15. Sinto muito

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Acordo com uma dor de cabeça pulsante. A dor se espalha desde a testa até minha nuca, me impedindo de me concentrar e voltar a dormir. Resmungo alto e fico alguns minutos rolando na cama, tentando achar uma posição confortável e esquecer a dor.

Nada.

Sabendo que não vou conseguir voltar a dormir, abro os olhos com dificuldade e me arrasto para fora da cama. Assim que coloco os pés no chão, eu sinto uma estranheza. Ao lado da minha cama deveria sentir um tapete que não está aqui agora.

Esfrego meus olhos para ajustar minha visão.

- Mas que porra... - exclamo assustada olhando ao redor. Meu coração se acelera ao pensar que posso ter sido sequestrada. Mas isso não faz nem sentido. Por que sequestradores me deixariam numa cama king size?

A parte de dentro do quarto em si não era tão grande - mas, definitivamente, era maior que o meu. Mas a parte de fora...

O quarto tinha uma cama de casal bem no meio, um closet enorme à direta e por toda a parte da frente - eu disse, toda a parte da frente - onde era para estar a quarta parede, estavam portas de vidro que iam do chão até o teto, cobertas por cortinas de ceda muito grossas.

Afasto um pouco as cortinas e olho para o lado de fora, percebendo que eu estou num andar um pouco alto. Talvez o terceiro. A julgar pela cor do céu, o sol vai nascer em pouco tempo.

No lado de fora de quarto, por trás daquelas imensas portas de vidro, havia um espaço que eu poderia chamar de simples varanda, não fosse pelo tamanho do cômodo que era maior que a sala de estar e jantar do meu apartamento juntas. Havia uma mesa de vidro, como daquelas que se vê nas fotos do lado de fora de restaurantes franceses.

- Meu Deus, o que eu fiz ontem? - suspiro e me viro de volta para o quarto.

A minha mente é um total breu. Não me lembro de nada desde o e-mail que recebi da Universidade. Eu claramente enchi minha cara, mas não faço ideia de como vim parar aqui nesse quarto de luxo. Me lembro vagamente do céu e vislumbres das estrelas, mas nada muito claro.

Com medo de sair do quarto e dar de cara com pessoas desconhecidas, eu decido olhar o closet primeiro para ver se acho alguma pista de onde estou.

Era tudo muito bem organizado. As roupas estavam muito bem distribuídas nos cabides e os sapatos bem limpos e colocados no sapateiro. Só um minuto...eu conheço esse estilo de roupa.

Havia muitas calças jeans e camisetas de botões aqui. Alguns ternos e sapatos sociais...

- Bom dia! - dou um grito e salto de susto, me virando para a entrada do closet, preparada para bater em alguém e sair correndo.

Apesar disso, quando olho para a pessoa plantada na porta, com um sorriso torto no rosto, sinto meu coração acelerar mais ainda. No entanto, dessa vez, não é de medo, e sim de...alguma outra coisa.

- Aidan? O que...? O que estou fazendo aqui?

- No meu closet ou... - ele começa bem humorado, mas faço uma cara feia para ele que suspira - Do que você lembra?

- Quase nada. - cruzo os braços - Mas eu lembro que estava em casa quando comecei e beber. - o acuso com o olhar.

- Ei, eu posso explicar o que aconteceu. - ele levanta as mãos de forma defensiva - Mas primeiro...você quer tomar café da manhã comigo?

***

Aidan tinha elevador na casa dele.

Depois de ter um tempo no banheiro e precisar "escovar" os dentes com o dedo, sigo Aidan para fora do quarto.

Lost In Los Angeles - Aidan GallagherOnde histórias criam vida. Descubra agora