Capítulo 9

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A expressão de Adam é indecifrável, mas seu olhar diz muito, ele está apavorado e surpreso assim como eu fiquei.

- Vamos? - uma voz chama e nos desperta, é L.A. Reid.

- Sim, senhor! - eu digo e lhe dou um sorriso educado. Me sinto mais leve agora que contei para Adam.

Adam nos segue ainda estupefato. Na sala de reuniões estão todos lá sentados e os papeis sobre as mesas. Até meu advogado chegou mais cedo do que eu.

A primeira pauta é sobre o que não gostei mo contrato, não foi muita coisa, mas chegamos a um acordo.

A reunião não demorou muito, ainda tenho que dizer a Lana sobre o bebê. Adam está a minha procura e me achou, vindo em minha direção totalmente controlado.

- Quero ter uma pequena conversa com você na minha sala, Srta. Aguilera.

-  Sim, Sr. Levine. - eu digo e me levanto seguindo ele até sua sala .

Minha mão usa seu ombro como apoio do enjoo que sinto junto com a tonteira.

- Merda! - eu ouço ele sussurrar.

- A culpa é tão sua quanto minha. - eu digo sorrindo enquanto ele me ajuda a chegar até a sala dele.

Ele me coloca sentada na cadeira de frente a mesa e se senta a minha frente.

- O que você quer falar comigo? - eu pergunto.

- Se sente melhor? - ele pergunta e parece preocupado.

- Sim, obrigada! O que você quer conversar comigo?

Ele faz cara feia, como uma criança.

- Tudo bem! Tenho várias perguntas. - ele diz - Pra começar, quando você descobriu sobre a gravidez?

- Ontem a noite.

- E por que não me ligou? - ele diz furioso mas baixinho.

- Eu estava abalada e confusa. Não sabia o que fazer.

- Mas como isso foi acontecer? - ele pergunta e passa a mão pelo rosto desesperado.

- Eu não preciso te explicar esse tipo de coisa. - eu digo irônica.

- Eu não quis dizer isso. Eu... Quer dizer...Você não toma nenhum tipo de remédio? - ele pergunta tímido.

- Não, eu não estava namorando ninguém. - eu respondo.

- Mas não usamos proteção? - ele pergunta confuso.

- Acho que é meio óbvio que não. Pensa melhor e você vai achar uma resposta.

Ele recostou em sua cadeira, pensativo, alguns segudos se passaram e ele bate na mesa como se uma luz acendesse no alto de sua cabeça. Eu pulo com o susto.

- Mas é claro! - ele diz e estala o dedo, se levatando. - O vinho! Merda de bebida.

- É. - eu digo magoada - Merda de bebida.

Ele não percebe que quem mais vai ser afetada nisso sou eu? Ser mãe solteira e ter que criar esse bebê sozinha. Como vou administrar minha carreira com um filho? Acabei de assinar um contrato. E ainda não contei a Lana.

- Não fique mal, por favor. Vamos passar por isso. Mas antes meu empresário precisa saber. - ele disse e se inclinou contra mim. - Já contou a Lana?

- Ainda não, - eu digo - você me interrompeu.

- Então você vai falar com ela enquanto falo com o meu empresário. - ele diz e volta para sua cadeira.

- Agora você vai ficar me dando ordens. Nossa que glamour. - eu digo e me levanto - Primeiro você me usa como diversão e depois fica me dando ordens. Viva!

- Ei, ei. - ele diz e levanta da cadeira se dirigindo até mim - Quando foi que te usei como diversão?

- No dia em que esse bebê foi concebido. - eu digo andando até a porta.

Um enjoo passa pela minha cabeça, minha visão vai de turva para preta em segundos e minhas pernas tremem. Estou caindo.

Uma luz forte adentra meus olhos, pessoas falando enchem meus ouvidos. Estou em uma cama de hospital. Merda estou no hospital! Uma mão segura a minha ao lado da cama, o dono está dormindo com a cabeça baixa, percebo que é Adam. Ele está aqui, está comigo, e segurando minha mão. Por quanto tempo eu apaguei? Tento remover minha mão da sua sem acordá - lo mas não tenho sucesso. 

- Você acordou! - ele diz abrindo um sorriso sonolento e beija minha mão.

- Sim. - eu sorriso.

Um momento estranho acontece, nós apenas nos encaramos, o que há de errado comigo? Estou completamente irritada com ele, mas o toque dele em minha mão é tão calmo e tranquilizante.

- O que aconteceu? - eu quebro o silêncio.

- Você desmaiou depois de dizer que eu me diverti com você. - ele diz, a mão ainda na minha.

- Ah. - eu digo e solto minha mão da sua - É verdade! Mas pra que me trazer até o hospital?

- Por que eu quero a mãe do meu filho bem cuidada. - ele diz.

As palavras me chocam. O que aconteceu enquanto eu estava desmaiada? Alguém substituiu o Adam furioso pelo Adam carinhoso.

- Por que você está tão cuidadoso?

Antes que ele pudesse responder alguém abre a porta do quarto e entra, é Lana. Ainda tenho que contar para ela.

- Como vai a mamãe? - ela pergunta sorridente.

Droga como ela sabe?

- Bem, Lana. Obrigada! - eu digo e olho para Adam com questionamento.

- Por que não me contou? - ela pergunta.

- Eu tentei, mas... - algo me parou, não sei o que. Mas eu não sabia se eu podia dizer que o pai é o Adam.

- Eu percebi a tensão entre vocês na hora da reunião. - ela diz e pisca pra mim. - O Adam é um homem muito bom, não deixe ele escapar.

Meu queixo está passeando pelo quarto do hospital. Não acredito que ele contou pra ela, eu devia contar isso, é a minha gravidez. O meu bebê. Eu sempre quis ser mãe mas não desse jeito. Ele contou pra todos uma coisa que eu deveria contar, não tem graça. Se eu vou ser mãe e ele vai ser pai, nós temos que achar um jeito de fazer isso funcionar. Mas como? 

Uma imagem veio a minha cabeça: Behati! Merda! E ela?

- Ainda temos muito o que conversar. - eu digo e sorrio tímida. - Lana, estou preocupada.

- Com a sua carreira? Ah não se preocupe, podemos dar um jeito, por enquanto você vai ficar só no estúdio. E depois que o bebê nascer nós começamos a divulgar o álbum e a turnê. Vai ser incrível.

- Obrigada, Lana! - eu agradeço confortada. - Pode nos dar licença um minutinho?

Ela concorda e sai do quarto.

- Adam? - eu o chamo.

- Sim? - ele diz e se vira pra mim, ele estava perdido em algum pensamento.

- Precisamos conversar.

- Eu sei disso. - ele se ajeita na cadeira.

- Como vamos fazer isso? - Tenho tanto medo da resposta. - Como vamos conciliar essa gravidez com nossos trabalhos?

- Não quero que você se preocupe com nada. Você vai morar comigo durante a gravidez. A casa é grande, cabe nós dois e o bebê.

- Não se esqueça da Behati. - eu digo me lembrando novamente dela. 

O rosto de Adam entristece.

 - Quantas vezes tenho que dizer que não tenho nada com a Behati?

- Nenhuma. Só precisa me explicar o por que de ela chegar bêbada e te chamando de amor?

Eu preciso saber o motivo, afinal vou ter um filho com ele, se não formos honestos um com o outro isso não vai funcionar. Não que eu esteja com ciúmes, longe disso, mas eu preciso saber. Eu preciso... Do Adam.

Love Will Find a Way ( AdamTina) - Fan Fic HotOnde histórias criam vida. Descubra agora