Não existe Sol para Sunny

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Um dia na vida de Sunny Baudelaire começava de forma tediosa, comum e sem ânimo.

Ela acordava, olhava seu telefone, olhava seu blog e logo depois, se levantava de sua cama e ia até o banheiro.

O quarto de Sunny ficava na última porta do corredor, e a parede de frente a porta era um grande janelão com acentos e uma cortina de tom violeta. O quarto era de um tom de branco creme e a cama de Sunny ficava no meio de duas mesas de cabeceiras. Ela possuía um guarda-roupa, uma cômoda e uma linda penteadeira.

Tudo ali havia sido escolhido por ela e seus irmãos, quando finalmente chegaram a maior idade e Narcisa e Beatrice foram para o Peru.

Sunny e Beatrice não eram próximas a muito tempo, e apesar de Narcisa ser quase uma mãe para ela, achou melhor ficar com os irmãos, pois não queria ser mais um peço para ela, e apesar disso, esse feito não adiantou de nada, porque ela se sentia da mesma forma com os irmãos.

Enquanto se arrumava, viu as mensagens de Apolo, sorrindo.

Apolo: Bom dia, meu sol particular!
Espero que esteja bem, e que sua noite tenha sido boa como a minha. Te vejo no curso!

Apolo em alguns momentos para ser tudo o que ela tinha, o por mais assustador que fosse, ele parecia valer a pena, porque ele simplesmente se importava com ela acima de tudo.

Assim que colocou as roupas, uma blusa de lã, calças e casaco jeans, botas e a bolsa de sempre, e desceu as escadas pronta para enfrentar tudo e qualquer um que estivesse contra ela.

Porém, nada aconteceu.

Tudo seguiu normalmente, sem olhares tortos, negações ou olhares de descaso.

Violet era mimada e cuidada por Duncan e Quigley, que queriam garantir que a criança dentro dela ficasse forte e saudável.
Quigley com casaco de tecido resistênte, jeans, camisa e botas, e Duncan de terno escuro. Violet por outro lado, usava um vestido justo, com tom de vinho, um lindo colar e sapatos confortáveis.

- Bom dia! -Desejaram normalmente para Sunny.

Klaus e Isadora chegaram lado a lado, de mãos dadas, e como sempre, tão apaixonados que conseguiria enjoar qualquer um. Ela usando um vestido verde justo de alças que combinavam com o salto, e ele com um de seus ternos.

- Bom dia!

O ânimo do casal fez Sunny ficar ainda mais desconfiada, mas mesmo assim, ela respondeu, sem esconder a secura.

- Bom dia.

Todos conversaram a conversar normalmente sobre os planos para jantar, e para o fim de semana, enquanto Sunny fazia o café da manhã.

Ela gostava de cozinhar, porque quando cozinhava, era como se por um minuto, tudo estivesse sob controle dela, e como se
tudo pudesse ser do jeito dela. Por isso, colocava os ovos e o bacon na chapa, e não na frigideira; por isso, colocava manteiga na massa da panqueca e depois colocava as gotas de chocolate. Fazia o suco de laranja seguindo as próprias medidas, e sozinha, porque assim, se sentia capaz de seguir seus próprios passos.

Se erra-se, poderia concertar sozinha, e se tivesse dúvidas, poderia apenas seguir o livro de receitas, ou criar a própria receita.

Cozinhar a fazia pensar, e foi enquanto girava as panquecas que Sunny entendeu o plano de seus irmãos á Apolo. Iam deixar que ela achasse que estava tudo bem, para que quando ela quebrasse a cara, eles pudessem falar "Avisamos", mas aquilo não aconteceria. Ela tinha o controle!

Assim que terminou, serviu a mesa, se sentou e todos começaram a comer.

- Quais os planos para hoje? -Klaus perguntou para ninguém em especial.

- Hoje, eu tenho uma reunião com a Senhorita Cheng, vou ir até o 10° andar para ver meus projetos em andamento, tenho uma entrega de trabalhos para a senhorita Mendeleievy.

- Pare importante. -Admirou Duncan.

- E é, -Quigley garantiu. - Por isso ela está com a fina no pulso.

Violet sorriu, encantada pela apreciação dos companheiros.

- E o que vocês vão fazer hoje?

- Bom, -Começou Quigley. - Eu fui chamado para um projeto novo.

- Parabéns! - Falaram em couro.

- Eu tenho que criar todo o mapeamento da trilha de caminhada do senhor Eliot.
Eu preciso dar uma boa olhada no lugar, marcar, escolher os nomes e criar os mapas. Eu estou muito animado, de verdade.

Todos conversaram um pouco depois disso enquanto Sunny apenas se mantinha em silêncio.

O silêncio parecia incomodar quando o mundo parecia desapontar.

Após o café da manhã, ela seguiu seu caminho, indo em direção de seu curso de gastronomia, que era realizado na rua Borbon, no prédio azul de faixa branca.
O prédio em si, possuía 6 andares. 
1°- A recepção, que também era um salão de beleza.
2°-Uma loja que concertava eletrônicos.
3°- Uma loja de roupas.
4°- O Curso de gastronomia.
5°- Uma loja de essências.
6°- Um pet shop com veterinária.

O curso com a senhorita Lindy Basset funcionava das 8:00h às 13:00h. Ela fazia eles fazerem três refeições, durante os cincos dias de funcionamento do curso.
Faziam de duas a três refeições por dia e dividiam a sala de aula em bancadas, e cada um, dividia a sua.

Sunny geralmente ficava com Apolo, e quando era em grupo, iam o casal e Jenny.

Jenny por vezes, trabalhava sozinha pois, o balcão ao lado do dela, era para pessoas com deficiência de locomoção.

Assim que chegava no curso, Sunny colocava a touca, o avental e acenava para Jenny, da mesa ao lado.

Jenny, aos olhos de Sunny, era linda.
Possuía longos cabelos castanhos, que viviam em um coque, olhos verdes, óculos de armação gatinho e suas roupas eram de um estilo entre anos 50 e 60.

Assim que Apolo chegava, como de costume, beijava a bochecha de Sunny e se sentava ao lado dela.

Alguns dias, deixava para ela docinhos para, como ele dizia, adoçar seu dia. Outros, dava para ela alguns beijos a mais, e outros, a mandava mais mensagens, como:
"Você é forte, linda e inteligente."
"Tenha confiança, você consegue!"
"Continue tentando, vai dar tudo certo."

E em alguns momentos, era só aquilo que Sunny precisava. Apoio, carinho e atenção. Era como se Apolo simplesmente soubesse o que fazer para conforta-lá, para ser gentil e amoroso com ela.

Aquilo ia de segurar sua mão enquanto andavam na rua, à ser o primeiro a ler, compartilhar e comentar seus novos post's no seu site.

O site de Sunny havia sido criado do início pela mesma, e tudo aquilo havia dado um trabalho horrível, porque Sunny não pediu ajuda. Colocou na cabeça que ela devia fazer tudo aquilo sozinha, porque na realidade, também não queria incomodar seus irmãos. Detestava incomodar, mas Apolo estava ali.

Apolo demonstrava um interesse e um apoio que não nunca havia de fato experimentado. A sensação de estar junto a alguém, de sentir coisas novas e de se sentir bem, era algo que Sunny Baudelarie não estava disposta a abrir mão.

Continuando: Desventuras em SérieOnde histórias criam vida. Descubra agora