Capítulo 8

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Vitória foi acordada com a claridade do sol entrando de uma só vez em seu quarto. Fechou os olhos fortemente, logo sentindo sua cabeça latejar de dor.

— Bom dia, mocinha. – Claudia diz, terminando de abrir as cortinas e se colocando do lado da cama. Ela se aproxima, depositando um beijo na cabeça de Vitória. — Você chegou tarde ontem, o remédio tá aqui e daqui a pouco te trago água.

A cacheada sorri um pouco, agradecendo enquanto vê a mulher se retirando do quarto. Ficou alguns minutos sem mexer, sentindo a dor de cabeça se intensificar mais e mais. Revirou os olhos, se arrastando até o banheiro.

A alguns quilômetros dali, no colégio, Ana atravessava os dois portões sem nenhum ânimo. Custou a conseguir dormir no dia anterior, a frase que foi dita por ela no fim da noite martelou em sua cabeça por horas. Eu fiz besteira?, Ana se perguntava mentalmente. Porém, era outra pergunta que a assombrava ainda mais: Vitória se lembrava do que aconteceu ontem?

— Ei, que carinha é essa? – Ester a pergunta, se aproximando da mesma.

— É, cadê o meu sorrisinho lindo nesse rosto me dando um “bom dia”? – Pedro diz, se aproximando também. Ana faz uma careta antes de respondê-los.

— Acho que fiz besteira ontem.

— O que tu pode ter feito? Tava sozinha em casa. – Pedro ri baixo, ainda confuso, assim como Ester.

— Vitória apareceu em casa de madrugada bêbada. – os dois amigos assentiram, não entendendo qual o problema que havia naquilo. — E eu disse que amava ela.

— Você o quê?! – Pedro quase se engasga com a água que estava tomando. Os dois a olhavam com os olhos arregalados, ainda processando a informação. 

— Não foi a primeira vez que eu disse isso. – Ana disse, coçando o pescoço envergonhada. — Mas é que foi… diferente das outras vezes.

Talvez porque Vitória estava bêbada e Ana não?, os amigos se perguntaram mentalmente.

— É… Mas pelo menos foi verdadeiro, né? É o que tu tava sentindo no momento. – ele continua, e Ester concorda.

— Acho que tem mais um problema.

Não tinha sido só naquele momento, Ana sentia aquilo a todo tempo. Não conseguiu dizer aquilo em voz alta, apenas abaixou a cabeça e ajeitou o óculos em seu rosto. Sentindo um nó se formar em sua garganta, então mordeu o lábio inferior com um pouco de força, tentando evitar sem sucesso que uma lágrima se formasse, mas já era tarde demais, pois a mesma já escorria pela bochecha.

— Ô, meu Deus… — Pedro fala baixo, antes de abraça-la fortemente. Ester se aproxima, fazendo o mesmo.

— Promessa de trio? – o amigo perguntou depois de se afastar, colocando o indicador no ar, como sempre faziam.

— Promessa de trio. – Ester respondeu, colocando o dedo junto ao do amigo.

— A gente vai fazer de tudo pra isso dar certo, Aninha. Estamos com você. E se não der certo, paciência, vamos estar aqui do mesmo jeito. É seu primeiro amor e merece ser vivido.

— Promessa de trio. – Ana concordou, colocando seu dedo junto ao deles, então se abraçaram novamente e depois se afastaram.

— Tenho uma ideia. – disse Ester tampouco se afastaram. — E se fizéssemos uma festa na sua casa, Ana?

— Uma festa à fantasia! – Pedro sugere. Ana entorta o lábio antes de respondê-lo.

— Festa à fantasia?

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