CAPÍTULO 15 - A CAVERNA: PARTE II

17 3 16
                                    


Os amigos arregalaram os olhos, perplexos. — Como assim, não sabem como?

Lize explicou aos amigos. — Na nossa sociedade, não temos treinamento mágico em casa, por isso somos mandados para a Gym. — Ela abaixou a cabeça para não enfrentar os olhares lançados pelos jovens.

Amon quebrou o silêncio que ficou depois que Lize falou. — Bem, se é assim, não temos o que fazer, vamos formar uma fila e seguir tateando pela parede até encontrarmos outra seção da caverna que tenha luz. — Ele propôs, já se posicionando rente a parede.

Monica também concordou e se encostou na parede, mas em seguida soltou um grito. — Aaahhh!

Cintia tateava no escuro. — O que aconteceu, Monica? — Ela balançava as mãos tentando encontrar a amiga.

— Me desculpem, senti algo gelado ao me encostar na parede e me assustei, assumiu Monica envergonhada.

De repente os jovens sentiram um leve tremor no chão e começaram a correr não se atendo ao primeiro plano, o que tornou a estadia deles perigosa naquela seção.

— Não vou nem dizer que avisei, comentou Max baixinho.

Por estar escuro, ele não percebeu que seus amigos reviraram os olhos para ele, mesmo sabendo que ele tinha razão.

Ao mesmo tempo em que eles estavam sem luz, os outros aspirantes estavam coletando tranquilamente seus materiais e muitos alunos já saíram da caverna e se encontraram com o professor Alev.

— Até que enfim saímos daquela caverna, estava ficando fria demais, comentou um dos aspirantes esfregando as mãos para se esquentar.

Como assim fria? Eu ativei minha magia lá dentro, deveria estar com uma temperatura agradável, pensou Alev, mas não se importou muito e voltou a se sentar em uma pedra em frente a caverna.

Enquanto os outros aspirantes obtêm sucesso em suas coletas, o grupo de Lize continua perdido no escuro.

— Que estranho, porque não encontramos luz ainda? Estou ficando cansada, disse Cintia respirando fundo para não surtar.

Amon passou as mãos nos braços, para se esquentar. — A caverna está ficando mais fria, perceberam? — Ele esfregou as mãos uma na outra.

— Sim, também notei, falou Max em resposta a Amon.

Monica estava andando na frente dos amigos. — Vamos lá pessoal, não sejam pessimistas, nós encontraremos um local ilumin- aaaaahhh... — Ela gritou enquanto caía no buraco recém aberto, causado pelo leve tremor que sentiram minutos antes e que separou Monica de seus amigos.

Ao ouvirem, o grupo parou imediatamente. — Monica! — Gritaram os amigos que viram o buraco, pois de lá emanava uma luz fraca, mas que o iluminava, eles se aproximaram.

Amon sussurrou para os amigos, meio receoso. — O que faremos? Será que ela está bem?

Cintia torcia as mãos, ansiosa. — Não diga essas coisas, Amon!

— Não adianta especular. — Vamos atrás dela. — sugeriu Lize, procurem na bolsa mágica para ver se encontramos alguma corda.

— Se não encontrar, vai fazer o quê? Pular no buraco também? Max quis saber ele tem um mal pressentimento.

— Não dê ideias, Max! — Sussurrou Amon com medo de que realmente eles fossem pular.

Monica caiu em uma nova seção da caverna, ela bateu as costas em uma pequena rocha e rolou pelo chão que estava úmido, haviam grandes rochas pretas e vermelhas espalhadas pelo local, as paredes possuíam poucos materiais. Monica tentou levantar-se, mas ainda sentia dor, embora ela não tivesse caído de uma grande altura, o tombo que ela tomou foi considerável, o suficiente para deixá-la dolorida e com alguns arranhões.

A aspirante olhou para a frente e notou um pequeno lago, a água desse lago parecia diferente, ela não conseguia ver bem de onde ela estava, porém percebeu que de lá provinha uma luz, não era forte, mas essa luz conseguia iluminar todo o ambiente que se estendia por causa das pedras nas paredes.

Como maga da água, Monica quis aproximar-se do lago, então ela foi se arrastando pelo chão até chegar à beira do lago e fez seu contato com a água que trouxe imediatamente tranquilidade para ela e no mesmo instante, Monica jogou-se naquele lago, deixando a água submergi-la.

— Encontrei! — Exclamou Cintia pegando a corda na mão. A corda era longa e de cor preta, feita de fibras naturais e logo procurou uma rocha para que pudesse amarrá-la e ir resgatar sua amiga.

Max olhou para Cintia. — Tem certeza que prendeu direito? — Ele apontou para a corda que estava presa em uma estalagmite preta presa ao chão.

— Claro, mas você desce primeiro, porque se cair, farei de tudo para te ajudar. — Ela esboçou um pequeno sorriso.

— Vamos, vamos, Monica não vai sair de lá sozinha. — Amon encerrou a conversa entre Max e Cintia.

Os jovens magos desceram pela corda, os meninos foram primeiro e em seguida as meninas. Ao descerem os aspirantes se impressionaram com o lugar e olharam ao redor a procura de sua amiga e não a viram, eles perceberam que a iluminação da seção provinha do lago e se encantaram com ele.

— Que lindo! Disseram os jovens ao admirarem o lago.

Os olhos de Lize brilhavam ao olhar a nova seção e o lago. — Como pode um lugar tão bonito, estar escondido.

Max percebeu marcas no chão úmido e se aproximou do lago. — Com certeza é perigoso. — Ele olhou para o fundo do lago. Ele espantou-se com o que notara, lá estava Monica. A jovem maga encontrava-se em posição fetal sem se mover.

— Pessoal, venham aqui, eu encontrei a Monica.

Amon correu para ver. — Pela esfera! Como ela foi parar aí? — Ele manteve os olhos fixos no interior do lago.

Com olhos suplicantes, Cintia pediu. — Vamos tirá-la de lá!

Lize segurou os braços de Cintia. — Não podemos entrar no lago juntos é perigoso, não sabemos o porquê que ela está lá parada, tem que ir apenas um.

Depois de conversarem, Amon decidiu entrar na água. A água desse lago possuía um encanto diferente nas pessoas, e por ser uma maga da água, Monica não corria nenhum risco, não se pode dizer o mesmo para os outros magos. 

FAATH: Uma história elementalOnde histórias criam vida. Descubra agora