Capítulo 20

304 17 5
                                    

Ana sorriu, olhando nos olhos de Vitória. A maior deu um beijo na testa de Ana, a abraçando fortemente. Para ela, era como se a morena fosse escapar de seus braços a qualquer momento.

— Vitória, tem gente na porta! – ouviu Maju gritar do andar de baixo. Revirou os olhos levemente, suspirando e fazendo Ana rir baixo.

— Tenho que ir. – falou, abraçando-a por mais alguns segundos. Selaram seus lábios rapidamente, e então as duas saíram do banheiro. Vitória logo ficou à frente de Ana, dando uma piscadela antes de sumir de seu campo de visão.

A morena a observou de longe, dando um longo suspiro. Esperou um tempo e então  seguiu até a sala, se sentando no sofá. Olhou as pessoas que haviam acabado de chegar, já as conhecia de vista de seu colégio. Entortou os lábios, pegando seu celular e respondendo as mensagem de Ester e Pedro: “e aí, deu tudo certo?”

"deu sim.", respondeu. Logo, ergueu o olhar pra Vitória, a observando conversar com alguns de seus amigos.

Aceitou mais um copo de bebida alcoólica desconhecida quando lhe ofereceram e ficou bebendo enquanto cantarolava a música que tocava no ambiente.

Durante a noite, Ana aceitou mais alguns copos desconhecidos. O suficiente para procurar Vitória algumas vezes, mas ela sempre parecia tão inacessível.

Era como se aquela Vitória, na frente daquela gente esquisita, não fosse a sua Vitória. Não fosse a Vitória de horas atrás que disse que a amava exagerado.

Ana se frustou ao perceber que Vitória tinha duas faces, mas que ela não conseguia amar só uma delas.

— Vi? Posso ter um pouco do seu tempo? – pediu, chegando por trás da cacheada, quando ela ficou sozinha por alguns segundos.

— Oi… – Vitória sorriu, oferecendo à Ana seu copo. Como de praxe, Ana aceitou, virando uma boa quantidade e devolvendo o copo à cacheada. — Vamos na cozinha?

Ana suspirou e seguiu a loira até a cozinha. Assim que chegaram, a mais alta puxou Ana Clara pelo pulso, selando seus lábios demoradamente.

— Tá gostando da festa? – foi o que Ana perguntou assim que os lábios se separaram, apesar de outra coisa se passar pela sua cabeça.

— Sim! Tô adorando, principalmente porque você tá aqui. – ela respondeu, sorrindo. A menor sorriu fraco, pegando na mão da cacheada.

— É… – Ana soltou uma risadinha. — Tu viu? Que eu tava aqui.

— Como assim? – a loira perguntou, olhando para o rosto da morena.

— Tu praticamente não me conhece na frente dos teus amigos, Vi. – a mais baixa murmurou, mas antes que Vitória respondesse, ela colocou o indicador na frente de seus lábios, em sinal de silêncio. — Mas tanto faz.

— Tu sabe que… – a mais velha tentou justificar, mas Ana a cortou.

— Não diz nada. Já disse que tanto faz. – a mais baixa repetiu.

A loira suspirou fundo, e na falta do que dizer, beijou Ana Clara novamente. Após alguns segundos, levou sua mão até o rosto da menor, acariciando levemente sua bochecha. Porém, cessou o beijo ao ouvir um barulho vindo de perto, olhando para a porta e soltando a respiração, aliviada, ao ver Maju vindo na direção das duas.

— Tem bastante gente… – ela comentou. Enquanto a cacheada riu baixo, se afastando minimamente de Ana.

— Pois é. – Vitória falou simples, olhando para Ana. Pôs as mãos na bochecha da menor, selando os lábios rapidamente. — Eu vou voltar pra lá, tá bom?

Todas as noitesOnde histórias criam vida. Descubra agora