Eu vou ver o que está acontecendo.
Lize sentou-se no sofá, dobrou as pernas e agarrou os joelhos, abaixou a cabeça e resmungou — Não quero ficar aqui sozinha!
— Se você sair dessa casa, eu mesma matarei você! Helena a ameaçou, fechou a porta e saiu correndo.
Lize ficou em casa mesmo querendo espionar o que estava acontecendo. A cidade de Djinn estava cercada por criaturas mágicas, que não deveriam estar nessa região. Liderados por metamorfos enegrecidos, começaram a invadir e a destruir a cidade, os magos que ali estavam, não eram tão fortes, pois os mais fortes estavam fora da cidade a serviço do conselho.
Helena, é uma maga poderosa, mas não forte o suficiente, ela começou a lutar com os animais mágicos e elementais que apareceram:
Um elemental da água, que estava com uma marca suspeita na cabeça, olhou para Helena e se aproximou — Até que você é forte para uma maga inferior.
— Cale-se elemental! — Ela lançou um feitiço de aprisionamento nele. — Hanagadra.
O elemental caiu no chão, ele não conseguia se mexer, mas isso não o impediu de falar, Helena se aproximou e o arrastou para uma rua sem invasores a vista, e o fez falar mesmo sem querer.
— Indukzioa, sussurrou Helena. Apontando para o elemental da água.
— Não adianta tentar se esconder maga inferior, nós vamos destruir seu guardião! Falou o elemental.
— Então... é isso que querem atacando a cidade? Mas pra quê? Os guardiões não ficam nas cidades.
— Eles não precisam estar aqui, aos poucos vamos minar suas forças, continuou o elemental, droga! O que você fez? Não deveria falar tanto, — Ele arregalou os olhos, assustado.
Piscando o olho, Helena sussurrou — É um segredo da maga inferior. — Quem está no comando? Perguntou.
Antes que ele falasse, a marca na cabeça do elemental brilhou e explodiu sua cabeça, deixando para traz apenas o corpo.
Helena virou-se assustada, com respingos do sangue do elemental em seu rosto, procurou pela área, mas não viu ninguém, ela então levantou-se e seguiu correndo para o centro da cidade.
Não muito distante, a maioria dos magos presentes na cidade, estavam lutando o máximo que podiam para proteger as pessoas que corriam desesperadas pelas ruas de Djinn, muitos caiam, outros gritavam, ao se aproximar, Helena apressou-se para auxilia-los.
Durante a luta, Helena viu uma menina que parecia estar perdida em meio a bagunça que estava o centro da cidade, sem pensar duas vezes, ela correu e foi até a menina e perguntou:
— Onde está a sua família, garotinha? Ela não obteve resposta, tocou em seu ombro, virando-a devagar para perguntar novamente.
— Você está sozinha? — Finalmente a menina fez algum movimento, levantou a cabeça, seus cabelos estavam soltos e cobriam metade do seu rosto.
Com a voz chorosa, ela posicionou as mãos nos olhos. — Estou perdida.
Helena, lembrou-se de sua filha, que estava em casa e quis ajudar a criança que demonstrava ter 5 anos. — Qual é o seu nome? — Ela passou a mão na cabeça da menina. — Diminuindo o tom de voz para não assustar a criança ela fala seu nome — O meu é Helena.
Abaixando a cabeça, a menina responde — Lana, — E pergunta a Helena: — A senhora podia me levar para casa? — A menina esfregava as mãos em seu pequeno vestido.
Helena pensou se poderia deixar esse lugar, neste momento, sua saída poderia custar vidas, visto que a cidade estava sendo invadida e tinham poucos magos combatentes, mas ela fez uma decisão, chamou um mago que estava próximo e perguntou:
— Ei, você! Diga-me seu nome e seu nível de combate.
O mago olhou para Helena e para a criança que estava ao seu lado. — Me chamo Erick, senhora e estou no nível 3.
Erick, já estava cansado e aparentemente ferido, Ele arfava enquanto falava, Helena designou-o para enviar os não combatentes para um lugar seguro.
— Leve os cidadãos que não conseguem lutar para longe daqui, apresse-se!
— Sim, senhora! — Ele saiu correndo para realizar sua missão o mais rápido possível.
Helena, ficou sozinha com Lana novamente e perguntou o endereço de sua casa.
— Onde fica sua casa, Lana?
— Naquela rua ali, — A menina apontou para a rua da prefeitura de Djinn.
Pegando na mão de Lana, Helena sorriu — Certo, eu vou te levar para casa.
Lana, assentiu com a cabeça, abaixando-a novamente, fazendo com que Helena perdesse a visão de seus lábios que formavam um sorriso macabro e silencioso.
NOTAS
Grimório: o livro que os magos usam para estudarem sobre magia.
Metamorfo: mago que pode transformar uma parte de seu corpo em qualquer animal de sua escolha.
MAGIAS
Hanagadra: magia de aprisionamento, o alvo dessa magia, não consegue se mexer.
Indukzioa: magia de indução, o alvo dessa magia é forçado a falar o que estiver escondendo.
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FAATH: Uma história elemental
FantasiaComo seria viver em um mundo repleto de magia, no qual você faz parte de uma escola altamente requisitada e pode aprender a manejar a magia e criar objetos mágicos? Jovens aspirantes a magos, aprenderão a controlar sua magia, descobrindo n...