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Estava voltando 'pra casa pensando na tal festa de hoje.

Nunca fui em uma dessas, o que me deixa um pouco insegura. Só deve ser um bando de adolescentes bêbados que não ligam para as consequências de seus atos e que não estão nem aí para o fato de que a polícia pode bater na porta a qualquer momento por serem menores de idade.

Não sei se estou afim de ir... sei lá, eu 'to meio mal, então é melhor eu ficar em casa.

Cheguei em casa depois de tanto andar de bicicleta. Decidi pegar um caminho mais longo, pois precisava pensar.

S/n: Marta?

S/p: ela não 'tá em casa- disse aparecendo no meu campo de visão cambaleando, o que me faz reparar que ele está bêbado, muito bêbado.

Isso não é bom.

S/n: onde ela foi? Eu a vi de manhã- tentei me manter o mais calma possível, mesmo o meu coração já estando acelerado e um leve medo estar passando por meu corpo.

S/p: não sei, não ligo- diz enquanto ele vai se aproximando, o que me fazia recuar- fiquei sabendo que você desrespeitou um zelador da escola e ainda o enfrentou, é verdade?

Mas que saco de escola fofoqueira!

Não podia responder sua pergunta com um "não", pois ele sabia que era verdade.

S/n: foi uma coisa idiota pai- disse com medo em minha expressão.

S/p: UMA COISA IDIOTA!?- diz já gritando- SABE A VERGONHA QUE EU TENHO DE VOCÊ?

Não pude falar nada, quando senti uma forte ardência no meu rosto, quando coloquei a mão, senti uma forte dor, mas não a tirei.

Ele... ele nunca fez isso...

Olhava pra ele indignada e com muito medo ao mesmo tempo.

S/n: d-desculpa pai- falava já entre lágrimas.

S/p: desculpas?- ria sarcástico- DESCULPA NÃO VAI ADIANTAR NADA!! Ouviu!? NADA!

S/n- pai...- fui interrompida com mais um tapa ardido em meu rosto.

Isso com certeza vai deixar marca.

S/p: 'PRO SEU QUARTO! AGORA!- disse apontando para o andar de cima.

Não pensei duas vezes em sair correndo em direção as escadas.

Cheguei no meu quarto, tranquei rapidamente a porta e me permiti cair no chão ali mesmo, despejando meu corpo pelas costas da porta atrás de mim.

Eu tentava segurar o choro, mas era uma tentativa falha. Sentia lágrimas rolando pelo meu rosto e passando por cima da ardência, fazendo com que doa um pouco.

Tomei coragem pra levantar, ir até o banheiro, mas quando me olhei no espelho, não gostava do que via.

Minha bochecha esquerda estava muito vermelha e já estava começando a ficar roxa pelos tapas que ele me deu, fazendo eu levar minha mão até ela, mas rapidamente tirar por conta da ardência. Meu rímel estava todo borrado por conta do choro e meu cabelo já não estava tão arrumado. E... o moletom do Aidan. Esqueci completamente de devolver a ele.

Quando olhei de novo para o meu rosto através de espelho, quando vi que já estava sorrindo por lembrar de hoje.

Nem começa S/n!! Pode parar por aqui mocinha!

Decidi tomar um banho. Deixei a água quente cair sobre meu ombros e depois tomar rumo pelo meu corpo, fazendo meus músculos relaxarem. A água estava bem quente, mas eu não ligava, apenas me permitia tentar relaxar.

You Change My Mind • Aidan GallagherOnde histórias criam vida. Descubra agora