Último ano do ensino médio.
Sn Hall é aquela com poucos amigos, estressada, com ranço de alguns e com um pai muito bravo e bêbado.
Sua mãe? Bom, infelizmente se suicidou quando a garota ainda era pequena.
Então, ela conhece Aidan Gallagher, o alun...
Sn não foi para a escola nas três semanas seguintes. Ela, na verdade, não conseguia sair de casa, a culpa a dominava por completo.
Não só a culpa, algo maior e mais intenso. O arrependimento.
Ela tinha na cabeça dela firmemente que deveria ter contado tudo para Aidan.
Sn estava vendo TV, tentando mudar de pensamento naquela tarde, com metade de sua cortina aberta, construindo uma fraca claridade em seu quarto.
Foi quando Marta bateu na porta.
Marta: amora? -- ela abre uma brecha da porta -- posso entrar?
Sn: pode sim.
A mais velha adentra o quarto da menina, que estava quase pegando o cheiro de cama, por ficar tanto tempo lá.
Marta: trouxe um lanche para você! — ela mostra a bandeira com suco, um lanche, e até um docinho — você precisa comer meu bem.
Sn senta na cama e coloca a bandeja em seu colo.
Marta: e ficar em um quarto fechado também não ajuda em nada — ela exclama, logo se direcionando até a janela, onde abriu a imensa cortina do quarto da menina, que modesta parte também não era algo pequeno.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Sn: ahh Martaa, eu tava tão bem no escurinho — ela resmunga e logo muda o olhar para a bandeja — eu não estou com fome, obrigada pela comida — ela da um sorrisinho triste.
Marta se junta a ela, se sentando na cama.
Marta: meu amor, não fique assim, não pode ficar se culpando — ela coloca o dedo delicado no queixo dela, numa tentativa de deixá-la melhor — ei, cadê o sorriso lindo que esse rostinho tem?
Sn: foi tudo culpa minha — a tristeza dominou seus olhos novamente — eu sei que deveria ter contado tudo a ele. Ele descobriu tudo da pior forma possível Marta — seu olhar ficou lacrimejado — eu tentei... eu juro... eu juro que tentei — sua voz foi ficando rouca — mas eu não conseguia falar pra ele... eu... eu sempre travava.
Marta: e onde está escrito que era sua obrigação contar a ele coisas da sua vida pessoal? -- ela passou o indicador em seu queixo -- Sn, todos nós temos segredos, coisas pessoais, sejam elas quais forem! Muitas pessoas escondem isso. E tá tudo bem amora, não é por conta que você conheceu ele esse ano, que você precisa contar tudo à ele de uma vez — ela disse com a maior calma do mundo.
Sn: mas ele me contou tanto... eu sei varias coisas sobre ele — ela pensou um pouco — eu menti pra ele, dizendo que morava em outro lugar e ele nunca sequer mentiu pra mim. Como ele vai confiar em mim de novo?
Marta secou uma lágrima atrevida que insistiu em escorregar pela sua bochecha.
Marta: amora, mentir é feio, você sabe disso desde pequena. Mas agora o erro foi cometido. E ficar nessa cama semanas e semanas não vai provocar um milagre no universo que concerte a solução. A única pessoa que pode resolver isso você sabe quem é — Sn sabia sim — e eu conheço ela muito bem para saber que seu caráter e precisão vai fazer com que Aidan volte a falar com você.
