Quando Taehyung entrou naquela primeira embarcação, sentiu o estômago se revirar, até porque após esta viria a segunda e a terceira. Era uma viagem longa e desgastante, o oceano soltava um cheiro um tanto nostálgico ao rapaz deitado com o olhar perdido nas estrelas.
Enquanto lidava com o rápido mal estar, tentou focar no céu esplêndido acima de sua cabeça. Só de pensar que ainda distante, ele e Clair estavam unidos pelo mesmo firmamento, um lindo sorriso quadricular abrilhantou a sua face.
A ansiedade de chegar logo em Daegu faltava lhe tirar o sono no passar das noites. Por mais que seu novo corpo não tivesse a necessidade de dormir como um ser humano normal, ainda era adepto ao descansar a mente, e a sua estava mais agitada do que antes.
Seu interior ansiava para encontrar novamente o seu pai, ainda que fosse apenas uma criança, com sete anos, as lembranças de Damon eram tão vívidas quanto os seus olhos azuis! Pensar que poderia finalmente matar a angústia a respeito do passado de seu pai, fazia toda aquela viagem surpreendente, assustadora e mística, valer a pena.
Quando chegou ao Oeste da Ásia, aproveitou as opções mais variadas na terra firme para se alimentar. Com Jisoo havia aprendido a sutileza, e talvez com o seu pai, tivesse herdado o dom da persuasão, já que facilmente convenceu um homem engravatado para lhe acompanhar, para só depois compila-lo.Por mais que fosse triste e politicamente incorreto se alimentar de sangue humano, Taehyung estava cada vez mais a vontade com essa ideia, sempre que se alimentava, hipnotizava a pessoa para que ela não sentisse dor e muito menos gritasse. No fim de tudo, a pessoa nem teria sofrido nada e ele estaria completamente saciado.
A naturalidade com que começava a tratar este dilema em sua vida, só deixava amostra que talvez, o Salvatore tivesse nascido para traçar o mesmo caminho de seu pai. Talvez um legado sombrio e obscuro, mas que ao mesmo tempo lhe dava uma imensa sensação satisfatória. Com segurança e auto-confiança, Taehyung chegou na linha ferroviária, onde viajaria por várias horas antes de pegar mais uma embarcação, para a costa da península coreana.
Esses doze dias de viagem muito o fez pensar. Por mais que estivesse morrendo de saudades de Clair, ele não podia perder mais um segundo sequer, enquanto repousava a cabeça na janela, Taehyung torcia com veemência, afim de que Damon Salvatore ainda estivesse em Daegu, de preferência, nas redondezas do antigo lar da família.
Seria o seu destino final, a casa que um dia pertenceu aos seus avós e que por anos, antes ainda de Clair vir ao mundo, foi a residência de Damon, Boreum e ele.
Há muito tempo não ia para aquele bairro, já que após a mudança para a casa de repouso, as memórias de seu lar ficaram conturbadas por todas as perdas de sua família.
Quando restaram apenas ele e a irmã, o Salvatore percebeu que o seu lar seria onde estivesse a loira. Ainda que o seu presente fosse outro, esquecer o passado era algo que ele nunca poderia aceitar!Ao pisar no sul da Coreia, ele não hesitou em pegar o primeiro trem em direção a Daegu. Quanto mais perto chegava, mais o coração do vampiro pulsava em descontrole. Seus olhos reconheciam o lugar onde adentrava, até mesmo o odor da cidade se tornou nostálgico ao seu olfato, não pôde omitir o pequeno sorriso quando as portas de ferro se abriram e seus pés pisaram nos cascalhos secos.
Com a sua bagagem em mãos, o Salvatore saiu dali com o coração pulsante em seu peito. Seus passos eram ágeis afim de chegar o quanto antes na antiga residência. O sol brilhava acovardado no céu, indicando o meio dia, horário em que o rapaz finalmente entrou no vilarejo conhecido.
Ainda que tivesse morado ali por anos, ao olhar para algumas pessoas, nenhuma delas se fizeram notáveis. O que era diferente de algumas casas que sobressaíram aos seus olhos.
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Salvatore ♦ Kim Taehyung
Fanfiction(CONCLUÍDO) Numa noite fria de 1864, Damon Salvatore deixou misteriosamente a sua família. Sua esposa grávida da pequena Clair, e seu filho mais velho de sete anos, Taehyung. Agora com vinte e um anos de idade, estando ele e Clair sozinhos no mundo...