As duas voltaram para a sala. Ester foi para o lado de Ana e Vitória ficou no meio, entre elas. Quando percebeu que Luiza a olhava desconfiada, forçou um dos melhores sorrisos. Vitória odiava o jeito de como ela sempre prestava atenção em tudo. Foi até o balcão e se serviu com mais um copo de bebida.
O sorriso que a cacheada deu - mesmo que tenha sido falso - não passou despercebido por Ana, que engoliu a seco. Pedro passou as mãos nos ombros da amiga, enquanto Ester a assegurava de que Vitória estava apenas brincando.
Mais de uma hora havia se passado, e nada de mais pessoas chegarem. Ao checar o relógio e ver que já se passava de meia-noite, Ana suspirou, tomando mais um gole do gin que bebia.
— É... – Luiza juntou suas mãos, arqueando suas sobrancelhas. — Vai ser só a gente mesmo? Por que pelo o que me disseram, ia ser uma festa, não um... pequeno encontro. – disse, sarcástica.
Ao escutar aquilo Ana entortou o lábio, tomando o último gole do copo e o deixando em cima do balcão.
— Eu falei pra vocês avisarem as pessoas do colégio. – Vitória diz, se aproximando das meninas.
— Falou, foi? – Renata pousa o dedo indicador sobre os lábios e olha para cima, fingindo pensar. Thais, vendo que aquilo poderia não ser bom para ela, a cutuca. A garota revira o olho, observando Vitória novamente. — Ah, é. Falou.
Do canto, Luiza estala sua boca revirando os olhos enquanto ia em direção às bebidas.
— E por que diabos não tem ninguém aqui?
— Hmmm... – Renata diz simples, adorando ver o quão brava Vitória, Ester e Pedro estavam.
— Fala, porra! – a cacheada aumenta o tom de voz.
— Não convidei ninguém.
— Você o quê?! – Ester indaga, travando a mandíbula. Pedro colocou a mão sobre o ombro de Ester, tentando a acalmar. Olhou para Ana, que estava com o olhar fixo em sua frente. Sabia que na cabeça da amiga estavam se passando milhões de pensamentos.
— É. Não convidei ninguém.
— Por quê? Eu te disse pra convidar o máximo de pessoas possível, e tu me garantiu que ia fazer isso.
— Pois é. Mudei de ideia. Coisa louca, né? – ela dá de ombros. Thais sorri ao ver a cena. — Até porque mesmo se eu convidasse alguém, ninguém iria vir do mesmo jeito. – a loira ri, se divertindo com a situação.
— Por que você acha isso? – Ana retruca, continuando com o olhar no mesmo lugar e sentindo um nó se formar em sua garganta.
— É obvio – Thais ri —, mas a Renata vai te explicar.
— Primeiro: ninguém te conhece. Literalmente ninguém. Você é só a garota certinha que sempre tira nota boas, é a preferida dos professores e filhinha de papai e mamãe. Segundo: Tu só começou a conseguir entrar nas minhas festas por causa do namoradinho. Ops, é ex, né? – ela ri baixo. — E terceiro: vocês realmente pensaram que se eu convidasse alguém ia vir? Olha pra essa festa... – disse, fazendo aspas com as mãos.
Após a última frase ser dita, um silêncio se fez ali. A única coisa que se ouvia era a risada baixa e irônica das três patetas – como havia dito Ester –, e a respiração de Vitória se intensificando cada vez mais.
Talvez por efeito da bebida, a cacheada sentia que estava a um triz de ir pra cima das três e expulsá-las dali as tapas. Porém suspirou, se aproximando mais e ficando frente-a-frente com a líder do grupo, Renata Alvarenga.
— Sai daqui. – falou com o tom de voz sério, olhando nos olhos da garota.
— O quê? – ela riu.
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Todas as noites
RomanceNuma cidade pacata, tudo se transforma em novidade, então, a chegada da nova aluna no tradicional colégio de Araguaína passa a ser comentada por todos. Ana Caetano não se importava o suficiente pra isso, ou ao menos pensava que não. Um pouco de álco...