Capítulo 13

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Maria Julia se aproximou da maior com um olhar confuso e desconfiado.

— O que tu disse pra ela? – perguntou a garota, mencionando disfarçadamente Ana Clara com o olhar. — Ela tá te olhando como se fosse te matar.

— Falei pra ela me encontrar no final da festa. – Vitória dá de ombros, não entendendo o que tinha demais nisso.

— No fim da festa? Quando quase todo mundo já tiver ido embora?! – ela concorda com a cabeça. — Pelo amor de Deus, Vitória!

— O que?! É uma coisa nossa. Ela aceita de boa.

— Pela cara dela não tá nada de boa.

Vitória fica alguns segundos em silêncio, logo depois retomando sua fala:

— Para de botar pilha errada na minha cabeça! Ela tá normal, só deve ter acontecido algo com o príncipe. – a cacheada muda o tom de voz, fazendo Maju arquear as sobrancelhas. — E como você sabe que ela é a Ana?

Maju ri baixo antes de respondê-la.

— E tinha como não saber? Tu foi até lá puta depois que viu ela com o príncipe. – a morena imitou o tom de voz da amiga. — Eu vejo tudo, Vitória. E olha, ela é bonita. Tipo, muito.

— Eu sei. – a cacheada respondeu suspirando, negando com a cabeça. — Eu sei. – repetiu, então saiu de perto, deixando Maju sozinha e voltando até Luiza.

— Se perdeu enquanto ia buscar bebida e acabou nos encantos de outra, anjo? – a ruiva perguntou tampouco Vitória se aproximou. — O que a Ana tá fazendo aqui? Achei que você tinha me convidado. – disse, tentando, sem sucesso, disfarçar seu tom de ciúmes.

— Ela veio de companhia. Com o Bruno. – a cacheada respondeu ríspida.

— Ah. – disse Luiza, bebendo um gole da bebida em seu copo e olhando pra Vitória, oferecendo a bebida, que a loira logo experimentou.

— Amo essa música. – comentou a ruiva, enquanto Amor Pirata, do Jão, começava a tocar na festa. Vitória quis rir, mas definitivamente não era de felicidade. Não. era. possível. A loira pensou. 

— Eu também. – respondeu, dando o melhor sorriso falso que conseguiu. E então, a batida conhecida por ela invadiu o local, juntamente à letra que lhe trazia diversas lembranças.

"Você finge que acredita e eu pago pra ver
Não vou mudar tua vida, mas é bom de ter
Amores de uma noite ainda são amores"

Luiza aproximou seu corpo no de Vitória, balançando no ritmo da música. E no instante seguinte, a ruiva colou seus lábios nos da cacheada, que logo começou um beijo. Luiza, tentando conquistá-la, e Vitória, pensando em outra pessoa enquanto a beijava.

"Gosto quando sua boca mente assim
Eu não sou pra você, você não é pra mim
E o nosso pra sempre dura a noite inteira"

Nesse exato momento da música, Ana observa a cena, sendo pega de surpresa ao ver as duas juntas. Entrou em transe, derrubando o copo de bebida recém pego na mão. Nem mesmo se moveu, e segurou o choro quando viu Bruno se aproximar.

— Elas combinam, não é? – ele pergunta, após seguir a direção do olhar da morena. — Sempre vejo a Luiza observando a Vitória.

— Uhum. – ela responde com todas as forças que conseguiu reunir. — Preciso ir ao banheiro.

Então, caminha até o banheiro e se olha no espelho, os olhos lacrimejando.

— Merda, Ana. Merda! – falta alto, olhando para seu reflexo no espelho. — Tu é muito burra mesmo.

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