13. Noite de reflexão

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Assim que ouço o barulho da porta se fechando, minhas pernas tremem com dificuldade para suportar meu peso e eu caio no tapete da sala.

Não tenho certeza de quanto tempo se passou. O Sol já brilhava no céu há algum tempo quando Wendy chegou e me encontrou deitada no chão da sala, agarrada aos meus joelhos e encarando a mesinha de centro. As lágrimas já haviam secado há algum tempo e minha respiração tinha se acalmado, mas ainda parecia que tinha alguém chutando meu peito sem parar.

— Meu Deus, Lizzie o que aconteceu? — ela engasga assim que me vê e se ajoelha ao meu lado, colocando a mão nos meus ombros, mas não consigo me mexer — Lizzie, fala comigo. — ela pede com a voz embargada.

Eu quis perguntar o que ela estava fazendo ali. Eu pensei que ela chegaria só de noite ou amanhã de manhã. Ou já está de noite? Eu não sei.

Wendy, calmamente, solta meus braços dos meus joelhos e me ajuda a sentar, encostando minhas costas no acento do sofá. Ela continua perguntando o que aconteceu e eu só consigo responder uma coisa.

— Aidan... — e até a menção a seu nome me dá um frio na espinha.

— O que ele fez? Me diga, vou matar ele! — sua expressão muda para raiva, de repente e a ideia de ter Wendy indo atrás de Aidan para humilhá-lo me assusta.

— Não. — peço num sussurro.

Wendy continua insistindo e tudo o que consigo fazer é me jogar em seus braços e chorar mais uma vez. Depois do que pareceram longos minutos, eu consigo me acalmar aos poucos. Mesmo em meio à soluços e algumas lágrimas, eu consigo contar resumidamente o que aconteceu na noite passada e nessa madrugada. Wendy escuta tudo com atenção e eu não consigo adivinhar o que se passa em sua cabeça durante minha história.

— Então, você beijou o Aidan Gallagher?

— Foi, mas isso foi o de menos. — confesso — Eu estou tão confusa, Wendy. — choro — Eu não sei o que ele quer. Não sei se ele está falando a verdade ou não.

— Eu...eu também não sei, Lizzie. — ela confessa — Eu não estava aqui, não posso dizer se você deveria confiar nele ou não. Mas talvez, você queira ouvir o lado dele da história.

— E se ele mentir mais ainda? — murmuro — Eu odeio mentira, Wendy. Simplesmente odeio.

— Você só vai saber se conversar com ele.

— E se ele só estiver me usando?

— Nesse caso, eu conheço um lugar que vende pás muito boas para cavar covas. — não consigo segurar minha risada. Wendy tinha essa habilidade de me fazer rir nos piores momentos.

— Eu não entendo ele. — continuo — Ele nem ri das minhas piadas, tem uma namorada maluca e só fala comigo quando vai no café. E daí, do nada ele vem me beija. — bufo — Ele é louco.

— Ele é muito sério. Já reparou? — ela sorri.

— Pois é. — concordo. Apesar de saber que não era bem assim. O próprio Aidan fez piada com Crepúsculo ontem. Parecia que ele simplesmente não gostava de fazer piadas em público ou...ou perto da namorada. Aidan praticamente me ignorou na casa de Mike, mas conversou comigo ontem na casa dele.

— Bem, acho que já vou fazer o almoço. Você parece meio morta. — ela se levanta do chão e vai até a cozinha. Já está no horário do almoço.

— Por que você voltou mais cedo? — questiono, mudando de assunto para esquecer Aidan por um tempo. Ela não responde de imediato — Wendy! — chamo.

— É que...na verdade...eu vim para buscar algumas coisas. — ela se vira de costas para mim, me impedindo de ver seu rosto.

— Como assim buscar algumas coisas? — eu me levanto do chão com um pouco de dificuldade para encarar Wendy através da divisória que tinha da sala para a cozinha.

Lost In Los Angeles - Aidan GallagherOnde histórias criam vida. Descubra agora