CAPÍTULO 17 - ZONA SOMBRIA

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A zona sombria é um lugar remoto e por ser na esfera celeste, a magia do éter é mais forte, o caos era predominante antes dos magos habitarem Aether.

Com a chegada dos magos e consequentemente dos elementais e animais vindos da esfera de Faath, o ambiente foi sendo moldado para que os elementais pudessem permanecer na esfera celeste, porém, nas ruínas de Kháos, dominada pela Aloky, localizada nas profundezas da floresta, o lugar agora, sede da organização não é facilmente encontrado, a magia das sombras é muito forte e densa, o que permite uma certa liberdade para os magos em declínio.

Quando os magos se submetem a organização e cumprem suas missões, eles retornam as ruínas e aguardam novas ordens, pois fizeram de lá sua moradia. Quando o professor Dimitri foi enviado em missão, ele adentrou a zona sombria, mas não encontrou a sede da Aloky.

Na zona sombria, os animais e elementais que aceitam serem marcados ficam soltos pelo lugar, o que faz o ambiente ainda mais perigoso e de difícil acesso.

As ruínas de Kháos, assim nomeada pela energia do caos é um lugar com pouca luz, coberto por uma neblina, rodeada de árvores mortas e ruídos dos elementais e animais que ali habitam. Um castelo foi erguido nesse território com muros altos e um portão de entrada feito de ferro, a iluminação se dá por meio da magia do líder da Aloky, dentro do castelo há quartos e salas de reuniões para que a organização possa se encontrar.

No castelo da Aloky — O líder está de volta. — Abram caminho, seus inúteis! Exigiu um servo que estava na sala de reuniões inclinando-se para frente diante do líder.

O líder da Aloky é um mago druida, alto, com feições bonitas e traços gentis, olhos castanho-escuros e de expressão fria, mantem seus cabelos brancos e longos preso na parte de trás da cabeça, vestido com roupas de tonalidade escura esbanjando poder e pressão mágica.

—Não preciso que fale por mim. — Eöl caminhou lentamente até uma cadeira localizada no centro da sala e sentou-se descansando seu braço no encosto da cadeira. — todos os que estavam presentes se ajoelharam evitando contato visual.

— Onde está a Lana? Perguntou o líder a seus subordinados, sem os mandar levantarem.

Com a voz trêmula e pescoço curvado, o servo respondeu. —Ela está vindo, senhor.

Lana caminhava em passos largos para chegar ao líder inclinando-se para frente e se ajoelhando

—Podem se levantar, Eöl sinalizou com uma mão. — Acredito que tenha algo para mim, ou sua missão foi uma falha? — Sondou o líder cruzando os braços.

Lana arregalou os olhos e desviou o olhar. — Perdoe-me! — Ajoelhou-se rapidamente enquanto sentia um frio que se espalhava por todo o seu corpo, ela abria a boca e fechava, seu coração batia fortemente. — Prometo que trarei o livro da sociedade do fogo para o líder, sem erros, continuou falando sem parar.

— Hum... — Suspirou Eöl descruzando os braços e voltando para sua posição inicial, encostando-os na lateral da cadeira, começou a bater as pontas dos dedos fazendo um pequeno barulho mediante ao silêncio, esboçando um sorriso no canto de sua boca e pediu para que ela se levantasse.  — Deixe-me dizer uma coisa, querida. — Ele se levantou  e aproximou-se da maga em passos curtos e suaves, passou a mão em seu rosto, retirando uns fios de cabelos rebeldes e colocando-os para trás da orelha.  —Ela sentia seu coração palpitar enquanto mordia o interior de uma bochecha.

Eöl agarrou o maxilar de Lana com força erguendo-a do chão, enquanto ela se debatia, levando suas mãos aos braços do líder sem conseguir se desvencilhar, ele continuava apertando o maxilar dela até que lágrimas escorressem por suas bochechas e caíssem sobre as mãos dele.

— Você não vai a lugar nenhum, estou farto de missões fracassadas, eu mesmo terei que agir? —Ele virava o rosto para olhar os servos que estavam a sua volta. — Pra que vocês servem? —Eöl falava entredentes jogando Lana ao chão a olhando friamente e voltando para sua cadeira.

Lana ficou caída no chão arfando com a boca escancarada tentando se recuperar do aperto e sufocamento causado pelo líder e nesse momento, apenas ouvia-se o silêncio, o líder começou a bater com as pontas de seus dedos na cadeira um após o outro novamente, pensando no que fariam a seguir.

— Estão dispensados, e espero não os ver pelo resto do meu dia, não garantirei a vida de ninguém. — Reclinou-se na cadeira e fechou os olhos. — Os servos que não conseguiam emitir nenhum som, retiraram-se da sala apressadamente.

Alguns servos levaram Lana para o quarto e voltaram para os seus, eles não tinham a mesma resistência da maga, morreriam num instante, decidiram pela preservação de suas vidas ficando longe do olhar de seu líder.

***

Lize esfrega as mãos no rosto. — Não acredito que ele nos fez limpar e organizar toda essa montanha de livros! — Ela olha para seus amigos e pendura um pano nos ombros.

— Nem me lembra, e a culpa foi dele! Deveríamos ter falado com o diretor Enki.  —Monica fazia caretas ao mesmo tempo em que se amparava  na parede porque não conseguia ficar em pé.

Cintia revirava os olhos. — Foram dois dias naquele ambiente imundo.  — Estou só o pó da esfera, a sujeira daquele lugar... pobres livros! Ele é mesmo um professor? — Ela gritava, com veias que saltavam visivelmente em sua testa. 

FAATH: Uma história elementalOnde histórias criam vida. Descubra agora