CAPÍTULO 14 - A CAVERNA: PARTE I

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— Concordo com o Amon, falou Max decidindo participar da conversa.

Antes das luzes se apagarem, os jovens aspirantes voltaram a seus quartos para que pudessem descansar.

Na manhã seguinte, como costumeiro, um som estridente acorda os jovens magos para não se atrasarem, eles despertam ainda meios sonolentos, se arrumam e saem para o refeitório.

Monica desperta cheia de energia e bate várias vezes nas portas dos quartos dos amigos. — Vamos pessoal! Fiquei sabendo que o café da manhã vai ser incrível! — Ela passa a língua pelos lábios, pensando na comida.

Max abre a porta com enorme desgosto estampado em seu rosto. — Porque você está tão barulhenta logo cedo? — Ele cruza os braços e se posiciona ao lado da porta.

Cintia sai do quarto amarrando o cabelo em um coque simples com as mexas verdes soltas. — Deixa de ser chato, Max. — Ela o olha com reprovação.

Coisa que não afetou Max que deu de ombros e saiu primeiro acenando a mão para ela.

— Ignorem ele, vamos descobrir que comida incrível é essa que fez a Monica bater em nossas portas. — disse Lize ao sair do dormitório junto com seus amigos.

Os aspirantes chegaram ao refeitório e descobriram que era um café da manhã normal como todos os dias, eles encontraram Max e sentaram juntos, eles olharam para Monica que abaixou a cabeça e comia lentamente sem olhá-los. Ao terminarem o café da manhã, foram para a frente da Gym, onde o professor Alev os esperavam.

Quando saíram para encontrar o professor, o avistaram parado observando o céu que estava limpo, sem nuvens, o vento soprava as folhas das árvores que balançavam como se estivessem saudando o dia.

Alev os viu. — Olá, jovens magos, hoje vocês estarão aos meus cuidados. — Ele abriu um lindo sorriso para seus alunos.

— Olá, responderam todos.

— Vamos para a caverna etérea, ela possui uma gama de minerais, pedras, cristais e metais em seu interior, não se sabe como essa mistura aconteceu, mas esta caverna possui milhares de anos e está dentro dos domínios da Gym, não fica muito longe daqui. — Me sigam, chamou apontando para um caminho fora dos muros.

Os alunos acompanharam Alev por um caminho amplo e de fácil acesso, com árvores dos dois lados o que deixava a caminhada mais tranquila com a música da natureza ao som dos pássaros que voavam pacificamente, o dia estava ensolarado e ameno, o que transmitia tranquilidade.

Os alunos chegaram à entrada da caverna e ficaram admirados com o seu tamanho, a caverna estava cercada por pedras de vários tamanhos, o seu interior parecia escuro e dela saiam barulhos causados pelo vento que batia em suas paredes.

Com olhos brilhantes, Yegor admira. — É bem grandinha hein. — Ele se aproxima para tocar as pedras.

Alev chama a atenção dos alunos e explica. — Aspirantes, prestem atenção! Nós entraremos nessa caverna e coletaremos algumas pedras, cristais e metais, quero adiantá-los que nosso percurso ali dentro está marcado com símbolos por minha magia de fogo para evitarmos que alguém se perca, pois, o seu interior é gigantesco, então eu sempre saberei onde vocês estão, não se preocupem. — Ele piscou para eles. — Entregarei a vocês a lista das pedras, cristais e alguns metais que precisaremos, juntamente com uma bolsa mágica para que possam guardá-las, na bolsa tem um kit que os auxiliarão na coleta, lembrem-se de que vocês devem pegar todos os itens da lista sem falta.

Amon levanta a mão para perguntar. — O professor não vai entrar?

O professor coloca as mãos nos bolsos. — Não vou, estarei os aguardando aqui na entrada, fiquem à vontade. — Ele balança mão para indicar que ele poderia seguir em frente e entrar na caverna.

***

— Vejamos o que tem nesta lista, disse Lize ao abrir o papel e lê-lo para os amigos.

Querido aspirante, você deve coletar:

Obsidiana negra

Quartzo branco

Granada

Cobre

Ferro

OBS: Quanto mais melhor, você consegue!

— Olha como é engraçado, ele vai literalmente nos fazer coletar materiais para ele, viramos servos agora. — Max resmunga fazendo uma careta.

Amon tenta amenizar. — Não é isso, com certeza usaremos esse material depois.

Monica propõe uma ideia aos amigos. — Vamos ficar juntos, não tenho a intenção de me perder aí dentro.  — Ela aponta para a caverna com o rosto.

— Claro, vamos lá. — Chamou Lize entrando na caverna.

Os jovens magos adentraram no ambiente e logo perceberam os símbolos que o professor mencionou, ficaram mais aliviados, o interior da caverna estava claro e possui um chão firme, as paredes eram lisas com alguns galhos secos grudados nelas, o teto eles mal podiam enxergar o fim, eles precisaram caminhar bastante até encontrarem o que foram buscar, chegando em um certo ponto da caverna, os alunos puderam ver os materiais, as paredes da caverna estavam cobertas por eles, no teto tinham estalactites de cristais e de pedras pontiagudas misturadas.

Ao começarem a coleta, os alunos retiraram da bolsa mágica, uma mini picareta para escavar as pedras das paredes.

Cintia assentia levemente enquanto sorria. — Essa bolsa mágica é muito útil!

— Realmente, como o professor nos disse, vai facilitar ao coletarmos os materiais, complementou Amon.

Lize passava a mão na parede. — Não canso de admirar esse lugar, essas paredes são lindas, todas estão lotadas dos materiais que precisamos, mas por estarmos em cinco, precisaremos ir mais longe para coletarmos tudo.

Ao terminarem a primeira parte da coleta, os jovens magos continuaram caminhando pela caverna, as paredes começaram a perder o brilho, pois estava com pouco material cravado nelas, o chão estava ficando escorregadio, e caiam gotículas de água quase imperceptíveis das rochas pontiagudas que estavam no teto.

Max olhava ao redor. — Estou com um mal pressentimento, acredito que devemos voltar e procurar outro caminho. — Ele advertiu enquanto observava a caverna ficar mais escura.

Monica virou a cabeça para o lado em que ele estava. — Com medo, Max? — Ela brincou, exibindo um sorriso travesso.

Lize que estava andando na frente, parou de repente. — Gente, não consigo mais ver os símbolos mágicos do professor nas paredes.

— Não é hora para brincadeiras, Lize, falou Cintia olhando para a amiga.

Enquanto os amigos conversavam, uma rajada de vento passou por eles e a magia de fogo de Alev, se extinguiu completamente, o que os deixou assustados.

— Porque a magia do professor sumiu? Indagou Cintia.

Amon colocou a mão na parede. — Não sabemos, devemos ficar juntos para não nos perdermos, agora que estamos sem luz.

Monica não se assustou, ela tinha  uma solução. — Não tem porque nos agitarmos, a  Lize e  o Max são da sociedade do fogo, não é? — Ela gesticulava apontando para eles. — Usem sua magia e iluminem o caminho para nós. — Ela pediu com um sorriso de satisfação por ter achado uma solução.

— Eu não sei como.  — Disseram ao mesmo tempo. 


FAATH: Uma história elementalOnde histórias criam vida. Descubra agora