Capítulo 9

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As duas voltaram para a sala. Ester foi para o lado de Ana e Vitória ficou no meio, entre elas. Quando percebeu que Luiza a olhava desconfiada, forçou um dos melhores sorrisos. Vitória odiava o jeito de como ela sempre prestava atenção em tudo. Foi até o balcão e se serviu com mais um copo de bebida.

O sorriso que a cacheada deu - mesmo que tenha sido falso - não passou despercebido por Ana, que engoliu a seco. Pedro passou as mãos nos ombros da amiga, enquanto Ester a assegurava de que Vitória estava apenas brincando.

Mais de uma hora havia se passado, e nada de mais pessoas chegarem. Ao checar o relógio e ver que já se passava de meia-noite, Ana suspirou, tomando mais um gole do gin que bebia.

— É... – Luiza juntou suas mãos, arqueando suas sobrancelhas. — Vai ser só a gente mesmo? Por que pelo o que me disseram, ia ser uma festa, não um... pequeno encontro. – disse, sarcástica.

Ao escutar aquilo Ana entortou o lábio, tomando o último gole do copo e o deixando em cima do balcão.

— Eu falei pra vocês avisarem as pessoas do colégio. – Vitória diz, se aproximando das meninas.

— Falou, foi? – Renata pousa o dedo indicador sobre os lábios e olha para cima, fingindo pensar. Thais, vendo que aquilo poderia não ser bom para ela, a cutuca. A garota revira o olho, observando Vitória novamente. — Ah, é. Falou.

Do canto, Luiza estala sua boca revirando os olhos enquanto ia em direção às bebidas.

— E por que diabos não tem ninguém aqui?

— Hmmm... – Renata diz simples, adorando ver o quão brava Vitória, Ester e Pedro estavam.

— Fala, porra! – a cacheada aumenta o tom de voz.

— Não convidei ninguém.

— Você o quê?! – Ester indaga, travando a mandíbula. Pedro colocou a mão sobre o ombro de Ester, tentando a acalmar. Olhou para Ana, que estava com o olhar fixo em sua frente. Sabia que na cabeça da amiga estavam se passando milhões de pensamentos.

— É. Não convidei ninguém.

— Por quê? Eu te disse pra convidar o máximo de pessoas possível, e tu me garantiu que ia fazer isso.

— Pois é. Mudei de ideia. Coisa louca, né? – ela dá de ombros. Thais sorri ao ver a cena. — Até porque mesmo se eu convidasse alguém, ninguém iria vir do mesmo jeito. – a loira ri, se divertindo com a situação.

— Por que você acha isso? – Ana retruca, continuando com o olhar no mesmo lugar e sentindo um nó se formar em sua garganta.

— É obvio – Thais ri —, mas a Renata vai te explicar.

— Primeiro: ninguém te conhece. Literalmente ninguém. Você é só a garota certinha que sempre tira nota boas, é a preferida dos professores e filhinha de papai e mamãe. Segundo: Tu só começou a conseguir entrar nas minhas festas por causa do namoradinho. Ops, é ex, né? – ela ri baixo. — E terceiro: vocês realmente pensaram que se eu convidasse alguém ia vir? Olha pra essa festa... – disse, fazendo aspas com as mãos.

Após a última frase ser dita, um silêncio se fez ali. A única coisa que se ouvia era a risada baixa e irônica das três patetas – como havia dito Ester –, e a respiração de Vitória se intensificando cada vez mais.

Talvez por efeito da bebida, a cacheada sentia que estava a um triz de ir pra cima das três e expulsá-las dali as tapas. Porém suspirou, se aproximando mais e ficando frente-a-frente com a líder do grupo, Renata Alvarenga.

— Sai daqui. – falou com o tom de voz sério, olhando nos olhos da garota.

— O quê? – ela riu.

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