Quando chegamos no estádio onde iria acontecer o show, logo percebo que está lotado, temos que nos espremer entre as pessoas para tentar chegar na frente do palco. A primeira parte do show foi simplesmente incrível, não é atoa que era uma das melhores bandas do mundo. Durante o intervalo Júlia e eu conversamos um pouco.
-Eles são tão lindos! Me casaria com qualquer um deles facilmente.- Diz Júlia com cara de apaixonada.- Fala a verdade amiga, não se casaria com um deles também?- Pergunta.
-Casar, acho que não, até por que meu lado Fanyu me mataria por isso !- Respondo me lembrando da minha promessa com o fã clube do Yuzuru Hanyu, o maior patinador de gelo de todos os tempos.- Não que eu vá me casar com o Yuzuru, claro!- Completo rápido. Não penso em me casar tão cedo, a ideia de amar alguém é linda, porem o dia a dia pode criar desentendimentos e a falta de compreensão seria terrível, eu não sou muito compreensiva de certo ponto de vista, então sem casamento por hora!
-Sei...Aposto que quando ficar famosa na patinação e encontrar ele vai mudar de ideia na hora!-Dou de ombros para encerrar o assunto.
-Estou com sede, vou pegar uma bebida.- Digo saindo, com certeza minhas bochechas estavam vermelhas.
Yuzuru é minha paixão de infância e adolescência, provavelmente continuará sendo quando for mais velha. Ele é esplendido, sempre acompanho suas apresentações pelo Yutube, passo horas olhando suas fotos no Instagram. Por isso entrei no fã clube dele, o Fanyu, assim posso até conseguir desconto em um ingresso para assisti-lo ao vivo, espero ir após conversar com a minha mãe sobre meu sonho de ser patinadora profissional.
Me perco em meus pensamentos e quando percebo, estou perdida. Olho em volta para tentar entender de onde vim ,mas só tem carros, não tinha ninguém para pedir informações, a garagem do show está a minha direita então dou um pulo e vejo o bar ao fundo, ainda bem. Quando estava no caminho sinto uma pontada na cabeça e apago.
(...)
Abro meus olhos lentamente, a luz me cega, meus olhos e minha cabeça doem, não consigo pensar direito. Tento me levantar mas é em vão, sinto algo apertando meus tornozelos e meus pulsos, tem algo na minha boca, não consigo falar. Sinto que estou em movimento mesmo não conseguindo me mover, o barulho de uma buzina me assusta e acabo batendo a cabeça em algo duro.
-Fica quieta aí garota, machucada valerá menos para nós!- Escuto um homem dizer.- Acelera Black, ou vamos nos atrasar para a entrega!- è a última coisa que escuto antes de apagar de novo, de volta ao escuro.
Quando consigo abrir os olhos novamente acabo tossindo pela garganta seca, meus olhos ainda ardem muito, mas percebo que não estou amarrada. Tento olhar ao redor e ver onde estou, mas vejo apenas escuridão.
-Olá? Tem alguém aí? - Pergunto ao escuro.
- Oi.- O escuro me responde. Levo um susto ao ouvir uma resposta de uma mulher, mas tomo coragem para continuar, precisava saber onde estava.
- Onde eu estou? Quem é você?- Pergunto a mulher que ainda não vejo. De repente sinto uma mão gelada em meu pulso.
- Sou a 33. E você?- Responde. Tento vê-la , mas não consigo, apenas a seguro de volta, acho que era o seu braço.
- Meu nome é Brielle. 33 é seu nome? que lugar é este? - Pergunto novamente já que ela ignorou a pergunta da primeira vez.
-É o inferno das garotas, literalmente.
-Inferno? Como assim?- Pergunto nervosa.
- Somos escravas sexuais desses olhos puxados loucos. Pegam garotas mais novas, que não tenham nenhum "problema" e as tornam putas de luxo. Os homens pagam bem pelo serviço mas não recebemos nada.- Ela diz com raiva na voz. - Sou a garota 33, já que fui a 33ª a ser sequestrada. Estou aqui a anos e ao que tudo indica, não podemos sair desse cômodo. Temos apenas 2 refeições por dia, apenas o necessário para aguentar eles até que terminem.- Diz e cospe em algum lugar.
-É uma pegadinha né? Mamãe pode aparecer! Eu já entendi, "não saia desacompanha no show ou pode ser sequestrada". -Grito para a imensa escuridão.
- Não tem mamãe aqui garota.
Lágrimas se formam em meus olhos quando me dou conta de que fui sequestrada durante um show. Me sinto extremamente idiota, era óbvio. Uma garota sozinha em um estacionamento vazio de um show, onde ninguém poderia ajudá-la.
-Como saímos daqui? Qual o seu plano de fuga? - Digo desesperada , a beira do choro.
-Sinto muito mas, tentar escapar também é inútil. Qualquer coisa que passe pelo portão sem um guarda, nunca mais volta. A única hora que se sai daqui é para o trabalho.
Começo a chorar quando ela termina de falar. Isso não é trabalho, é escravidão, é desumanidade. Não poderia ser verdade, as chances não são de 1 em 1 milhão? Não vou realizar meus sonhos , nunca mais verei a minha família e meu amigos, não vou conhecer meu ídolo. Entro em pânico na hora.
-EEEEEIIIII! Me tirem daqui seus lunáticos! A policia vai encontrar vocês!- Digo aos berros tentando encontrar uma porta.
- CALADA! VOCÊ NÃO TEM DIREITOS AQUI!- Responde uma voz masculina, sigo a voz e minhas mão se deparam com grades.
- Por favor, eu não fiz nada para você, eu tenho sonhos a realizar. Me ajude por favor!- Imploro ao homem. Mas não tenho resposta, me encolho no chão apoiada pelas grades e choro, como nunca chorei na vida.
(...)
Escuto um barulho e logo uma luz invade o cômodo. Uma figura passa por uma porta e vem ao meu encontro.
-Está na hora de falar com o chefe garota. - Ele diz abrindo o portão e me puxando fortemente pelo braço.
- Você está me machucando!- Reclamo.
-Um roxo é o mínimo que vai conseguir aqui, espere o trabalho começar que vai ver o que é dor.- Ele responde com uma voz fria e continua me puxando por um corredor estreito. Quando saímos do corredor ele para e vejo duas portas, a da direita levava a uma sala ampla com decoração em tons dourado e prata, a da esquerda dava em um tipo de escritório escuro com móveis rústicos e chicotes pendurados nas paredes, o local me dava arrepios. O homem me puxa para a porta esquerda. Quando entramos vejo outro homem, de terno, devia ter uns 35 anos assentado na mesa nos encarando.
- Chefe, a garota nova acordou. - O homem que me trouxe diz e me joga para cima da mesa. Acabo batendo meu cotovelo na mesa, mas prefiro não expressar a dor que senti agora.
- Até que fim a bela adormecida acordou, ou devo dizer 2207?- O homem de terno diz sorrindo de forma sarcástica.
(Continua)
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Skating Love (Yuzuru Hanyu)
Fiksi Penggemar#1- hanyu ( 8set 2023 ) Brielle é uma jovem de 18 anos que sonha em ser patinadora artística e sempre se considerou forte. Até o dia em que é sequestrada e ela pensa que todos os seus sonhos enfim terminaram. Quando recobra a consciência seu mundo...