Veneno de gato

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Foram meses em Etérnia, todos os dias fazíamos uma chamada com as pessoas em Ethéria. Aquele dia era outro aniversário, o da Adora, e do Adam também.

─ Bom dia. Vinte e um anos, viu? ─ Falei ao despertar, soltando uma risadinha.

─ É meu aniversário, sinceramente, eu preciso mesmo levantar? A festa é só de noite.

─ Se você quiser ficar, eu fico aqui também, a preguiça de levantar é um peso tão grande... e esse cobertor é tão quentinho... ─ Não quis chegar perto de encostar meus pés no chão.

Ouvimos o som de alguém batendo na porta, Adora se enfiou ainda mais no cobertor e murmurou um "entra", e eu fiz exatamente a mesma coisa que ela, para esconder meu corpo. Quem entrou foi o Adam, acompanhado do Arqueiro, que só estavam encarando as nossas cabeças.

─ Bom dia, Feliz aniversário, mana. ─ Falou Adam, e Arqueiro repetiu a frase, trocando "mana" pelo nome da loira.

─ Feliz aniversário, Adam. ─ Nós falamos, ainda sonolentas.

─ Desculpa incomodar, mas eu precisava conversar com vocês pelo menos sentadas, para não caírem no sono.

─ Querido, não vai rolar. Digamos que não estamos vestidas apropriadamente... e eu nem estou falando de pijamas. ─ Falei, descaradamente, sorrindo.

─ Não vou julgar, esse é o quarto de vocês.

─ Obrigada. ─ Adora levantou, apoiando o cobertor embaixo dos braços. ─ O que vocês querem falar? ─ Soltou uma bocejo.

─ À noite vai ter uma festa, como sempre, eu só queria saber que sabor de bolo a gente faz. Meu preferido é o de chocolate.

─ É claro que é. É o da Adora também. ─ Murmurei.

─ Verdade, mas chocolate, abacate, laranja, abacaxi, uva e tangerina são como venenos para a Felina, ela não pode comer de jeito nenhum.

─ Sério isso? Deve ser horrível ser um gato, sem nunca provar chocolate!

─ Eu posso comer maçã, banana e morango, mas o morango eu preciso evitar, não me faz bem comer com frequência. ─ Falei, ainda deitada. ─ Mas o resto, eu acho que está de boa.

─ Então pode ser de morango? ─ Perguntou o loiro, enquanto o Arqueiro só encarava a Adora.

─ Sim, e por que você tá olhando pra mim? ─ Perguntou Adora.

─ Desculpa, eu te deixei desconfortável, é que é força do costume julgar. ─ Sorriu ele.

─ Sério isso? Tá, né? Foi tudo? É sério, eu quero dormir. ─ Afirmou ela, com os olhos meio cerrados.

─ Okay, tchau. À propósito, se arrumem pro café da manhã. ─ Saíram eles.

─ Ah, não! Tá frio. Me acorda no almoço. ─ Falei, me enviando ainda mais no cobertor.

─ Tá. ─ Ela levantou, indo na direção do guarda-roupa. ─ Por que está tão frio? Cacete, tá frio demais! Esse chão tá gelado também! ─ Ela cobria todo seu corpo na tentativa de se esquentar, enquanto tentava achar sua roupas.

─ Friozinho de aniversário, princesa. ─ Respondi, sem sair do cobertor.

─ Você também hein? Agora você vem. Como sua princesa, dona do quarto e a mais velha entre nós, eu tenho o direito de mandar você vir comigo e sair do cobertor.

─ NÃO, ADORA, TENHA PIEDADE! ─ Saí do cobertor. ─ Miau! Tá frio demais! Tenha dó!

─ Não. Toma aí, seu macacão verde tá de volta.

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