Capítulo 11

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Duas horas depois Kara estava dentada em sua cama com muitas cartas abertas ao seu redor. Lia atentamente o conteúdo de uma, seus olhos marejados transbordavam emoção a cada parágrafo lido.

- Por que nunca me contou mãe? _ deixou a pergunta no ar, aquela já era a quinta carta que lia, nunca imaginou que a mãe tivesse tido uma paixão tão forte e avassaladora por uma mulher na faculdade.

Final da primeira carta lida.

Mais uma noite você fez parte dos meus sonhos, com seu sorriso iluminando a minha vida e seu olhar apaixonado.

Alura eu nunca vou ser capaz de agradecer o suficiente por ter você.

Te amo.

Final segunda carta.

Alura eu finamente percebi, sem você, eu poderia muito bem

não existir.

você realmente é minha pessoa favorita no mundo.

Te amo, para sempre sua Eliza.

Um pedacinho de folha rasgada estava entre as cartas.

Há quem diga que todas as noites são de sonhos.

Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão.

No fundo, isto não tem muita importância.

O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.

Kara, pegou a última carta de dentro da pequena caixinha, tinha uma rosa vermelha já velha pelo tempo e sorrindo começou a ler.

Alura, me perdoe, querida, por cada palavra que digo – meu coração está repleto de você, há apenas você em meus pensamentos, no entanto quando procuro lhe dizer algo que não vale o mundo todo, as palavras me faltam.

Kara limpou uma lágrima emocionada que escorreu pelo seu rosto, conseguia sentir naquelas palavras a intensidade dos sentimentos de Eliza pela mãe. E se não fosse pelas cartas jamais suspeitaria que Eliza Danvers foi o grande amor da mais velha.

- Mãe, o que aconteceu que você deixou esse amor para trás? _ mais perguntas sem respostas.

Ouviu o barulho da chave na porta, só poderia ser Lena não iria ficar longe por muito tempo, mesmo ela tendo pedido. Ouviu o barulho dela deixando a bolsa sobre o balcão e seus passos lentos se aproximarem do quarto, esperou ansiosamente para ver aquele rosto que tanto amava entrar pelo cômodo.

- Amor, por que está chorando? – Lena se aproximou preocupada e se sentou ao seu lado na cama, ela analisou os papeis sobre a cama e esperou uma resposta.

- Estou bem, querida, apenas um pouco emocionada. _ mostrou a ela as cartas da mãe, Lena a abraçou com carinho e leu todas com atenção.

- O amor delas consegue ser transmitido através das páginas. _ Lena relatou.

- Sim, meu pai nunca a amou de verdade, e saber que minha mãe foi amada dessa forma me fez sentir uma paz que você não imagina. _ a médica sentia seu peito transbordar.

- Como queria ter conhecido Alura, Eliza a mãe da Alex? _ a namorada respondeu com um meio sorriso. - Será que ela sabe disso? _ ergueu uma carta para ela.

- Acho que não, senão teria me contado. _ sorriu com os sentimentos a flor da pele.

- Vai contar a ela? _ falou deixando a última carta sobre os lençóis.

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