In Your Arms

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Já passavam das onze da noite quando Lena resolveu fazer suas higienes pessoais, não pretendendo demorar por que sabia que em breve Kara apareceria para verificar Luke. Então ela fez tudo em um tempo ágil, quando terminou se olhou no espelho e respirou fundo se inclinando no balcão, descansando suas mãos na pia. Então a ficha pareceu cair, sua mente a levando para tudo que aconteceu nas ultimas vinte e quatro horas.

Talvez a adrenalina não tivesse passado até aquele momento, ela mal se deu conta que se tremeu o dia inteiro. Seu filho hospitalizado, a imagem do garoto no seu pior momento reprisava a todo momento na sua mente, a mulher que amava estava de volta e era a médica dele, aquele dia parecia um sonho ou um pesadelo, ela não saberia dizer.

Tentando se acalmar, Lena respirou fundo e começou a pensar positivo.

Seu filho estava vivo e ficaria bem.

Isso era tudo que importava, seu filho saudável, agarrado a si. Luke era tudo que Lena tinha. Ele precisava ficar bem.

Ele estava nas mãos de uma das melhores médicas do País. Era obvio que ele ficaria bem. E então ela tinha reencontrado a mulher que amava.

Deixando isso afundar no seu peito, Lena percebeu seus lábios tremerem incontrolavelmente. E lágrimas começaram a cair.

Mas e se não tivesse dado tempo?

E se Luke tivesse a deixado naquele momento, e se ela não tivesse conseguido ajudar seu filho, e se Kara não estivesse de volta, e se Jess não estivesse lá, e se Lena não fosse a mãe que Luke merecia, e se ela fosse para L-Corp aquela manhã. Ela nunca se perdoaria por ter deixado seu filho doente, sozinho, apenas com a babá. Ela deveria ter cuidado do seu filho, abdicado do trabalho desde o começo e talvez seu pequeno garoto não estivesse numa cama de hospital.

E se-

:- Srta. Luthor? – Alguém batia levemente na porta do banheiro.

Ela não conseguia ouvir quem era. Lena parecia perder os sentidos, pouco a pouco. Tudo que a Luthor conseguia ouvir era som do seu próprio coração batendo feito um louco dentro do peito. Uma falta de ar pareceu a atingir, começando a deixa-la tonta. Ela sabia que era uma de suas crises ansiedade. Mas não havia força para detê-la, ela estava muito cansada do dia que teve.

Ela levantou a cabeça e se olhou no espelho novamente, apenas vendo um borrão pálido a sua frente, suas mãos escorregando da pia, suadas assim como todo seu corpo. As batidas na porta continuam, mas ela não tem forças para se movimentar, ela nem tinha certeza se havia batidas na porta ou eram apenas alucinações de sua mente. Quando as batidas pararam, ela sentiu algo se agarrar pelo braço, ou alguém, não sabia dizer.

Talvez fosse Deus a chamando, ela mal conseguia raciocinar, tudo que vinha a sua mente era a imagem de seu pequeno homenzinho, sujo de sangue, se contorcendo pela falta de ar. Uma voz como a de Lilian surrando a quão péssima mãe ela era, sua mãe tinha avisado, ela seria uma mãe terrível.

Ela parecia estar morrendo, caída no chão. Ela não se lembra de nada, não raciocina nada, mal sabe o que está acontecendo. Mas consegue ver que há uma pessoa agachada a sua frente, seu rosto está borrado, e então ela sente aquele toque, tão quente e familiar.

:- Srta. Luthor, você pode me ouvir? Se consegue me ouvir, tente apertar minha mão. – A figura agachada dizia suavemente. - Srta. Luthor. – Tentou mais uma vez.

Lena apertou a mão quente.

:- Ok, muito bem. – Ela ouviu a figura dizer. – Agora eu preciso que você respire fundo lentamente. Inspire e expire o maior tempo e o mais lento possível. Está tudo bem. Você vai ficar bem, mas preciso que você respire primeiro. Consegue fazer isso por mim? – Sim, Lena podia fazer isso. Ela podia respirar. Com certeza. – A Luthor apertou sua mão novamente.

I'm YoursOnde histórias criam vida. Descubra agora