Truth

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Lena retribuiu o sorriso para a mulher a sua frente e as duas se perderam no olhar uma da outra, até que ouviram uma pequena criança falar.

:- Nada tia Kara, minha mãe está me usando como desculpa para lhe ver. – Luke disse seriamente e a médica caiu na gargalhada, enquanto a Luthor ficava cada vez mais vermelha de vergonha.

:- É Luke? Conte me mais sobre isso, criança. – Kara provocou a morena que apenas escondeu o rosto com as mãos chocada com a audácia do filho, e o Luthor mais novo se aproximou para falar no ouvido da loira.

:- Eu acho que ela gosta de você. – Confessou baixinho para que sua mãe não lhe ouvisse.

:- Nós estamos aqui pela sua saúde, querido. Agora, se não quiser uma injeção no bumbum, tem que ficar caladinho. – A Luthor ameaçou em tom de brincadeira e Kara riu mais ainda daquela pequena confusão.

:- Ah, você é má. – Luke disse levemente assustado.

:- São os genes Luthor, meu amor. – Piscou para ele que sorriu timidamente.

:- Ok, Lena, não ameace meu paciente. – A loira falou ainda rindo deles dois. – Mas então, como você quer proceder com os check-ups do Luke? – Questionou se lembrando que estava ali para fazer seu trabalho.

:- Depois do susto que tivemos, preciso estar mais atenta a saúde dele, e também garantir que ele se cuide. – Começou a explicar para a médica que prestava atenção em tudo. – Quero exames regulares para saber como andam as taxas dele, uma dieta mais equilibrada, e quero que faça check-ups para garantir que nada esteja errado. – Falou enquanto Luke resmungava algo ainda nos braços da loira.

:- Tudo bem, no intervalo de quanto tempo você quer uma consulta? – A pediatra perguntou digitando algo em seu computador.

:- Mensalmente? – Perguntou não querendo parecer exagerada e Luke reclamou.

:- Mensalmente significa o que? Uma vez no mês? Mãe que tipo de castigo é esse que você está me dando? – Perguntou desesperado e Kara sorriu. – Você me odeia? Eu não quero vim no médico todo mês. – Falou chateado enquanto mexia com a gola da camisa da loira.

:- Querido, só quero garantir que não passe por aquilo de novo. – Ela falou, mas o garoto virou a cara se escondendo no ombro da loira. 

: Luke é um garoto saudável, Lena. Eu recomendo uma consulta de três em três meses. Quanto aos exames, eu recomendaria o mesmo período, mas se faz tanta questão, pode faze-los mensalmente e enviar aqui para o consultório, se eu verificar algo incomum, entro em contato. Quanto a dieta, posso recomendar uma nutricionista que vai indicar a melhor dieta com base nos exames. – Explicou calmamente enquanto escrevia coisas em seu computador. – Mas Lena, ele é uma criança, não é necessário ser tão rígida, ok? O controle é bom, e eu apoio. Mas não tão severamente. – Aconselhou e sentiu Luke pegar para si o estetoscópio que estava em seu pescoço.

:- Então, Dr. Luke, como eu estou? – Desviou a atenção da morena e questionou o garotinho que tinha o objeto nos ouvidos e escutava atentamente seu coração.

:- Parece saudável para mim. Você se sente bem, Kara? – O Luthor falou e Lena riu da seriedade do filho.

:- Me sinto ótima, campeão. E você? Como se sente? – Perguntou enquanto observava o menino tirar o objeto dos ouvidos e colocar em cima da sua mesa.

:- Eu me sinto bem. Tão bem que não precisava vim ao médico. – Kara sorriu, mas o encarou desconfiada. – Tá bem, eu me sinto um pouquinho cansado, as vezes, mas não é nada demais, eu juro. – Concordou e voltou a anotar em seu papel.

:- Tudo bem, obrigada por confiar em mim e me contar. – Disse e o menino voltou a deitar a cabeça próximo ao seu pescoço.

A médica continuou conversando com Lena sobre algumas coisas do garoto, hábitos alimentares, se costumava adoecer facilmente e tudo que ela precisaria saber para cuidar dele.

:- Vamos lá, carinha? – Kara falou e o garoto suspirou derrotado, não gostando daquilo. – Ei, o que está havendo? Está com medo de mim? – Questionou preocupada ao ver as reações do garoto.

:- Não, está tudo bem. – Saiu do colo da mulher com rapidez.

:- Vem cá, amigo. – O chamou com as mãos para voltar e ele se aproximou novamente da mulher. – Tudo bem se eu te examinar? – Perguntou por que jamais invadiria o espaço de qualquer criança. O garoto apenas assentiu e virou novamente se afastando.

Kara o pesou e mediu sua altura, sobre os olhares atentos da Luthor e o silencio do garoto, algo que a incomodou, Luke era agitado demais para agir assim. Quando o garoto sentou na maca, a médica pegou suas mãos para verificar algo, mas as sentiu geladas, então parou imediatamente o que estava fazendo.

:- Vamos parar, por hoje, ok? – Disse ao garoto que ficou confuso. E consequentemente sua mãe também. – Sei que tem algo errado, e que você não está se sentindo confortável. Não vou forçar, amigo. Fique calmo. – Sorriu na tentativa de acalma-lo.

:- Querido, o que há de errado? Kara não vai te machucar. – Lena tentou acalmar a criança que parecia bem mais nervosa que o normal.

:- Eu sei, não é esse o problema. – Confessou levemente envergonhado, encarando o chão.

:- E qual é, meu amor? Fala para a mamãe. – Lena pediu afagando os cabelos do filho com carinho.

:- Eu tenho medo da tia Kara encontrar algo de errado. Se a gente não procura, não acha, mas se começarmos a procurar... eu só não quero ficar sem jogar basquete. – As mulheres sorriram com a inteligência do garoto. – Eu quase fiquei sem jogar da outra vez. – Confessou derrotado. Lena suspirou tentando pensar em algo para dizer ao filho.

:- É exatamente ao contrário, querido. Só estamos aqui para garantir que você faça o que quiser fazer, como jogar basquete. Só queremos que você fique saudável para que nunca mais tenha que passar por aquilo. Foi ruim, não é? – Questionou e o garotinho começou a chorar, preocupando ainda mais as mulheres.

:- Eu não gosto de médicos. Eu me sentia bem e aquele médico mentiu para mim, disse que eu estava melhor, e depois eu nem conseguia respirar. – Continuou chorando nos braços da mãe, mostrando a ela o trauma que tudo aquilo tinha causado. – Você vai mentir para mim, Kara? Eu não quero que você encontre nada de errado, mas se encontrar, você vai me dizer, não é? – Disse com a voz embargada enquanto lágrimas continuavam a cair pelo seu rosto.

:- Eu jamais mentiria para você, amigo. – Entregou a ele um papel para que enxugasse as lágrimas. – Calma, carinha, já passou, aquele médico nunca mais vai chegar perto de você. – Tentou acalma-lo também afagando suas costas levemente.

:- Você é saudável, querido. Por que acha que vamos achar algo de errado? – Lena perguntou com a voz mansa para não o deixar ainda mais nervoso.

:- Eu me sinto cansado, respirar as vezes é difícil. – Começou a chorar outra vez. A morena olhou para loira angustiada.

:- É normal, seu aparelho respiratório sofreu um trauma e cada dia ele se recupera mais, você só vai se sentir assim no começo, depois vai passar. – A médica explicou calma como sempre, tentando tranquilizar o Luthor. – Com que frequência você se sentiu assim? – Perguntou tentando confirmar suas suspeitas.

:- Duas vezes. – Respondeu.

:- Quando foi a última vez? – A loira questionou tranquila.

:- Na segunda. – Ele falou e a médica confirmou com a cabeça.

:- Não se preocupe, é normal. O basquete também não afetou em nada, é bom ele voltar a se exercitar, vai adquirir resistência. – Falou dessa vez para a Luthor, que parecia culpada por aquilo. – Você só precisa lembrar de respirar corretamente quando se exercitar, ok? Para não forçar tanto seus pulmões.

:- Viu, querido? Tudo bem. Agora que tal você deixar a tia Kara examinar você e tirar esse medo da sua cabecinha, uhm? Não há nada de errado. – O garoto olhou para as mulheres e cedeu, agora bem mais calmo. A pediatra continuou o exame o mais rápido que pode afim de não atormentar mais a paz do menino, avisando que ele poderia para-la a qualquer momento caso se sentisse desconfortável.

:- Não precisa ficar nervoso. Tá tudo bem, não escuto nada de errado. – Disse sorrindo docemente ao perceber que o coração dele tinha acelerado assim que ela começou a ausculta. – Pode ficar tranquilo, só escuto batidas fortes e saudáveis. – O acalmou conseguindo ouvir agora o coração bater em ritmo normal. – Só os pulmões agora e fim da tortura. – Brincou ajudando-o a sentar e examinando-o. – Pronto, acabou. Mais saudável que eu e sua mãe juntas. Não precisa se preocupar. – Avisou e ele saiu da maca o mais rápido que pode. Lena riu e uma batida na porta se fez presente.

:-Sam. Entre. – Disse ao abrir a porta e dar de cara com a cunhada. – Nós acabamos de terminar. O garoto é todo seu. – Falou sorrindo enquanto a Árias entrava no consultório.

:- Obrigada, Kara. Pronto para irmos Luke? Ruby está esperando. – Chamou atenção do menino que estava no colo da mãe pronto para ir. – Ei, Luthor, vejo você amanhã na empresa, e não se preocupe, deixo Luke na escola. – Falou sorrindo pesando que talvez a Luthor precisasse de um tempo dependendo da conversa de hoje.

:- Ok, então, podem ir. – O Luthor se despediu da mãe com um beijo na bochecha e correu até Sam, mas voltou quando percebeu que tinha esquecido de falar com a loira.

:- Tchau, tia Kara. Obrigada. – Cochichou a última parte no ouvido da mulher e abraçou, a médica retribuiu o gesto, beijando sua cabeça e lhe entrando um pirulito. – Para mim? Você é a melhor. Posso mãe? – A morena apenas balançou a cabeça afirmando. E o garoto foi até Sam, ambos saindo do consultório, deixando finalmente as mulheres sozinhas.

As mulheres conversaram por quase meia hora sobre Luke, marcaram as datas de possíveis retornos, Lena detalhou alguns detalhes sobre a saúde do garoto, e sobre o trauma que o garoto havia acabado de confessar e ambas decidiram cuidar disso em conjunto. 

:- Obrigada, mais uma vez. Você é ótima com ele. – Agradeceu e elogiou fazendo a outra sorrir timidamente. – Parece que você nasceu para isso, as crianças a adoram pelo que ouvi falar. – Confessou enquanto a outra se virava para guardar suas coisas, para que finalmente elas pudessem sair.

:- Eu dou o meu melhor, mas fico feliz que goste do meu trabalho. – Disse ajeitando os óculos no rosto.

:- Uma pena que você só atenda crianças, eu daria tudo para ter uma consulta com você, deve ser incrível. – Provocou e a médica sorriu maliciosa com o flerte.

:- Está se sentindo bem, Srta. Luthor? Eu posso abrir uma exceção agora, basta se sentar na cama ali. – Ofereceu no mesmo tom provocativo da morena.

:- Talvez numa outra hora? – Falou quase sem ar. QUE IDEIA IDIOTA LENA LUTHOR, foi tudo que ela conseguiu pensar ao ver que a Danvers tinha rebatido o flerte. – Talvez eu cobre depois, já que sei o tamanho da profissional que você. – O que ela estava fazendo? Ela só precisava segurar a língua.

:- A qualquer hora que precisar, Lena. Será um prazer usar meu estetoscópio em você.  – Puta que pariu, Kara nem acreditava que tinha falado aquilo. Precisavam sair dali com urgência. – Vamos? Estou pronta. – Disse quando terminou de arrumar tudo.

:- É claro. – A médica abriu a porta para a CEO sair e fechou a porta do consultório quando ambas saíram, mas não sem antes apagar a luz. – Aonde você quer ir comer? – Perguntou quando passavam pela recepção. Kara apenas se despediu de Eve, dizendo que voltaria na semana que vem, e liberou a assistente para ir para casa.

:- Big Belly Burger? – Sugeriu assim que entrou no elevador sabendo que era o lanche favorito de ambas na época em que namoravam.

:- Big Belly Burger. – Lena respondeu sorrindo sabendo que a loira tinha feito a escolha certa. Então as portas do elevador se fecharam.

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I'm YoursOnde histórias criam vida. Descubra agora